O mês de fevereiro foi o pior para o Ibovespa desde junho de 2022. O índice local fechou em queda de 7,5% no mês, pressionado pela perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos.

No Brasil, rumores em relação à mudança da meta de inflação, incertezas fiscais e um ambiente externo desfavorável pesaram sobre o índice.

5 maiores altas de fevereiro de 2023

Fonte: B3 e Exame

1 – São Martinho (SMTO3)

Apenas 11 ações fecharam o mês de fevereiro no positivo. O grande destaque vai para São Martinho, que subiu 8,76%.

Apesar de ter encerrado o terceiro trimestre da safra 2022/23 com um lucro líquido -38% menor em relação ao mesmo período do ano anterior, as boas perspectivas para o açúcar no quarto trimestre e a retomada dos impostos sobre os combustíveis fortalecendo o etanol nas bombas impulsionaram as ações da companhia ao longo do mês. 

2 – Multiplan (MULT3)

Em segundo lugar na lista está a Multiplan, com avanço de 5,80% em fevereiro.

Uma das maiores empresas de shopping do Brasil, a Multiplan apresentou resultados acima da expectativa do mercado no 4T22, impulsionados pelo crescimento das receitas de aluguéis e que trouxe boas perspectivas em relação aos primeiros trimestres de 2023. 

Além disso, outro fator que colaborou com a alta das ações da companhia foi a troca em seu comando, com José Isaac Peres deixando o cargo de CEO após 50 anos à frente da Multiplan e colocando seu filho no lugar – podendo, assim, manter a mesma cultura e estratégia que vem dando certo há tempos pela empresa.

3 – Natura (NTCO3)

Em terceiro lugar na lista das melhores ações de fevereiro está a Natura, com crescimento de 5,29%.

O movimento, porém, não vem impulsionado por nenhuma grande novidade relacionada às expectativas futuras da empresa, mas pode ser explicado pelo relatório do Itaú no meio do mês reafirmando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para NTCO3 com boas perspectivas para a reestruturação da companhia.

4 – TIM (TIMS3)

Logo em seguida, aparecem as ações da TIM Brasil, com valorização de 3,99% em fevereiro. O crescimento se deu apesar da divulgação negativa de seus números do 4T22, onde a empresa viu seu lucro recuar -23%. O resultado, entretanto, foi impactado pelas maiores despesas financeiras após ter se financiado para participar do leilão do 5G, além de ter comprado a rede móvel da Oi (OIBR3).

5 – WEG (WEGE3)

Já a Weg fechou o mesmo período com uma valorização de 3%. Como de costume, a companhia apresentou mais um sólido resultado no último trimestre de 2022, com crescimento de +36,5% em seu lucro líquido na comparação com o mesmo período do ano anterior. Sendo assim, as ações da Weg seguem acompanhando de perto os números reportados pela empresa.

5 maiores baixas de fevereiro de 2023

Fonte: B3 e Exame

1 – Azul (AZUL4)

Encabeçando a lista de maiores baixas do mês, estão as ações da companhia aérea Azul, que despencou quase 40% em fevereiro.

Ainda que os resultados do 4T22 devam ser beneficiados por uma sazonalidade positiva (férias, festas de final de ano etc.), os números da companhia devem continuar sendo pressionados pelo dólar e combustível em alta (maior parte de seus custos são dolarizados). Outro ponto que preocupa os investidores é a alavancagem financeira da empresa, ainda mais em períodos de juros altos.

2 – CVC (CVCB3)

No mesmo setor, as ações da CVC também não performaram bem em fevereiro e acumularam a segunda pior queda do mês, variando 32,67%.

Apesar de ter divulgado suas prévias do 4T22 apresentando crescimento em suas reservas, os números vieram abaixo das expectativas do mercado, que ainda questiona a capacidade da companhia em honrar com suas dívidas (muitas delas de curto prazo). Por conta disso e de um cenário ainda muito desafiador para o turismo brasileiro (juros impactando o bolso da população), as ações da CVC acabaram sendo fortemente castigadas em fevereiro. 

3 – Yduqs (YDUQ3) 

Pressões macroeconômicas limitaram o avanço da Yduqs no segmento de ensino superior, com queda de 31,75% no mês.

Após a vitória de Lula nas últimas eleições, o setor educacional foi uma das grandes apostas dos investidores para os próximos anos, com possíveis novos investimentos no Fies. O cenário, porém, está longe de ser dos mais favoráveis para empresas como a Yduqs, que ainda sofrem com os juros altos e descontos, que acabam praticamente anulando uma possível retomada da demanda por ensino presencial.

4 – Alpargatas (ALPA4)

O mal desempenho das ações da Alpargatas é reflexo do resultado decepcionante apresentado por ela para o 4T22. No mês, as ações da companhia tombaram 30,71%.

A dona da Havaianas entregou um Ebitda -15% menor em relação ao 4T21 e teve um prejuízo líquido de R$ 21 milhões, revertendo um lucro de mais de R$ 300 milhões no mesmo período do ano anterior. Com mais um resultado bem abaixo das expectativas do mercado, as ações apresentaram forte queda no mês de fevereiro (-19% somente no dia da divulgação dos resultados).

5 – Gol (GOLL4)

Os papéis da Gol também não escaparam e foram punidos pelo ambiente de manutenção dos juros altos. No mês, as ações da aérea cederam 27,81%.

Assim como a Azul, a Gol também deverá apresentar resultados pressionados pelos altos patamares do dólar e dos combustíveis. Além disso, o cenário de juros permanece comprimindo a demanda por serviços (como o turismo) pela população e afetando, assim, as companhias aéreas e seus papéis.

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