Internacional
• Mercados globais iniciam o dia sem tendência bem definida;
• Preocupação sobre implicações da rápida disseminação do coronavírus continua como principal ponto de pressão sobre ativos de risco;
• Novo método de diagnóstico traz receio de novos casos surgirem ao redor da China, da forma como aconteceu na província de Hubei na 4ªF;
• Última atualização oficial dos números da doença aponta para mais de 63 mil casos e cerca de 1.381 mortes;
• PIB da Alemanha fica estagnado no 4T19, decepcionando projeções que apontavam para um avanço de 0,1% no período.

Brasil
• Humor externo deve seguir contaminando a bolsa local;
• BC sinaliza nova operação de swap no mercado para atender demanda por proteção contra o dólar, mas medida não deve reverter tendência do câmbio;
• Pesquisa FSB confirma alta de aprovação do governo registrada por outras pesquisas em 2020;
• Google, Facebook e Microsoft enviam carta de apoio à reforma tributária para o Congresso;
• Bolsonaro promete enviar reforma administrativa que não afeta servidores atuais antes do carnaval;
• O IBC-Br é último termômetro para a atividade brasileira de dezembro após pesquisas setoriais decepcionarem expectativas consecutivamente;
• Volume no setor de serviços cresce 1,6% em 2019.

CENÁRIO EXTERNO: QUADRO NADA ANIMADOR PARA O CRESCIMENTO

Mercados… Índices asiáticos encerraram o pregão desta 6ªF mistos, sem grandes destaques. Na zona do euro, ativos de risco também iniciaram o dia sem tendência bem definida. O STOXX600, índice que abrange ativos de diversas partes do bloco, registra alta de 0,1% até o momento. Em NY, futuros também apresentam um viés ligeiramente positivo, enquanto o dólar (DXY) segue mantendo o patamar elevado acumulado nos últimos dias. No plano das commodities, ativos esboçam ligeira recuperação. Como destaque, o petróleo (Brent crude) avança 1,5%, negociado acima dos US$ 57,00/barril.

O vírus se espalha… Os mercados globais iniciaram o dia mistos, sem tendência definida, com investidores avaliando as implicações potenciais da rápida disseminação do novo coronavírus sobre o crescimento econômico. Apesar do número de novos casos registrados apresentar uma redução de 13 mil para 4 mil entre ontem e hoje, a recente mudança do método de diagnóstico da doença ainda gera incerteza sobre os números. A maior preocupação paira sobre a possibilidade de novos casos virem a aparecer após essa mudança que levou as autoridades chinesas a considerarem pacientes após exames clínicos, mesmo sem ter passado pelos testes laboratoriais.

Quadro nada animador… No pano de fundo, os indicadores econômicos também não tem trazido boas notícias para o quadro de crescimento global. Mais cedo, a economia alemã voltou a decepcionar expectativas do mercado (+0,1% t/t), quando a divulgação do PIB do 4T19 mostrou que a atividade permaneceu estagnada no período (0,0% t/t). Esse novo dado é mais um dentre muitos que têm apontado para a fraqueza da economia europeia entrando em 2020. Enquanto isso, na China, indicadores antecedentes da indústria também continuam apontando para uma deterioração forte na atividade econômica da China, fato que deve gerar um ajuste de expectativas quanto à magnitude e a duração dos impactos do novo coronavírus sobre a 2ª maior economia do mundo.

Os números… Após a nova atualização, já foram anunciados 59 mil infectados e 1.362 mortes relacionadas à doença no mundo (5.464 pacientes foram recuperados desde o início do surto). Nos EUA, o número de casos subiu para 14 pessoas.

Na agenda… A 6ªF tem agenda de indicadores cheia, com destaque para a divulgação do PIB da zona do euro para o 4T19 (7h), além das vendas no varejo (10h30) e produção industrial (11h15) referentes a janeiro nos EUA.

