Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva

Os temas de economia e política econômica, são fundamentais para todos os contadores, administradores, economistas, e advogados. Especialmente para os economistas (pois, lhe são de especialidade). Todavia, os fatos da política econômica influenciam a vida de todos. Portanto, tanto quanto importante é entendermos e estudarmos também os fatos da política que rege o poder do Estado, e que causa a política econômica.

A economia é sinônimo de “administração patrimonial”( na ótica de Gino Zappa), ou mesmo em casos tradicionais, é o estudo da riqueza geral de uma nação, embora tenhamos muitos economistas que são consultores de empresas, a função do economista – função esta científica – é proceder a planos econômicos de segmentos, perfazer estudos sociais, planejamentos públicos, direcionamentos de diretrizes políticas, projetos sociais, projetos de investimentos de grupos empresariais, entre outras posições que envolvem um “todo”. Será sempre o “segmento”, o “conjunto”, o “complexo”, isto é, a soma das células sociais. Esta definição clássica vem de importantes economistas como Herrmann Júnior, Cibilis da Rocha Viana, Antonio Lopes de Sá, e outros grandes cultores das ciências aziendais e econômicas, grandes contadores que fizeram de sua vida uma base para a literatura nacional.

Pois bem, o poder econômico, se é que assim podemos mencionar “poder”, é um misto de forças pessoais, familiares, societárias, segmentais, naturais, empresariais, aziendais, que auxiliam na monetização dos bens, na circulação das mercadorias, nas compras e vendas, nos recebimentos e financiamentos, nos pagamentos e no acúmulo de poupança, na diluição dos custos, entre outras operações mais. Sobretudo, o poder econômico facilita a distribuição das riquezas, ou o uso de gestão para a logística de riquezas, de modo que haja consumo, renda, distribuição, gasto, superávit, de acordo com o direcionamento gerencial.

No caso da economia, é impossível a um poder público dominá-la INTEIRAMENTE, nenhum Estado tem o poder de controlar os preços, e quando o faz, o que ocorre, são celeumas incontestáveis no campo social e humano, além de prejuízos lastimáveis a todos os seres dispostos na organização social, porque algo trava a máquina que era para ser livre, gerando retrocessos e danos públicos reais.

A política então DIRIME, DIRECIONA e AJUDA a economia, mas não pode, por meio de ideologia, DOMINAR AUTOCRATICAMENTE, IMPEDIR, CONTROLAR TOTALMENTE, E ABAFAR A FORÇA ECONÔMICA. Quando isso acontece, a destruição da riqueza se produz vagarosamente, e temos uma ausência de prosperidade, ou mesmo uma perturbação: de um lado o PODER POLÍTICO, que domina o PODER ECONÔMICO, então o ESTADO FICA RICO SUMAMENTE, ou PRIVILEGIADO, e de outro, o partido que está por detrás do ESTADO, estará se socorrendo com todos os mananciais financeiros, econômicos, e patrimoniais a seu favor.

Ou seja, temos pois, um Estado autocrático, um partido rico, e uma destruição da economia pelo seu controle total que é impossível. Isso gera uma perturbação social, provocando pobreza, definhamento, e logicamente uma ditadura, pois, para manter uma autocracia só destruindo a democracia. É um tipo de REGIME AUTORITÁRIO como se diz no direito, ou mesmo uma ASSIMETRIA SOCIAL. Em palavras mais nítidas é uma DESORGANIZAÇÃO COM PERTUBAÇÃO SOCIAL, POR/COM PREDOMINIO DE UMA FORÇA SOCIAL.

Um dos regimes que concretiza realmente esta situação é o SOCIALISTA, hoje com outros nomes como SOCIAL DEMOCRACIA (socialismo mais brando), socialismo Fabiano (elitizado e familiar), capitalismo de Estado (o caso Chinês e brasileiro), e por aí vai.

Dizer que há república democrática no regime socialista é uma controvérsia interessante, pelo fato que os regimes socialistas perturbam a sociedade e ainda geram um tipo de domínio POLÍTICO POR SOBRE A ECONOMIA. Ou seja, não se permite que a prosperidade seja livre ou ampla, somente as empresas que tem negociação com o governo (um modelo fascista), ou mesmo o partido comunista que se enriquece. A população não pode ter empresa senão por sobre grande burocracia, e muito menos ter um ganho livre, porque tudo é normatizado e controlado pelo poder político, evitando com isso uma gestão livre, ou uma escolha livre da renda.  

O regime socialista é o que existe em Cuba desde a década de 60, depois da revolução de 1959 (começada em 1953).

 Embora as forças de esquerda elogiem muito a ditadura cubana, por mais que seja ela resistente em mais de 60 anos (talvez seja o encômio dado por esta insistência, em se manter num século o qual a liberdade de opinião é um dever do Estado), sabemos que o modelo político de lá não permite a democracia real, pois, não há oposição, nem concorrência eleitoral, não existe também uma disposição para a liberdade de expressão, e ao mesmo tempo, não há uma produção próspera. São os males teóricos e práticos da concretização de tal regime.

Na época de Batista – outro ditador, este mais liberal – a economia Cubana era a quinta do mundo, hoje ela está entre as cinquenta do mundo, todavia, não acreditamos nestes dados considerando que a perturbação econômica de um regime socialista é evidente com prejuízos fortes para a sociedade, logo deve assumir postos piores, e só não são mais piores devido às multinacionais que lá estão, e as negociações pequenas com outros países, até com os Estados Unidos.

