A Marfrig reportou seu resultado referente ao 4T20 na noite de ontem, no qual anunciou ter atingido um lucro líquido recorde em R$ 1.171 milhões, aumento 4.252% vs. 4T19 e de 74% vs. o 3T20, justificada pelo forte desempenho das vendas, que foi positivamente impactado pelo efeito do câmbio desvalorizado e da política de disciplina de despesas. Separamos abaixo os principais destaques do release:

• A receita liquida consolidada da Marfrig no 4T20 foi de R$ 18.266 milhões e o EBITDA atingiu R$ 2.108 milhões; uma expansão de 28,5% e de 30,3% na comparação com o resultado do 4T19, respectivamente. A margem EBITDA consolidada do trimestre, por sua vez, foi de 11,5%, 10 pbs superior à margem do 4T19;

• Na América do Norte, a receita liquida foi de US$ 2.342 milhões, EBITDA de US$ 307 milhões e margem de 13,1% no 4T20. A operação alcançou volume recorde de vendas pelo segundo trimestre consecutivo, e evidencia o forte ciclo bovino país;

• Já a operação da América do Sul obteve recorde de receita líquida no 4T20 de R$ 5.613 milhões. O EBITDA foi de R$ 484 milhões e a margem atingiu 8,6%;

• As despesas com vendas, gerais & administrativas (DVGA) totalizaram R$ 999 milhões. A DVGA em função da receita líquida (DVGA/ROL) foi de 5,5% comparado a 5,4% no 4T19. As ações voltadas ao controle de despesas, como otimizações logísticas e reduções de viagens compensaram o maior volume vendido e a apreciação do dólar entre os períodos para as despesas com vendas, enquanto que as iniciativas de simplificação da estrutura corporativa e contenção de despesas com pessoal que compensaram a depreciação do real, contribuíram para a melhora das gerais & administrativas;

• No 4T20, o EBITDA foi de R$ 2.108 milhões, uma expansão de 30,3% na comparação com o 4T19. A margem EBITDA, por sua vez, foi de 11,5%, 10 pbs superior ao 4T19. A contínua boa performance no trimestre é explicada: (i) pelo maior volume de vendas no mercado doméstico na Operação América do Norte; (ii) pelo aumento no preço médio e maior volume de exportações, em especial para China; (iii) por melhoras de eficiência de produtividade e de redução de custos promovidas pela Operação América do Sul; e (iv) pela forte desvalorização do real frente ao dólar na operação América do Sul;

• O resultado financeiro líquido do 4T20, antes do efeito da variação cambial e despesas não recorrentes, foi de R$ 360 milhões, uma redução de 6,2% e de 18,8% em relação ao 3T20 e 4T19, respectivamente, e foi o menor valor histórico da Companhia. Nesse trimestre, a variação cambial foi positiva em R$ 204,3 milhões; explicado pela diferença entre os câmbios finais do período (4T20 R$ 5,20 vs R$ 5,64 no 3T20). Como resultado, o resultado financeiro líquido do 4T20, considerando a variação cambial, foi uma despesa de R$155,6 milhões;

• No 4T20, o resultado líquido das operações continuadas foi positivo em R$ 1.171 milhões. No ano, o resultado líquido acumulado foi positivo em R$ 3.302 milhões, o que gerou base contábil para distribuição de dividendos. O Conselho de Administração propôs à Assembleia Geral Ordinária, que será realizada em 08 de abril de 2021, a distribuição de dividendos relativo ao exercício de 2020 no montante de R$ 141 milhões. Este valor representa 50% do lucro líquido passível de distribuição aos acionistas e equivale aproximadamente R$0,20/ação;

• Ao final do 4T20 a Companhia apresentou índice de alavancagem medido pela relação entre dívida liquida e EBITDA (últimos 12 meses) de 1,60x em dólares e 1,57x em reais, o menor nível de sua série histórica.

Impacto: Positivo. A Marfrig apresentou um forte trimestre de desempenho pautado no aumento das vendas da companhia; aumento do preço médio e do volume exportado, especialmente para a China; melhora da eficiência em termos de produtividade e redução de custos e despesas (com otimizações logísticas e contenção de despesas com pessoal, entre outros fatores); e forte desvalorização cambial do real frente ao dólar na operação da América do Sul. Outro ponto importante é a operação nos EUA (National Beef) que segue apresentando bons resultados, em meio ao cenário mais favorável par a a oferta de bovinos, garantindo uma margem mais saudável na operação. Gostamos do setor e especialmente da Marfrig para o momento atual, com grande exposição ao dólar, operação nos EUA com grande eficiência, e perspectivas de melhoras nas margens para a operação da America do Sul. Marfrig segue bem posicionada para suportar o cenário de elevada volatilidade da bolsa local no curto prazo.

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