O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta segunda-feira (18) que o escândalo de criptomoedas que se envolveu foi um “tapa na cara”. O presidente disse estar arrependido e que a lição apreendida é que seu acesso precisa ser mais restrito, como apurou o jornal Valor Econômico.
O mandatário afirmou em uma entrevista a emissora de tv argentina que tinha a melhor das intenções ao divulgar a moeda e que achava que o instrumento poderia ajudar projetos do país: “Sou um tecno-otimista e isso me foi proposto como um instrumento para ajudar a financiar projetos argentinos”, comentou.
O gabinete de Milei afirmou que o presidente se reuniu duas vezes com representantes das empresas que criaram a moeda, mas que ele não esteve envolvido no seu desenvolvimento. O político solicitou investigação se houve alguma irregularidade por parte dele.
Como Milei pôs o cargo em risco para promover uma criptomoeda?
O final de semana trouxe uma crise política para o presidente da Argentina, Javier Milei, após a promoção da criptomoeda Libra (LIBRA). Em menos de 48h, foram protocolados mais de 100 pedidos de impeachment, de acordo com os jornais “La Nación” e “Página 12”.
Milei ajudou a promover a criptomoeda através de uma postagem no X, antigo Twitter, na última sexta-feira (14).
“A Argentina Liberal cresce. Este projeto privado se dedicará a incentivar o crescimento da economia argentina, financiando pequenas empresas e empreendimentos argentinos. O mundo quer investir na Argentina”, dizia a postagem, que também tinha um link direto para o projeto “vivalalibertadprojetc.com” e o nome da moeda digital.
No entanto, a criptomoeda LIBRA é “token de propósito”, segundo o portal.
“Como um símbolo deste movimento e em homenagem às ideias libertárias de Javier Milei, estamos lançando o token LIBRA, projetado para fortalecer a economia argentina a partir da base, apoiando o empreendedorismo e a inovação. Com este token, pretendemos canalizar o financiamento de forma eficiente e descentralizada, permitindo que investidores e cidadãos participem do crescimento da Argentina”, diz, segundo o “Money Times”.
O ativo teve uma valorização superior a 90%, com o protocolo acumulando um valor de mercado da ordem de US$ 1,8 bilhão no ápice das negociações. Porém, pouco tempo depois o projeto devolveu os ganhos, o que causou perdas a milhares de investidores.
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