Não fosse o Brasil um país emergente e de maior liquidez entre seus pares, a situação poderia estar um pouco melhor. Ocorre que na aversão ao risco, os investidores buscam saídas rápidas e isso caba sendo possível aqui. Sofremos com a precificação das ações e também no câmbio.

Tanto isso é verdade que na sessão de hoje o mercado americano voltou a bater recorde histórico de pontuação, enquanto por aqui perdemos o patamar de 113.000 pontos e chegamos na mínima de 112.134 pontos. O petróleo em queda no mercado internacional afetou Petrobras e queda do minério também afetou as ações da Vale. Banco Itaú escapou com a perspectiva do resultado do quarto trimestre.

As estatísticas do coronavírus mostravam 40.235 casos de infectados e 909 mortes na China. As autoridades chinesas começaram processo de desinfecção da cidade de Wuhan, onde foram detectados os primeiros casos do vírus. Ainda no cenário externo, tivemos nos EUA a divulgação do índice de tendência de emprego do Conference Board em alta para 110,24 pontos em janeiro, e o presidente Trump vai propor orçamento de 2021 de US$ 4,8 trilhões contando com crescimento em 2020 de 3,1%.

No mercado internacional, dia de petróleo WTI negociado em NY com queda de 1,49% e com o barril cotado a US$ 49,57. O euro era transacionado em queda para US$ 1,09 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,54%. O ouro e a prata com a aversão ao risco com altas na Comex e commodities agrícolas com leve viés positivo. O minério de ferro negociado na China teve queda de 0,85%, com a tonelada cotada a US$ 82,88.

No segmento doméstico, a pesquisa semanal Focus do Bacen veio com poucas alterações, com a inflação pelo IPCA em queda para 3,25% em 2020 (anterior em 3,40%, taxa Selic estável em 4,25% e PIB também estável em 2,30%. O dólar foi mantido em R$ 4,10 para o final do ano e produção industrial subindo para 2,33% (anterior em 2,21%). A área externa é que segue piorando, com o superávit comercial em queda prevista para 2020 para US$ 36,40 bilhões (anterior em US$ 37,31 bilhões e déficit nominal de 5,50% do PIB).

O saldo da balança comercial na primeira semana de fevereiro mostrou superávit de US$ 1,16 bilhão, mas no ano ainda mostra déficit de US$ 575 milhões.

Do lado político, Rodrigo Maia disse que pretende votar a autonomia do Bacen logo após o Carnaval e sobre a privatização da Eletrobrás disse que a demora complica bastante a situação e tem o Senado contra.

Já a Moody’s, declarou que a fuga de capital do Brasil tem impacto neutro na classificação de risco do país. No mercado, dia de DIs com juros em queda e dólar oscilando bastante entre positivo e negativo durante o dia, fechando com +0,03% e cotado a R$ 4,322. Na Bovespa, finalmente um dia de ingresso de recursos de investidores estrangeiros na sessão de 06/2 de R$ 809,5 milhões, mas o saldo de fevereiro é negativo em R$ 4,28 bilhões e em 2020 com saídas líquidas de R$ 23,44 bilhões.

No mercado acionário, dia de queda de 0,27% para a Bolsa de Londres, Paris com -0,23% e Frankfurt com -0,15%. Madri em queda de 0,01% e Milão com alta de 0,12%. No mercado americano, o Dow Jones com +0,60% e Nasdaq com +1,13%. Na Bovespa, dia de queda de 1,05% e índice em 112.570 pontos.

Na agenda de amanhã, teremos o IPC da Fipe da primeira quadrissemana de fevereiro, a ata do Copom da última reunião que reduziu a Selic em 0,25%, a primeira prévia do IGP-M de fevereiro e levantamento sistemático da produção agrícola. Nos EUA, sai a confiança do pequeno empresário, a USDA a produção agrícola mundial e discurso de Bullard do FED de St. Louis.
Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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