CENÁRIO EXTERNO: SINAIS CONFLITANTES
Mercados… Mercados asiáticos fecharam essa 4ªf com desempenhos mistos, sem grandes destaques. Na zona do euro, índices de mercado operam próximos a estabilidade, também sem apresentar uma tendência bem definida. O Stoxx 600, índice que abrange ativos de diversas regiões do bloco europeu, avança 0,2% até o momento. Em NY, índices futuros registram ganhos de mais de 1,0%, recuperando as perdas de ontem, e o dólar (DXY) se mantém estável contra seus principais pares do G10. No plano das commodities, ativos continuam sustentando uma dinâmica predominantemente positiva. O preço do petróleo (Brent Crude) sobe mais 1,3%, negociado acima dos US$ 35,00/barril.
Sinais conflitantes… Bolsas internacionais operam sem direções claras, reflexo de um mercado que avalia sinais conflitantes sobre o futuro da economia mundial. Novos questionamentos em torno da vacina apresentada pela Moderna Inc., atualmente em período de testes, amenizaram a animação verificada na 2ªf. Ao mesmo tempo, uma nova onda de infecções na China preocupa, principalmente após médicos declararem que o vírus já pode estar sofrendo mutações. Na outra ponta, a expectativa por estímulos contínuos nas esferas políticas e monetárias ao redor do mundo; além do movimento de reabertura de negócios que está sendo verificado na zona do euro, têm sustentado mercados nas bandas verificadas após a recuperação de abril. Diante de tantas informações, a tendência é o mercado continuar se movendo de maneira errática, com investidores precificando os acontecimentos dia-após-dia.
Médicos verificam sinais de mutação… Segundo relatos advindos das províncias de Jilin e Heilongjiang, a doença está demorando mais de 1-2 semanas para se manifestar – fato que dificulta a sua contenção – e pacientes estão demorando mais para se livrar do mesmo. Tendo isso em vista, alguns já temem que o vírus já pode estar sofrendo algum tipo de mutação. Apesar disso, não há formas de saber de fato se a mutação está efetivamente ocorrendo ou se os médicos estão tendo a oportunidade de observar melhor a doença agora que o sistema de saúde não está sobrecarregado. Vamos acompanhar…
Na agenda… Após o índice ZEW de expectativas na economia europeia trazer avanços significativos na leitura preliminar do mês de maio; o investidor avalia a divulgação do índice de confiança do consumidor no bloco, às 11h. Nos EUA, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) divulga seus estoques de petróleo bruto (11h30) e o Fed divulga a ata da reunião do FOMC finda no dia 29 de abril (15h).
BRASIL: GOVERNADOR DO RJ DEVE COMEÇAR REABERTURA DO ESTADO EM JUNHO
B3 não adere a feriados paulistanos… A Bolsa de Valores de São Paulo manterá as suas portas abertas e não sofrerá alterações ao seu cronograma apesar do “megaferiado” sancionado pelo prefeito e pelo governador de São Paulo. A cidade e o estado anteciparam três feriados e tornaram a sexta-feira em ponto facultativo na tentativa de intensificar o isolamento social até a próxima segunda-feira (25/05). Os feriados antecipados serão observados pelo mercado em suas datas originais.
Witzel aborda reabertura… Ontem, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), fez previsões sobre a reabertura do seu estado pela primeira vez. O RJ é o estado com o maior número de casos confirmados da covid-19 (27.805) no Brasil após SP e CE. A previsão do governador e da sua equipe é que o processo de reabertura econômica já comece gradualmente no início de junho por área. Em agosto, o governador prevê que o estado do RJ já deve retomar a normalidade plena.
Guedes pretende desonerar folha de pagamento em 30 dias… Em reunião com empresários do setor de serviços, o ministro da Economia, Paulo Guedes; prometeu apresentar medidas para alentar a retomada econômica dentro de 30 dias. Entre os assuntos debatidos estavam novas alterações para reduzir a oneração da folha de pagamento, algo já defendido pelo ministro em vários momentos no ano passado como essencial para combater o desemprego. Guedes também abordou uma possível reforma dos tributos PIS/Cofins, mas não entrou em detalhes.
Maia admite atraso em eleição municipal… O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu pela primeira vez que as eleições municipais de outubro provavelmente serão postergadas em razão da pandemia do coronavírus. Maia e outros parlamentares evitavam o assunto até então; mas a aproximação da eleição e a continuada escalada da crise sanitária forçaram uma abordagem do assunto.
Próximo passo… O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM- AP), deve iniciar a formação de uma comissão mista; com a participação de senadores e deputados, para debater o assunto. Por enquanto, a intenção dos parlamentares é postergar o pleito sem que haja necessidade de estender o mandato dos vereadores e prefeitos, ou seja, o Congresso pretende preservar a realização das eleições dentro deste ano. Será necessário aprovar uma PEC para concretizar a mudança de calendário. A questão da data da eleição municipal é de grande interesse de vários deputados que pretendem disputar prefeituras.
Agenda… Por aqui, além da 2ª prévia do IGP-M para maio (8h), que deve apontar para deflação de 0,2%, o mercado aguarda a divulgação da sondagem industrial da Confederação Nacional da Indústria de abril (10h).
E os mercados hoje?… Lá fora, bolsas operam sem tendência bem definida, com investidores avaliando uma série de sinais conflitantes para o futuro da economia mundial. Se por um lado a reabertura econômica e a expectativa por novos estímulos jogam a favor; a cautela em torno da possibilidade de uma nova onda do vírus e o ceticismo com liberação de uma vacina/cura mantém investidores com o pé atrás. No Brasil, número de novos casos avançam a níveis recordes, com mais de mil por dia; reforçando o receio vis-à-vis a duração das medidas de isolamento. A discussão sobre a liberação da cloroquina no tratamento dos pacientes da Covid-19 segue em pauta, com Bolsonaro prometendo a sua liberação em breve. Na política, segue a expectativa pela divulgação do vídeo da reunião ministerial de Bolsonaro, que pode trazer novos constrangimento ao governo caso seja divulgado na íntegra pelo ministro do STF, Celso de Mello. Avaliando o quadro desta manhã, esperamos um dia de viés negativo para ativos locais, com bolsa em baixa e dólar em alta, principalmente tendo em vista o salto no número de casos e a forte instabilidade política.