Ontem, no final do pregão, o mercado americano perdeu tração e levou junto a Bovespa, que ainda conseguiu fechar em alta de 0,60% e índice em 96.125 pontos, depois de fazer máxima em 97.109 pontos, fechando ciclo de três altas seguidas. O Dow Jones passou para o campo negativo com queda de 0,15% e Nasdaq em alta de 0,33%. O dólar aqui fechou estressado com valorização de 2,47% (no exterior andou mais fraco), cotado a R$ 5,38.

Hoje mercados começando o dia novamente em alta, com a Ásia fechando em alta pouco inferior a 1,0%, Europa operando no campo positivo e acelerando neste início de manhã e futuros do mercado americano também com valorizações. Aqui, há espaço para nova valorização, se aproximando daquela marca que temos citado na faixa entre 98.000 e 99.000 pontos.

Mercados de risco hoje evoluem diante de dois fatores principais. De um lado a promessa da China de acelerar compras de produtos agrícolas dos EUA, cumprindo os acordos comerciais da primeira fase e, de outro, com as negociações positivas da OPEP+ (inclui a Rússia) em manter os cortes de produção de 9,7 milhões de barris de petróleo dia até final de julho, com membros encaminhando suas planilhas. Com isso, esperam conseguir equilibrar o preço internacional, ajustando oferta e demanda de óleo.

Já aqui, os investidores vão ter que avaliar o fogo cruzado do clã dos Bolsonaros com a operação Anjo que prendeu ontem Fabrício Queiroz e fez outras diligências, inquérito das Fake News, impugnação da chapa Bolsonaro-Mourão, etc. O presidente está efetivamente pressionado, inclusive pelos pedidos de impeachment em mãos de Rodrigo Maia.

No Reino Unido, as vendas no varejo de maio expandiram 12% e na Alemanha deflação em maio pelo PPI (atacado), com taxa anualizada de -2,2%. Já a presidente do BCE (BC europeu), Christine Lagarde, alertou a União Europeia sobre os riscos de mercado se não seguirem com estímulos. No Japão, a inflação de maio pelo CPI (consumidor) foi de 0,1%, mas o mês manteve a estabilidade.

Na Rússia, foi anunciado corte de juros básicos em 1,0%, para o patamar de 4,5%. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 2,73%, com o barril em US$ 39,90, depois de ter andado no início da manhã acima dos US$ 40. O euro era transacionado em queda para US$ 1,12 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em 0,72%. O ouro e a prata operavam em altas na Comex e commodities agrícolas com comportamento positivo na Bolsa de Chicago.

No cenário doméstico, o secretário do tesouro demissionário, Mansueto de Almeida, declarou que o déficit fiscal pode passar de R$ 800 bilhões, se aproximando daquela marca que temos falado de R$ 1,0 trilhão, o que exigiria fortes ajustes após a crise. Também ontem Weintraub anunciou finalmente sua saída do Ministério da Educação, mas dizendo que irá para diretoria (confirmada) do Banco Mundial. Com isso, virou chacota nas redes sociais.

A agenda do dia é fraca aqui e no exterior, e os mercados vão ficar por conta do noticiário corrente. Porém, teremos vários dirigentes do FED discursando, inclusive por mais uma vez na semana o presidente Jerome Powell. A expectativa é de Bovespa em alta, com dólar podendo reajustar e juros em queda.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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