De acordo com fato relevante, o Méliuz fechou a compra da Acesso Bank, fintech de solução de pagamentos e bank as a service, por R$ 324,5 milhões e entrou de vez no mundo dos serviços financeiros. Os acionistas da Acesso ficarão com cerca de 8% do Méliuz. Essa foi a segunda aquisição do Méliuz desde seu IPO, no fim do ano passado que injetou em R$ 300 milhões em caixa. A ação já subiu mais de 250% e o valor de mercado está em R$ 4,2 bilhões.

Fundada há oito anos por Sérgio Kulikovsky, a Acesso deu início às operações apenas como um cartão pré-pago, que era comercializado em supermercados. Em 2018, a empresa criou seu banco digital e o Bankly, serviço de banking as a service, com a ajuda de Davi Holanda, atual CEO, que veio do PagSeguro. O quadro de acionistas da Acesso conta com o fundo de venture capital InvestTech; Luis Stuhlberger, fundador do Verde; a família Heilberg, da HIX Capital; Pino Marco Di Segni, sócio da Geo Capital; Jorge Paulo Lemann; além do CEO e do fundador.

Impacto: Marginalmente positivo. Observamos que a companhia segue com um pipeline aquecido de aquisições, o que resulta na continuidade de um crescimento robusto. Essa transação é bastante estratégica para a Meliuz pela possibilidade de entregar aos seus 16 milhões de usuários uma conta digital completa que vai servir de plataforma para entrada em outros sérvios financeiros (de empréstimos e investimentos até seguros). A Acesso, que deixará de ter esse nome e passará a ser subsidiária integral do Méliuz, movimentou R$ 1,3 bilhão em volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) em março deste ano. A receita bruta no ano passado foi de R$ 53,6 milhões, com base em um time de 178 pessoas. O negócio também pode ampliar a venda cruzada com produtos e serviços já existentes da empresa, como o Cartão Méliuz, Marketplace e Méliuz Nota Fiscal. “O Méliuz passa a ter capacidade de aumentar ainda mais o engajamento da base de usuários, facilitando o lançamento de novos produtos financeiros.”

Mesmo com um múltiplo da aquisição elevado (6x Receita), o aumento do mercado endereçável da Méliuz e o alinhamento de interesses do time da Acesso, com a troca de ações são fatores positivos. Analisamos a aquisição como construtiva.

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte