São Paulo, 10/07 – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a União Nacional do Etanol de Milho (Unem) firmaram uma parceria de dois anos para promover, no mercado internacional, o farelo de milho (DDG/DDGS), produto de nutrição animal que resulta da produção de etanol de milho. As entidades lançaram nesta segunda-feira o Projeto Setorial de Promoção das Exportações de Farelo de Milho DDG/DDGS 2023-2025.

A cerimônia, realizada em Sorriso (MT), contou com a participação do Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. De acordo com o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, o objetivo da parceria é apresentar o farelo de milho brasileiro como uma opção eficiente na alimentação animal global, o que fortaleceria, por consequência, a cadeia produtiva do etanol. Os mercados-alvo selecionados para o projeto foram escolhidos com base na produção pecuária e são China, Espanha, Indonésia, Japão, Nova Zelândia, Reino Unido, Tailândia, Turquia e Vietnã. “O Brasil vive um momento extraordinário com o retorno da diplomacia presidencial trazida pelo presidente Lula”, disse Viana, em nota.

Para o presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, a iniciativa mostra o reconhecimento pelo governo da importância do setor. “Esta parceria é muito emblemática para um setor novo, que se organiza para uma agenda de promoção, fomento e comércio internacional que vai gerar valor a toda uma cadeia de negócios, desde a produção de grão, proteínas e floresta plantada até a geração de renda e arrecadação de impostos”, afirmou.

O farelo de milho é utilizado na nutrição animal e, além de fonte de proteína e energia, oferece maior teor de fibras e segurança contra contaminação de bactérias quando comparado com opções como a farinha de carne e ossos, segundo a Unem. No Brasil, a utilização deste farelo na indústria é relativamente recente e começou a partir de 2010. O País é o terceiro maior produtor de milho do mundo, atrás apenas da China (2ª) e dos Estados Unidos (1º), mas apenas cerca de 10% dos grãos são destinados à produção de etanol, que é realizada com o milho de segunda safra, segundo a Unem.

Na safra atual, baseada na fabricação de etanol, a estimativa de produção brasileira de DDG/DDGS é de 3 milhões de toneladas, mas a expectativa é de que até 2031/32 alcance 6,5 milhões de toneladas. O excedente poderia atender aos mercados internacionais, segundo Apex e Unem. As duas entidades ressaltam que a empresa de pesquisa MarketsandMarkets prevê crescimento anual de 3,2% da demanda global por DDG/DDGS entre 2020 e 2025, impulsionada pelo aumento do consumo de carne.

As entidades argumentam que a alimentação animal compõe cerca de 80% dos custos de produção das carnes. “A exportação do farelo de milho brasileiro representa, portanto, uma oportunidade para gerar mais receitas, desenvolvimento de tecnologia e atração de capital externo”, dizem elas, que estimam que o farelo de milho pode assumir cerca de 20% a 25% do faturamento da indústria de etanol e gerar um valor agregado 60% maior do que o grão cru.

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