A Marisa divulgou seu resultado referente ao 4T20. Neste, os números foram impactados pela piora das vendas no mês de dezembro, que acabou ofuscando o bom desempenho nos meses de outubro e novembro. A companhia vinha em um processo de aumento do fluxo em suas lojas físicas, o que acabou sendo interrompido pela pandemia. Seu e-commerce, por outro lado, conseguiu se tornar mais relevante em termos de receita. Entre os principais destaques, estão:

• Vendas com redução de 7,2% no período, em função do impacto da pandemia no fluxo em lojas físicas durante dezembro. SSS de -5,6% no período, apesar da performance positiva dos meses de outubro e novembro. A queda de vendas verificada em dezembro, particularmente na segunda metade do mês; foi uniforme entre regiões, tipos de loja e categorias, indicando estar relacionada à segunda onda da COVID-19;

• Vendas da plataforma digital com crescimento de 63,9% – contra 68,2% no 4T19, impulsionadas pelo maior tráfego no e-commerce; especialmente durante dezembro, assim como pela maior aderência das clientes ao APP, que no final do ano já representou mais de 30% das vendas do digital;

• Margem Bruta de 42,1%, e Lucro Bruto com redução de 19,9%. Margem em recuperação gradual – em dezembro, 49,6% – já refletindo os níveis mais ajustados de estoques;

• Despesas com Vendas totalizaram R$ 236,6 milhões, redução de 2,4% a.a., refletindo as diversas ações adotadas para redução estrutural das despesas durante o ano, com destaque para renegociações de contratos. Já as Despesas Gerais e Administrativas totalizaram R$ 48,9 milhões, redução de 17,1%, também refletindo os esforços da Companhia para maiores ganhos de eficiência;

• O EBITDA do trimestre, apesar de uma redução de R$ 79,7 milhões em relação ao 4T19, reflexo dos impactos da pandemia sobre as operações de varejo e PSF, demonstra processo de recuperação gradual em relação aos resultados verificados nos trimestres anteriores;

• A participação dos cartões (Marisa + Co-Branded) nas vendas do trimestre atingiu 38,6%, queda de 2,8 p.p. em relação ao 4T19; em função da queda do número de contas ativas do PL. A receita de serviços financeiros sofreu redução de 23,1% ante o período anterior, reflexo do menor fluxo em loja durante o período;

• No final do 4T20, a Companhia apresentava endividamento líquido de R$ 301,2 milhões, R$ 134,3 milhões acima do 4T19, em função do menor nível de caixa no período – vale destacar que em dez/19 a Companhia havia recentemente realizado o aumento de capital de R$ 550 milhões;

• A Companhia apresentou no 4T20 um resultado negativo de R$ 28,9 milhões, ainda refletindo os impactos da pandemia sobre suas vendas.

Impacto: Marginalmente Negativo. A Marisa apresentou um resultado fraco, com queda da receita de vendas e do SSS. A empresa, que possui forte operação em lojas físicas, conseguiu no entanto fortalecer seu canal digital, que cresceu 63,9% no trimestre, e passou a representar parcela acima de 30% das vendas. Acreditamos que a companhia se encontra, atualmente, diante de um cenário extremamente desafiador ao desenvolvimento de sua operação, que estava desenhada para começar a receber maior fluxo de clientes em suas lojas e assim impulsionar as vendas. Na nossa visão, o principal driver do case é o avanço das campanhas de vacinação. Com isto, acreditamos que a cia pode voltar a colocar o projeto de melhora das lojas físicas em prática, ao mesmo tempo em que pode seguir desenvolvendo seu canal digital. Por ora seguimos com visão neutra, mas vemos na melhora do cenário da vacinação e consequente reabertura comercial, possíveis oportunidades de ganhos no ativo.

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte