“O Brasil possui uma das maiores populações de animais de estimação do mundo, com cerca de 167,6 milhões de pets, responsáveis por levar o faturamento do setor para R$ 68,9 bilhões de reais em 2023.”

       

       O mercado voltado a pets no Brasil vem batendo recordes de faturamento a cada ano, seguindo uma tendência sócio-demográfica que está transformando a sociedade. É o que aponta um estudo inédito da Equus Capital, consultoria especializada no setor. “O segmento tem mostrado um crescimento robusto. O número de clínicas veterinárias cresceu 17,4% nos últimos doze meses, por exemplo”, afirma Felipe Vasconcellos, sócio da gestora.

       “Apesar da alta, os desafios dos empreendedores são inerentes. Cerca de 5,9% dos novos estabelecimentos de embelezamento de animais e 4,5% dos pet shops fecham em menos de dois anos após a abertura, evidenciando a importância de uma gestão eficiente para garantir a sustentabilidade dos negócios. No entanto, esses índices são relativamente baixos se comparados a outros segmentos, como o de restaurantes, por exemplo, no qual 50% fecham as portas em até 24 meses”, diz.

        No segmento de embelezamento de animais domésticos, o executivo aponta um crescimento de 8,8% no número de novos estabelecimentos, seguido de uma alta de 5,1% no de atacadistas de alimentos para pets. “O setor como um todo está crescendo e também observamos um crescimento de 4,4% no número de estabelecimentos de varejo de animais e artigos para pets”, frisa, acrescentando que no atacadista de medicamentos veterinários, a alta foi de 3,7%.

        “O Brasil possui uma das maiores populações de animais de estimação do mundo, com cerca de 167,6 milhões de pets, responsáveis por levar o faturamento do setor para R$ 68,9 bilhões de reais em 2023. Essa vasta base de consumidores potenciais garante uma demanda constante por produtos e serviços relacionados ao bem-estar animal”, diz.

       Conforme o executivo, os pet shops não se limitam apenas à venda de alimentos e acessórios. “Eles oferecem uma ampla gama de produtos e serviços, incluindo cuidados veterinários, grooming (serviços de estética), medicamentos, brinquedos, e até mesmo serviços de hotelaria para pets. Essa diversificação permite que os pet shops atendam a inúmeras necessidades dos tutores, aumentando suas oportunidades de receita. Isso sem mencionar o crescimento vertiginoso do e-commerce pet, serviços de comodidade como entregas programadas e produtos novos, como o plano de saúde pet. ”, fala.

       Para ilustrar a evolução do setor, Vasconcellos lembra que, historicamente, os pets eram alimentados com restos de comida dos humanos. Porém, a primeira grande transformação do setor ocorreu quando os animais passaram a ser alimentados com ração. “Inicialmente, as rações eram simples, mas essa mudança já representava um avanço significativo em relação ao passado”, ressalta. 

        Conforme o executivo, a segunda etapa na evolução do setor foi a introdução de vacinas para os pets, melhorando significativamente a saúde animal. “Atualmente, vivemos a terceira onda dessa transformação, motivada por uma mudança demográfica e comportamental, que podem ser facilmente observadas – as pessoas estão se casando cada vez mais tarde e tendo menos filhos. Com isso, vemos uma ‘humanização dos pets’ com os tutores cada vez mais preocupados com a qualidade da alimentação e o bem estar de seus pets.” 

        “Hoje, há uma demanda crescente por alimentos premium, com consumidores exigindo transparência sobre a origem dos ingredientes, optando por produtos orgânicos e preocupando-se com a saúde e o bem-estar dos animais, vistos como membros da família”, frisa.

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