Dois temas principais estão chamando a atenção dos investidores: mercado voluntário de carbono. Isto é, embora os investidores tenham expressado preocupação com a credibilidade dos créditos de carbono após os escândalos recentes, eles reconheceram que esforços estão sendo feitos visando melhorar a integridade do mercado, incluindo revisões de metodologias e mudanças de seus participantes.
Bem como a eletrificação, com a entrada em massa de empresas chinesas e de veículos elétricos (VEs) no Brasil vem despertando um crescente interesse, especialmente em relação ao seu impacto sobre os preços dos carros, com a principal discussão focada no ritmo da eletrificação.
Governança corporativa
Embora mudanças substanciais nas práticas relacionadas ao pilar (G) possam levar tempo, os investidores, no geral, concordam que o mercado local está caminhando na direção certa. Entre as barreiras para a adoção de boas práticas, os principais pontos de discussão incluíram: o papel dos membros independentes do Conselho de Administração e como as empresas podem apoiar e criar as condições para que esse independente exerça seu papel fiduciário; e os efeitos negativos das intervenções políticas nas empresas estatais. “Por fim, vale a pena ressaltar que os investidores estão monitorando de perto as mudanças propostas pela B3 para o segmento de listagem do Novo Mercado, reforçando o interesse em melhorias contínuas nos padrões de governança. (…) enquanto o engajamento dos acionistas também evolui”, comentam os analistas da XP.
Conforme eles, os acionistas estão evoluindo para incluir: reuniões dedicadas com a gestão da empresa; exercício do direito de voto, em grande parte possibilitado pela adoção do voto remoto e por outras simplificações no processo; e/ou maior coordenação entre os acionistas minoritários, que podem garantir que seus interesses sejam representados trabalhando em conjunto.
Transição energética engloba o universo de carbono e eletrificação
De modo geral, os investidores concordaram que a transição energética apresenta ótimas oportunidades de investimento, que podem levar a retornos financeiros de longo prazo. “Entretanto, como a transição é um processo longo e contínuo, que depende de tecnologias ainda em fase de testes, a incerteza sobre os ganhos financeiros torna a alocação de recursos em soluções de baixo carbono ainda pequena.”
Sobre as mudanças climáticas, a incerteza sobre a melhor forma de avaliar a resiliência e os planos de adaptação das empresas “dificulta a integração de informações climáticas no processo de investimento, apesar do reconhecimento de sua importância. Setores e nomes em destaque”, sinaliza XP.
Por fim, em meio ao sentimento mais pessimista prevaleça no mercado local, somado aos desafios macroeconômicos, “os investidores estão migrando para setores defensivos de olho em ações de alta qualidade com sólida política ESG. Os setores que valem a menção incluem elétricas, bancos, papel e celulose e telecomunicações, enquanto entre os nomes mais consensuais, destacamos: Itaú (ITUB4), Suzano (SUZB3), Vibra (VBBR3) e Sabesp (SBSP3)” afirmam os analistas da XP Investimentos.
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