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Mercado: o que esperar do segundo semestre?

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Imagem: Freepik

Na sexta-feira (28) o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou em queda de 0,32%, aos 123.906 pontos. Assim, o Ibovespa encerrou o primeiro semestre com perda de 7,7%. Já no dia 1º de julho, o dólar fecha o dia a R$ 5,65. Segundo o Bloomberg Línea, influenciado por “dados negativos das contas do setor público consolidado e por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a política monetária e fiscal”. O que esperar do mercado no segundo semestre?

No entanto, em junho o desempenho do Ibovespa foi positivo, com avanço de 1,5%. Na última semana do mês, chegou a avançar 2,1%, o segundo período consecutivo de altas. Dentro desse cenário, o que vem por aí?

“O mês de junho foi positivo para o Ibovespa, mas a recuperação novamente só veio nos dias finais com a virada no dia 25, com o retorno de investidores às compras. Em todo o mês a bolsa ficou refém de um noticiário fraco do lado corporativo”, comentam aos analistas da Planner.

Além disso, o Banco Central manteve a Taxa Selic em 10,50%, com o Copom deixando claro que pode não mudar nada nas próximas reuniões. Dólar acima de R$ 5; as commodities (minério de ferro e petróleo) também oscilaram no período, refletindo nas ações dos respectivos setores, mas no caso de Petrobras o viés foi positivo, ajudando a segurar a pressão de vendas na bolsa.

Como foi lá fora

A inflação dos EUA seguiu protagonista no mercado internacional. Após resultados ruins do ponto de vista da política monetária nos meses iniciais do ano, o mês de junho foi marcado por dados de inflação majoritariamente positivos. 

De acordo com a CM Capital, “o bom desempenho do indicador ajudou inclusive a amenizar o tom dos discursos de parte dos membros do comitê de política monetária do FED, que embora sigam não se comprometendo com cortes no segundo semestre, sinalizaram que a manutenção do cenário observado em junho permitirá ao menos uma redução ainda em 2024.” 

Na Zona do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) optou por ser a primeira autoridade monetária dentre as economias avançadas do ocidente a iniciar seu ciclo de distensão monetária. “Justificam este movimento as projeções mais recentes do comitê, que já apontam para a convergência da inflação ao centro da meta dentro do horizonte relevante da política monetária do BCE, bem como a firme ancoragem das expectativas dos agentes econômicos da região”, comentam os analistas da CM Capital.

Perspectivas para o segundo semestre

Por aqui, a segunda metade do ano inicia com a polarização das eleições municipais já ganhando espaço entre os políticos e a mídia, mas a campanha começa só em agosto. Na metade deste mês há expectativa de votação da Reforma Tributária que trará um novo capítulo para o Brasil, ainda não entendido totalmente pela sociedade. 

Para os analistas, o consenso é aguardar os resultados do 2T24 para novas avaliações de oportunidades no mercado de ações. 

O BB Investimentos, por exemplo, aproveita a virada de semestre para atualizar seu modelo de análise fundamentalista do Ibovespa e apresenta um novo preço-alvo para o índice ao final de 2024, em 138 mil pontos (de 141 mil pontos), o que representa um potencial de 11,4% frente ao fechamento de junho. 

“Nossa avaliação deriva de uma análise bottom up – método pelo qual o valor justo é atribuído com base nas projeções de preço de cada companhia que compõe o Ibovespa, ponderadas por sua participação no índice”, explicam os analistas.

No que diz respeito às empresas, o time do BB não vê deterioração nos fundamentos das companhias. Segundo os analistas, o modelo fundamentalista que adotado pressupõe que os movimentos da bolsa são direcionados por um conjunto de variáveis macro e microeconômicas. “Do ponto de vista micro, a bolsa ‘deveria’ refletir positivamente movimentos de expansão nas expectativas de lucro das empresas ou, negativamente, no caso de sua deterioração. Nesse contexto, observamos um incremento de 9,5% nas projeções ponderadas de lucros para os próximos 12 meses desde o início do ano, cenário amparado em 2024 por duas temporadas de resultados positivos, em nossa opinião.” 

Já na macroeconomia, as oscilações do Ibovespa incorporam, no curto prazo, as alterações de expectativas em torno da atividade econômica, inflação, juros, câmbio, entre outros fatores, no Brasil e no exterior, de forma que ao longo do tempo esses ajustes sejam incorporados nos modelos individuais de avaliação de empresas, retroalimentando o ciclo, diz o relatório do BB.

“Essas variáveis, em uma visão de longo prazo, exercem influência sobre as taxas de desconto aplicadas em nossas avaliações. Nesse ponto, notamos um processo de deterioração ao longo do primeiro semestre. Como exemplo, os contratos de juros de 10 anos no Brasil viram seus rendimentos se ampliar em cerca de 200 pontos-base – movimento que deteriora o valor presente dos ativos.”

Em síntese, os analistas permanecem convictos de que houve “melhora nas projeções de resultado, não podemos negligenciar o fato que as taxas de desconto aplicadas às avaliações se deterioraram de forma moderada”. 

Novidades na cobertura do BB – Seis novas empresas: Nubank, Cury, Vamos, Rumo, Raízen e Eletrobras. “Os relatórios de estreia trazem um panorama setorial, avaliação do modelo de negócios das empresas e os fundamentos que explicam as teses de investimentos, além das recomendações e preço-alvo para cada ativo.”

Recomendadas para julho: Banco BTG Pactual BPAC11; Copasa CSMG3; Caixa Seguridade CXSE3; Direcional DIRR3; Itau Unibanco ITUB4; Petrobras PETR4; Cteep TRPL4; Vale VALE3; Vibra Energia VBBR3; Weg WEGE3.

