O aumento na taxa básica de juros para 13,25% ao ano na última quarta-feira (29), veio sem surpresas na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando de Gabriel Galípolo. Segundo Ricardo Serone, diretor financeiro e de investimentos da BB Previdência, mesmo que o Banco Central já tenha anunciado, a possibilidade de duas altas seguidas na mesma proporção, o mercado está muito atento a novas informações para ter mais clareza sobre os próximos passos da entidade. A primeira ata do ano deve sair na próxima terça-feira, 4.

“Os aumentos indicados já foram incorporados na precificação dos ativos, mas há uma expectativa sobre a próxima ata, que pode mudar esse cenário, caso surjam novas informações”, explica o diretor da BB Previdência, que estima a Selic na faixa de 14,25% a 15% ao final de 2025. “Caso não haja arrefecimento sensível na inflação, a taxa poderá atingir os 15% atualmente projetados pelo mercado. Se a política monetária fizer efeito no curto prazo, em até seis meses, poderá ficar em torno do menor patamar”, comenta Serone.

Para ele, assim como para o mercado, as atuais altas da Selic é em vista da inflação mais persistente, somada às expectativas, sempre crescentes e que vêm da desconfiança em relação ao comprometimento do governo federal com o equilíbrio fiscal. A última estimativa do Boletim Focus é de que o IPCA alcance 5,50% ao final deste ano, bem acima das metas oficiais. Essa inflação que tem sido estimulada pelo baixo nível de desemprego no País, em função do crescimento econômico, além dos impactos da alta do dólar e dos eventos climáticos nos preços.

As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) continuam evoluindo e agora estão em 2,06% ao final de 2025; bem como a desvalorização do real, com o dólar cotado a R$ 6. “Cenário fiscal incerto no Brasil e juros ainda muito altos nos Estados Unidos devem continuar a pressionar o câmbio.”

Como a Selic pode impactar os planos de previdência

O atual patamar de juros traz oportunidades para investimentos em renda fixa, principalmente, no longo prazo, uma característica das alocações realizadas pelas entidades de previdência complementar fechada.

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“Embora seja esperada uma boa dose de volatilidade também neste segmento por conta dos movimentos das taxas de juros futuros causados por ruídos na esfera fiscal do governo. Quanto à renda variável, há a expectativa de recuperação, se houver a percepção de que a inflação está sendo controlada e de queda nos juros futuros. Até lá, a renda variável continuará bastante volátil”, diz Serone.

(Fonte: BB Previdência)