Essa é uma dúvida comum entre pais e mães: quando é a hora de dar mesada? Geralmente, a mesada é introduzida como uma ferramenta para ensinar princípios financeiros e promover a autonomia e o amadurecimento financeiro. A decisão de dar mesada a um filho pré-adolescente ou adolescente pode variar de acordo com o contexto, cultura familiar, circunstâncias financeiras e crenças dos pais ou responsáveis em relação à temática.
“Não existe uma idade exata apropriada para começar a dar mesada aos filhos, apesar de muitos pais considerarem começar a dar entre 10 e 12 anos, pois nessa idade os filhos começam a compreender mais sobre alguns conceitos financeiros básicos, ter mais responsabilidades e podem, pela maturidade cognitiva, desenvolver maior autonomia. Mas alguns pontos importantes devem ser trabalhados com as crianças a partir do momento em que os responsáveis resolvem dar mesada”, esclarece Helen Mavichian, psicoterapeuta infantojuvenil.
Diálogo sobre dinheiro é essencial
De acordo com ela, a mesada pode ser uma oportunidade para ensinar aos pré-adolescentes e adolescentes conceitos financeiros importantes, como poupança, orçamento, gastos responsáveis, a diferença entre necessidades e desejos e a habilidade de gerenciar recursos, mostrando o valor do dinheiro e importância da economia. Uma educação financeira feita desde cedo, de forma consciente, com um diálogo aberto e participativo é essencial para que, no futuro, os filhos tenham uma relação madura e responsável com o dinheiro, o que sustenta a independência financeira na fase adulta.
Crianças têm curiosidades
“Ao receber uma mesada, as crianças e adolescentes têm a chance de tomar decisões financeiras por conta própria, mesmo que pequenas e simples podem promover autonomia e auxiliar no desenvolvimento do senso de responsabilidade mais aguçado. É importante lembrar que a quantia e periodicidade dessa mesada deve ser adaptada a idade, necessidades e maturidade dessa criança ou adolescente. É normal que os jovens cometam erros financeiros ao administrar sua própria mesada. No entanto, esses erros podem servir como oportunidades de aprendizado, desde que os pais estejam dispostos a orientar e discutir as consequências”, complementa Helen.
No consultório, a psicoterapeuta aponta que é possível perceber como algumas crianças demonstram mais interesse ao falar sobre dinheiro e valores dos materiais. Ela conta que alguns pacientes chegam até a questionar qual o valor de um jogo ou um brinquedo que está na sala de atendimento. Ou seja, a maioria das crianças com a curiosidade mais aflorada quando se trata de finanças, provavelmente já recebe mesada ou tem um contato maior com dinheiro, conversa com os responsáveis e cuidadores sobre ou até mesmo vê seus pais pagando contas e ensinando-os sobre o valor monetário dos produtos.
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“Manter a comunicação aberta com o seu filho é sempre essencial, em todas as situações e áreas da vida. Se demonstrar disponível e ser uma figura de acolhimento é muito necessário para que sua criança e adolescente saiba que pode contar com você como responsável para ajudá-lo e ensiná-lo”, conclui Helen.
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Helen Mavichian é psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É graduada em Psicologia, com especialização em Psicopedagogia. Pesquisadora do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui experiência na área de Psicologia, com ênfase em neuropsicologia e avaliação de leitura e escrita. Mais informações em https://helenpsicologa.com.br/
(Material enviado por Hercog Comunicação e Estratégia/Jimena Carro)