BTG pactual fala em uma crise de confiança

A situação da bolsa brasileira, com essa deterioração dos preços dos ativos locais, para os analistas  do BTG Pactual pode ser atribuída a “uma crise de confiança fiscal e monetária”. 

Segundo eles, a decisão unânime do Banco Central de manter a Taxa Selic em 10,50% em junho pode ter restaurado um pouco da confiança do mercado, mas uma recuperação completa só poderá ocorrer após a nomeação do novo presidente do Banco Central em dezembro, que pelo que se especula pode ser Gabriel Galípolo, diretor nomeado por Lula e ex-braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Em relação ao lado fiscal, esperamos que o governo anuncie um congelamento de gastos em julho, mas mudanças orçamentárias mais estruturais só poderão ocorrer após as eleições municipais de outubro.”

Frente a isso, com um cenário mais incerto e volátil, os analistas decidiram adicionar um pouco de exposição cambial e defesa. “Assim, estamos adicionando a Equatorial, que é negociada a uma TIR real de 11,7%, substituindo a Renner. Juntamente com a Eletrobras, 20% da nossa 10SIM está agora exposta a serviços básicos. A empresa de telecom TIM também faz parte do nosso portfólio.”

Também estão nas recomendações a Klabin (KLBN11), substituindo a Embraer e a JBS (JBSS3), no lugar da Localiza. “A JBS oferece exposição cambial e deve se beneficiar dos ciclos positivos de aves e suínos nos EUA e dos ciclos favoráveis de gado e aves no Brasil.” 

Carteira recomendada: : Petrobras PETR4; Itaú Unibanco ITUB4; Eletrobras; ELET3; JBS JBSS3; Tim TIMS3; Equatorial EQTL3; Klabin KLBN11; Stone STOC31; Allos Shoppings ALOS3; Cyrela CYRE3.

Localiza (RENT3) sai da carteira do BTG, mas entra na da Terra

Duas novidades no portfólio da Terra para este mês: Arezzo (ARZZ3) e a preterida pelo BTG em troca da JOBS, Localiza (RENT3).  Segundo os analistas da Terra, a escolha da Localiza se deve “pela assimetria positiva resultante da desvalorização dos papéis em 2024, enquanto os preços de carros novos e usados mostram sinais de estabilização, indicando que o pico da depreciação pode estar próximo”.

Conforme os analistas, a empresa se beneficia de melhores condições de compra de veículos e de um mix de safras da frota mais favorável. “O rejuvenescimento da frota deve continuar melhorando a eficiência de custos. Além disso, a perspectiva de expansão no México representa uma nova avenida de crescimento. O cenário de concorrência mais disciplinado e a resiliência da demanda também são fatores positivos. A depreciação elevada já precificada abre oportunidades de valorização, tornando o atual nível de preços atrativo para investidores”, justificam os analistas.

Já para a inclusão da Arezzo (ARZZ3) baseia-se na fusão recente com o Grupo Soma, que fortalece a presença no mercado de calçados e acessórios de luxo. As sinergias esperadas incluem economias de escala, otimização da cadeia de suprimentos e maior poder de negociação com fornecedores. “A integração das operações deve resultar em eficiência operacional e redução de custos. Além disso, a Arezzo pode expandir sua base de clientes e aumentar sua participação de mercado. A sólida execução e histórico de crescimento da empresa, juntamente com a fusão, posicionam a Arezzo para capturar valor significativo. Por fim, o atual preço das ações não reflete plenamente os benefícios esperados da fusão, oferecendo uma oportunidade atraente de investimento.”

Recomendadas: Vale VALE3; Bradesco BBDC4; Lojas Renner LREN3; Gerdau GGBR4; Cosan CSAN3; Cyrela CYRE3; CCR CCRO3; Petrobras PETR4; Localiza RENT3; Arezzo ARZZ3. 

Outras recomendações

CM Capital: Cosan CSAN3; WEG WEGE3; Klabin KLBN11; Marfrig MRFG3; Localiza RENT3; Egie EGIE3; Fleury FLRY3; Logg LOGG3; Santos Brasil STBP3; RaiaDrogasil RADL3. 

Itaú BBA: Para julho,  três novidades: Rede D’Or entra no lugar de Hapvida no setor de saúde; JBS entra no lugar de BRF no segmento de alimentos e bebidas; Caixa Seguridade entra no lugar de B3 no setor de serviços financeiros. SLC Agricola SLCE3; Multiplan MULT3;  Caixa Seguridade CXSE3; Nubank ROXO34; Ânima Educação ANIM3; Direcional DIRR3; Eletromidia ELMD3; Sabesp SBSP3; Cyrela  CYRE3; Vale VALE3; Kinea KNIP11; Santos Brasil STBP3; JBS JBSS3; Rede D’Or RDOR3; PetroRio PRIO3; Klabin KLBN11; Grupo Soma SOMA3; Weg WEGE3; Centauro (SBF) SBFG3.

Ágora: Para julho, uma única mudança na composição do portfólio: saem as ações ON da WEG (WEGE3) e ientra as ações ON da EcoRodovias (ECOR3). 

“Reconhecemos a qualidade de WEG, mas optamos por realizar lucros após a alta recente. Em seu lugar, incluímos a EcoRodovias que tem características de bond proxy, previsibilidade nos resultados, que acreditamos ser condizente para o momento de maior incerteza. Além disso, a troca possibilitou elevar o Beta da carteira de 0,80 para 0,99, visando se aproximar da indexação do Ibovespa. “

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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.
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Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.

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