Ontem mercados acionários no mundo tiveram boas altas na Europa, EUA e também na Bovespa, que zerou as perdas do ano e colocou frente de 0,44%, com índice em 116.148 pontos. Nos EUA, novo recorde histórico de pontuação para o Nasdaq.
Hoje mercados repetem o bom momento com novas altas. Na Ásia, exceto por Xangai praticamente estável, Europa operando com boas altas nesse início de manhã e futuros do mercado americano no campo positivo. Aqui, se o fluxo de recursos de investidores não-residentes continuar forte, teremos aberto o objetivo de recorde em 120 mil pontos.
Motivo do otimismo dos investidores e gestores encontra razão na expectativa mais concreta de pacote fiscal sendo aprovado nos EUA, imunização crescente das populações contra a covid-19 e alguma aposta que o FOMC do FED possa flexibilizar a política monetária. Nos EUA, o líder do governo McConnell, disse que o Congresso não irá para o recesso antes de aprovar pacote de estímulo fiscal.
Na Alemanha e nos EUA, foram registrados novos recordes de óbitos ontem e, no Brasil, os mortos já somam 182.800 e pessoas contagiadas em 7 milhões. O dia também está sendo de divulgação de indicadores PMI da atividade industrial, serviços e composto para dezembro, geralmente mais para positivos. Lembrando que indicadores acima de 50 pontos mostram expansão da atividade.
No Japão, o PMI composto (indústria e serviços) caiu marginalmente para 48 pontos, mas o industrial subiu para 49,5 pontos. Na Alemanha, o índice composto subiu para 52,2 pontos, de previsão de 51,7 pontos. Na zona do euro, o composto em alta para 49,8 pontos, mostrando resiliência para a segunda onda de contágio. No Reino Unido, alta para 50,7 pontos no composto.
Ainda na Alemanha, o Instituto IFO reduziu a projeção de crescimento do PIB de 2021 para 4,2%, de anterior em +5,1%. Na zona do euro, o superávit da balança comercial de outubro subiu para 30 bilhões de euros. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,36%, com o barril cotado a US$ 47,79. O euro era transacionado em alta para US$ 1,22 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,92%. O ouro e a prata tinham altas na Comex e commodities agrícolas com altas na Bolsa de Chicago.
No segmento doméstico, a Câmara e o Senado aprovaram o texto-base do PLP 101, sobre renegociação de dívidas dos Estados, que segue agora para sanção presidencial. Já Bolsonaro falou muito ontem em inauguração de relógio na Ceagesp, dizendo, inclusive, que não tomará a vacina (belo exemplo) e Rodrigo Maia voltou a criticar a morosidade do governo, acrescentando que vamos entrar em 2021 sem clareza sobre os gastos e que o orçamento não será votado ainda neste ano.
A B3 divulgou a segunda prévia do Ibovespa para o primeiro quadrimestre de 2021, sem alterações em relação à primeira e a FGV divulgou o IPC-S da segunda quadrissemana do mês de dezembro com inflação acelerando para 1,41%, vindo de +1,35%.
A agenda do dia está cheia de eventos com capacidade de mudar o curso dos mercados, incluindo o fluxo cambial na semana anterior pelo Bacen, mais indicadores PMI da atividade. Nos EUA, as vendas no varejo de novembro, a decisão do FED sobre política monetária no meio da tarde, os estoques de petróleo, derivados e coletiva de Jerome Powell, pós-decisão do FOMC.
Expectativa para o dia é de Bovespa seguindo exterior em alta, dólar fraco no exterior e operação extra de swap cambial e juros fracos.
Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado