🌎 MERCADOS GLOBAIS
Bolsas internacionais iniciaram a semana com viés positivo, em dia que deve contar com liquidez reduzida em função do feriado do Labour Day (dia do trabalho) nos Estados Unidos. Na Ásia, onde as negociações desta 2ªfeira já encerraram, índices acionários registraram ganhos relevantes, liderados pela bolsa japonesa, que reagiu positivamente à renúncia do primeiro-ministro, Yoshihide Suga, com investidores na expectativa por novas políticas econômicas do novo governo. Índices europeus e futuros americanos também abriram no verde, após relatório de emprego fraco nos EUA elevar apostas de um novo adiamento do anúncio do tapering pelo Federal Reserve. Paralelamente, o índice dólar tem manhã de recuperação após cinco sessões consecutivas de queda e os juros futuros americanos se mantêm estáveis em função do feriado. Por fim, na fronte das commodities, ativos têm manhã mista, com destaque para a queda do petróleo, após a Arabia Saudita reduzir preços para compradores asiáticos, e para a alta do alumínio, com o mercado reagindo a uma tentativa de golpe militar na Guiné.
📰 HEADLINES
GLOBO
Crise hídrica: ministro de Minas e Energia diz que problema não acaba este ano. No oitavo andar do Ministério de Minas e Energia (MME), o ar-condicionado está desligado e várias luzes estão apagadas. É o retrato de uma crise que se desenha desde o ano passado e que faz com que o ministro Bento Albuquerque precise responder diariamente a pergunta: vinte anos depois, o Brasil voltará a enfrentar racionamento de energia? A resposta é “hoje” não, mas com a ressalva de que “o monitoramento é permanente”.
VALOR
Reforma do Imposto de Renda gera perda de arrecadação de R$ 28,9 bi em 2022, calcula IFI. A reforma do Imposto de Renda (IR) em discussão no Congresso pode gerar uma perda de arrecadação de R$ 28,9 bilhões em 2022; R$ 11 bilhões em 2023 e R$ 12,3 bilhões em 2024, estima a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal. Sem considerar os ganhos esperados com a reversão de gastos tributários, o impacto negativo será maior.
VALOR
Amazônia tem área de madeira explorada do tamanho de três cidades de São Paulo. Pela primeira vez, institutos de pesquisa conseguiram olhar para a Amazônia como um todo e apontar onde houve exploração de madeira no bioma. O resultado: 464.759 hectares foram usados para este tipo de atividade entre agosto de 2019 e julho de 2020. A área representa cerca de três vezes a da cidade de São Paulo. Pelo menos 11% dessa exploração ocorreram em áreas protegidas, segundo o trabalho da Rede Simex; formada por Imazon, Idesam, Imaflora e Instituto Centro de Vida (ICV). A extração madeireira é ilegal quando ocorre em locais como unidades de conservação de proteção integral e terras indígenas.
ESTADÃO
Convidados por Bolsonaro, ministros avaliam se devem ir a atos de 7 de Setembro. Ao longo da última semana, o primeiro escalão do governo procurou se desvencilhar das manifestações de 7 de Setembro promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, ministros demonstraram desacordo com o acirramento institucional e constrangimento com a moldura autoritária dos protestos e a convocação feita por Bolsonaro para aderirem aos atos. Os titulares de carreira política têm pregado o “distensionamento”. Eles foram orientados por assessores, entretanto, a não confrontar as visões do chefe do Executivo em público e abafar o mal-estar.
ESTADÃO
Tempestade perfeita na economia. A combinação de uma pandemia devastadora, de uma crise hídrica tão ou mais grave do que a de 2001 e de um governo desastroso; inclusive na área econômica, caracteriza a tempestade perfeita que se abate sobre a economia brasileira atualmente. Vejamos alguns dados. A relação investimento/PIB, a preços correntes, foi de 18% no 2.º trimestre de 2021. Era de 21% em 2014. Esse nível não é sequer suficiente para cobrir a depreciação. Ou seja, a taxa de crescimento do estoque líquido de capital fixo (máquinas, equipamentos e construções); uma das determinantes do crescimento econômico, é praticamente nula desde o início de 2019.
GLOBO
Ministros do STF articulam nos bastidores para conter crise entre Poderes. Alvo preferencial do presidente Jair Bolsonaro nos últimos meses, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) adotaram como estratégia a discrição em público e a articulação nos bastidores para lidar com a crise institucional. Os ataques presidenciais, sobretudo contra Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso; uniram a Corte e, longe da ribalta, seus integrantes trabalham para manter aberto um canal de diálogo com o governo.
FOLHA
STF e centrão avisam Planalto que 7 de Setembro golpista irá afetar Bolsonaro para 2022. Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e dirigentes de partidos do centrão condicionam o futuro das relações do governo com os demais Poderes à postura que Jair Bolsonaro adotará nas manifestações do 7 de Setembro e nos dias posteriores aos protestos. De um lado, integrantes da corte já enviaram recados ao mandatário e aos presidentes da Câmara e do Senado de que o avanço das negociações em busca de uma saída para o rombo dos precatórios, o que viabilizaria a reformulação do Bolsa Família, só deve ocorrer se o chefe do Executivo cessar os ataques ao tribunal.
FOLHA
Ataques à democracia fazem economia se deteriorar, diz André Lara Resende. A instabilidade causada pela ofensiva do presidente Jair Bolsonaro contra as instituições democráticas é o principal fator responsável pela deterioração da situação econômica do país, afirma o economista André Lara Resende. “[Ela] é resultado da crise política, da sensação de que o governo tem um projeto explicitamente antidemocrático e está disposto a sacrificar a economia e as instituições para colocá-lo em prática”, diz ele, um dos formuladores do Plano Real. O economista acha que a pandemia do coronavírus mostrou que até países como o Brasil têm condições de se endividar para financiar seus gastos e não vê relação entre o atual desequilíbrio das contas públicas e as dificuldades que o governo encontra para segurar a inflação.
📊 E OS MERCADOS HOJE?
Mercados globais iniciaram a semana em tom positivo, com investidores digerido payroll fraco da última 6ªfeira; bem como a sua possível influência nos próximos passos do Federal Reserve. A sessão deverá contar com liquidez reduzida em função do feriado do Labor Day nos EUA. No Brasil, o investidor deverá manter um grau elevado de cautela na medida em que há receio em torno das manifestações do 7 de Setembro, após uma semana que reforçou as preocupações com inflação ao mesmo tempo em que trouxe dados de atividade mais fracos do que o esperado. Tendo isso em vista, esperamos uma abertura de viés neutro/negativo (sem grandes oscilações), em função deste início de semana de liquidez reduzida e em que a cautela local deve seguir imperando sobre o bom humor externo.