Bottom line:

  • O índice de preços ao consumidor da primeira quinzena de setembro (IPCA-15) teve leitura acima das nossas expectativas (0.38%) e da mediana do mercado (0.39%), avançando 0.45%.
  • O IPCA permanece benigno, reforçando a percepção dos vetores de aceleração em voga nas discussões recentes, mas indicando também que as métricas acompanhadas pelo Banco Central permanecem baixas. Assim, vemos o dado como reforçando a postura recente do COPOM de low for longer.

Comentário:

O índice de preços ao consumidor da primeira quinzena de setembro (IPCA-15) teve leitura acima das nossas expectativas (0.38%) e da mediana do mercado (0.39%), avançando 0.45%.

Por dentro do índice, nota-se que a média dos cinco núcleos acompanhados pelo BC na leitura mensal caíram de 0.33% para 0.12%. Em doze meses, a média dos núcleos caiu de 2.02% para 1.91%. Por outro lado, a difusão subiu para 59.9% no mensal, maior leitura desde janeiro de 2020.

Vemos avanço de 0.32% nos preços administrados e de 0.50% nos preços livres (acima das nossas expectativas). No critério BC, alimentação avança 1.96% no mês (maior leitura desde abril), enquanto serviços avançam 0.07% (primeira leitura positiva em cinco meses) e produtos industriais avançaram 0.29%. Por outro lado, a medida de serviços subjacentes ficou inalterada vis-a-vis mês passado (0.06%).

Em doze meses, houve avanço significativo em alimentação, que cresceu 13.03%, enquanto serviços arrefeceram para 0.91% (anterior: 1.04%) e serviços subjacentes caíram para 2.16%.

Na abertura por comercialização, vemos avanço tanto na parte de comercializáveis (de 0.72% para 0.99%, maior nível desde dez/19) como em não comercializáveis (0.15%, primeira leitura positiva em cinco meses).

Em suma, o IPCA permanece benigno. Ele reforça a percepção dos vetores de aceleração em voga nas discussões recentes, mas indica também que as métricas acompanhadas pelo Banco Central permanecem baixas e com espaço para avançar.

Os riscos permanecem em torno de aceleração de serviços e industriais no curto prazo, mas ainda assim há de se considerar que o grande espaço de hiato deverá se sobrepor à pressão de curto prazo. Assim, vemos o dado como reforçando a postura recente do COPOM de low for longer.

Felipe Sichel
Estrategista do banco digital modalmais
Fonte: https://www.modalmais.com.br/blog

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