A Bovespa passou boa parte do dia brigando para conseguir se manter acima dos 83 mil pontos de seu principal índice, quando poderia sinalizar recuperação um pouco melhor. Isso mesmo com os mercados no exterior não ajudando em nada, pois trabalharam o dia com tendência de queda. Aqui, ainda tivemos o dólar voltando a cair e juros também. Afinal, o presidente do Bacen, Campos Neto deu indicações novamente de queda da Selic na próxima reunião e falou que pode intervir mais no câmbio, caso necessário.

 
Ao longo do dia, indicadores de atividade PMI foram apresentados para diferentes países, e como tônica todos melhorando em relação ao previsto e anteriores, mas ainda assim bastante fracos e mostrando desaceleração. Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior mostraram contração de 249 mil posições para 2,44 milhões de pedidos, bem próximo do que estava sendo estimado. Já o índice de atividade industrial de Filadélfia melhorou para -43,1 pontos em maio, mas ficou aquém do previsto. Lá, as vendas de imóveis usados de abril observaram queda de 17,8%, e o PMI da atividade industrial ficou em 39,8 pontos e o de serviços em 36,9 pontos.

 
Durante o dia, vários dirigentes regionais do FED falaram, todos acreditando que será preciso fazer mais em termos de política fiscal e monetária e garantir a recuperação rápida. Mas o vice Clarida disse ser preciso ter mais dados para refinar a postura. O que de fato incomodou bastante foi o ambiente de tensão em relação à China, partindo de Trump, Mnuchin e outros; indicando que a situação vai ficar assim durante bom tempo, mas sem mexer no acordo de primeira, o que acaba sendo positivo.

 
Mnuchin, do Tesouro americano, disse que vai buscar apoio bipartidário para a próxima lei de apoio para a economia. A imprensa chinesa diz que preparam uma nova lei de segurança nacional para Hong Kong, o que pode voltar a complicar a região. Os bancos centrais da Turquia e África do Sul decidiram cortar juros básicos em 0,50%, o primeiro para 8,25% e o segundo para 3,75%.

 
No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,99%, com o barril cotado a US$ 33,82. O euro era transacionado em queda para US$ 1,096 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,66% (queda). O ouro e a prata com quedas na Comex e commodities agrícolas com viés de queda na Bolsa de Chicago.

 No segmento doméstico, aparentemente o presidente Bolsonaro teve reunião tranquila com os governadores e houve concordância com o veto do presidente de congelar salários dos servidores até o final de 2021. Bolsonaro deve sancionar entre hoje e amanhã, mas, na verdade, todos dividiram esse ônus. O Congresso abriu sessão para votar o descumprimento da regra de ouro que foi aprovada e ainda foi aberto crédito de R$ 343,6 bilhões para apoiar medidas. Esses dois passos caíram bem entre os investidores e deu um certo gás ao mercado local.

 O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ainda acrescentou que querem retomar a comissão mista que discute a reforma tributária, mas sobre a reforma administrativa, Maia entende que terá de ser ainda mais dura, dado o nível de endividamento público se aproximando de 100% do PIB.

 No mercado local, dia de DIs com comportamento de queda para todos os principais vencimentos e o dólar passou todo o dia em forte queda, para encerrar com desvalorização de 1,88% e cotado a R$ 5,582. No mercado acionário, dia de queda da Bolsa de Londres de 0,86%, Paris com -1,15% e Frankfurt com -1,41%. Madri com leve alta de 0,04% e Milão em queda de 0,73%.

 No mercado americano, o Dow Jones com -0,41% e Nasdaq com -0,97%. Na Bovespa, dia de alta de 2,10% e índice em 83.027 pontos. Máxima do dia chegando a atingir 83.308 pontos.

 Na agenda de amanhã, nada que possa influir nos mercados. Aqui teremos a avaliação de receitas e despesas do segundo bimestre e nada de importante nos EUA.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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