Enquanto os três principais indicadores do mercado acionário americano batem recordes históricos de pontuação, a Bovespa amarga o quinto pregão consecutivo de queda. Ontem, foi mais um dia em que operamos na contramão, com queda de 0,26% e índice em 115.947 pontos. Isso depois de termos batido recorde em 03/1 aos 118.791 pontos.

Aqui o comportamento das commodities no mercado internacional interferiram nas cotações de Vale e siderúrgica, Petrobras com incertezas sobre formulação de preços de derivados e o setor financeiro com boas quedas no dia de ontem, justificam o comportamento dos principais ativos negociados. Ocorre que, com as quedas recentes, o preço do petróleo no segmento internacional já voltou ao patamar de antes da crise geopolítica com o Irã

Hoje, os mercados da Ásia terminaram o dia novamente com altas, A Europa também com viés positivo no início dos trabalhos e os índices futuros do mercado americano também novamente no campo positivo. Aqui há espaço para recuperação, mas os investidores estrangeiros seguem retirando recursos da Bovespa. O fluxo até 07/1 estava negativo em R$ 1,45 bilhão.

Ontem, nos EUA, a Câmara aprovou lei que limita o poder de Trump de usar a força contra o Irã, podendo fazer somente em situação extrema e/ou com aprovação do Congresso. O senado pode alterar isso. Hoje teremos a divulgação de dados do payroll americano de dezembro que pode confirmar o bom momento da economia. A expectativa mediana é de criação de vagas ao redor de 160.000, considerando os setores público e privado. Por aqui, a divulgação da inflação oficial pelo IPCA pode mexer com os juros mais longos, enquanto a queda na produção industrial pode seguir fazendo efeito.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 0,35%,com o barril cotado a US$ 59,35. O euro era transacionado em leve alta para US$ 1,109 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em queda para 1,853%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas com viés de alta na Bolsa de Chicago.

Aqui, o funcionalismo federal está aumentando a pressão sobre Bolsonaro por reajuste de salários e isso não é bom, com ameaças de paralisação. O presidente Bolsonaro também disse que o governador Dória está desinformado sobre a privatização do porto de Santos e São Sebastião e disse que falta fazer as reformas administrativa e também a tributária, ambas bastantes complicadas, segundo nossa avaliação.

No mercado, a expectativa é que a Bovespa possa acompanhar dessa vez o bom momento dos mercados no exterior que retratam redução do ruído geopolítico e acordo comercial entre EUA e China, com dólar um pouco mais forte e juros na dependência do IPCA de 2019.

Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais

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