BRASIL: IBC-BR PODE GERAR PRESSÃO ADICIONAL SOBRE O CÂMBIO

Pesquisa FSB confirma alta em avaliação do governo… A pesquisa do instituto FSB, divulgada pela revista Veja, traz resultados que confirmam a melhora na popularidade do presidente em 2020. O levantamento registrou uma alta dos que aprovam do governo (bom e ótimo) de 31% em 19/12/19 para 36% em 20/02/20. Durante o mesmo período, o percentual de entrevistados que desaprovam do governo caiu de 35% para 31%. A margem de erro da pesquisa é de 2%. Os resultados levantados pela FSB demonstram a mesma tendência positiva registrada pela pesquisa da CNT feita em janeiro. Durante o primeiro ano (2019) do governo Bolsonaro, foram registradas sucessivas baixas na aprovação do presidente.

Google, Facebook e Microsoft demonstram apoio a reforma tributária… As três empresas de tecnologia entregaram um documento que expressa a sua favorabilidade à proposta (PEC 45/19) de reforma tributária da Câmara dos Deputados ao relator do projeto na comissão especial, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ainda não existe consenso em relação a reforma no setor de serviços que, diferente do setor industrial, pode passar a pagar mais impostos com as alterações previstas no projeto.

Bolsonaro promete revelar reforma administrativa antes do carnaval… Após rumores que o governo tinha desistido de apresentar a reforma administrativa, que visa alterar as regras do funcionalismo público a fim de torna-lo mais eficiente, o presidente da República declarou sua intenção de enviar a proposta reformista do governo ao Senado, na semana que vem, caso não haja “nenhuma marola até lá”. Além disso, Bolsonaro prometeu que a reforma não trará alterações para os servidores públicos atuais, só para os futuros concursados. Mesmo sem alterações para os funcionários atuais, a reforma pode gerar impacto fiscal no médio prazo. Até 2024, aproximadamente 21% dos servidores atuais já estarão aposentados.

Volume no setor de serviços… Ao contrário do setor industrial, este tem demonstrado avanços e, em dezembro, configurou um aumento acumulado no ano de 1,6% ante expectativa de crescimento de 1,5%. No mês de dezembro, a maior contribuição negativa foi a prestação de serviços aos transportes; em específico, transporte terrestre. Isto acabou refletindo a forma com a qual a dinâmica débil do setor industrial afetou, via spillover, o desempenho dos serviços, que compõem mais de 60% da atividade econômica brasileira. O serviço prestado a famílias contraiu, a despeito da maior renda disponível proporcionada pela liberação das contas do FGTS. De qualquer forma, esta categoria registrou um ganho acumulado de 2,6% no ano, refletindo o efeito positivo da inflação e juros baixos sobre o consumo das famílias, componente do PIB que tem demonstrado vigor, ao contrário do investimento, em 2019.

Agenda… O destaque da agenda doméstica fica com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br. O dado deve confirmar o estado ainda anêmico da economia ao registrar uma queda em torno de 0,3%, refletindo o fraco desempenho das pesquisas setoriais no período.

E os mercados hoje? Lá fora, o noticiário envolvendo o novo coronavírus continua ditando o ritmo dos mercados, que operam sem tendência enquanto investidores avaliam os mais novos desenvolvimentos em torno do tema. Aqui, o mercado deve continuar sendo contaminado pelas rápidas mudanças do humor externo, enquanto investidores esperam o Bacen divulgar o seu índice de atividade econômica, o IBC-Br, para dezembro – uma leitura mais fraca do que o esperado pode colocar pressão adicional sobre o câmbio, que já opera próximo das máximas. No mercado cambial, o BC já anunciou uma nova operação de swap, também no valor de US$ 1 bilhão (20 mil contratos), com vencimentos em 3/1/20 e 1/12/20 (das 9h30 às 9h40). A medida vem como uma forma do BC suprir a alta demanda por proteção contra a moeda americana, mas não deve alterar a dinâmica que o câmbio tem apresentado nestes últimos dias. Tendo tudo isso em vista, esperamos mais um dia de viés neutro/negativo para ativos de risco brasileiros.

Por Guide Investimentos

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