O embargo econômico não é o exagero que falam também: se a culpa dos males da humanidade são os Estados Unidos, por que negociar com eles? Era para se ter mais prosperidade sem eles. E eles não têm. Se é mal, por que eles não crescem sozinhos ou com os outros? Todavia, sempre põe a culpa naquilo que falam que é mal, porém ficam no mal do mesmo jeito. Logo, a ausência dessa causa seria um bem e não o é, no entanto, jogam-na como se fosse um mal, ou seja, pura tautologia.

Um regime socialista empobrece a população, porque suga pelos impostos, e pelo poder político de um partido único, a riqueza do povo.

Não era de se esperar reação diferente do povo cubano, que tenta se libertar de um regime político que não permite a liberdade nem política e nem econômica dos cidadãos escravos da ditadura, ou seja, um regime opressor.

Leiamos bem: todo regime socialista, bolivariano, e coisas que tais, oprime o poder econômico pelo político, e subjugam a população a uma escravidão econômica de dependência do Estado e da ideologia do partido que não consegue se libertar sob as pechas falsas de “justiça social” e “igualdade”, quando no fundo o ataque da ditadura política tenta controlar a economia para o partido. Eles mentem verdadeiramente. Assim numa análise séria a mesma que Boaventura dos Santos fazia, não podemos encontrar outra posição que seja menos conceituadora desse regime como um tipo de ditadura que faz prevalecer o partido. Assim são os regimes marxistas.

Karl Marx (1818-1883) com todas as vantagens de sua capacidade de escrever, e com todas as garantias de sua habilidade, infelizmente cometeu erros graves ao misturar a política e a economia com revolução. Ele pregava a destruição dos patrimônios e das famílias. O fim da Igreja, e a tributação do dizimo. A escola gratuita, mas sob uma ideologia. A destruição das classes e da hierarquia. Portanto, posições contraditórias para o direito e para as ciências sociais. Ao mesmo tempo, no segundo volume da sua obra, ele destacava pontos de defesa patrimonial, e ajuste de gestão dos lucros, contudo, cometia contradição e erro quando pensava que o patrimônio circulante, ou capital circulante, ficava nas mãos dos sócios, o que sempre foi uma falácia sem tamanho.

Portanto um regime desses oprime não apenas a economia, mas as pessoas que dela precisam fazendo com que exista um problema sério em matéria de opressão política, em outras palavras, destruição da riqueza da massa, e poder concentrado nas mãos do Estado e do partido que manda no Estado. Este é o centro da questão socialista.

Era para se esperar, mesmo com muito tardar, que a população cubana reivindicasse algumas coisas fundamentais que não existe no socialismo, ou num modelo socialista tão forte quanto o de Cuba, no dia 11 de Julho deste ano;

  1. Comida e suprimentos
  2. Remédios e assistência
  3. Liberdade de expressão
  4. Liberdade política

Isso é o mínimo que qualquer democracia superior tem que orientar e concretizar, mas são fatos que um regime socialista não consegue fazer operacionalmente.

A questão dos suprimentos, das logísticas que favorecem à distribuição de alimentos e suprimentos, não acontece porque não há liberdade empresarial, com isso os remédios não podem serem distribuídos em quantidade e tempo certos, sem contar que a assistência social sem o dinheiro dos impostos, em uma economia menos livre não é possível.

Num regime que pune a liberdade de expressão, não há democracia. Em uma ditadura como a de Cuba, a liberdade política e de manifestação não existem. Portanto, é contrário ao domínio do partido.

Portanto, para se ter realmente a igualdade e justiça social, que tanto a esquerda, e os socialistas querem, é mister que haja uma economia livre, e com afincos à prosperidade.

Os cubanos pediam o mínimo, e existem pessoas em nosso país que têm tudo e ainda desejam regimes como os de Cuba e seus assemelhados, o que é possível em quem visa interesses partidários. No fundo querem receber da boca do Estado o dinheiro que fica nas mãos dos ideológicos e defensores de partido. Fora disso não há liberdade comercial ou riqueza destruída num regime socialista que normalmente parece bom, mas teoricamente e tecnicamente não propõe o que estabelece. É um regime mentiroso o socialista. E engana a quem quer. Ou quem tem interesse de ser dono de um país com ele.

Lamentavelmente, muitos contabilistas defendem os regimes marxistas, vermelhos, e comunistas, pregando como exemplo ditaduras que pelo poderio militar, e ainda, pelo número de população, conseguiam manter um capitalismo de Estado. Mas veja bem, sempre há um capitalismo. Portanto, para se ter igualdade social é mister a riqueza e o bom uso dela com liberdade comercial. E não o controle da política sobre a economia.

Destarte, esperamos que a ditadura de Cuba se desfaça para o bem dos cubanos, aliás todas as ditaduras socialistas que oprimem a terra, pois, os efeitos do socialismo contra o patrimônio, contra a economia, contra a religião, contra a família, contra a liberdade de expressão, são graves e muito contundentes. Não há democrática em perturbações políticas como a socialista.

Esperamos também o melhor para a população de Cuba, que só pode existir quando se desfizer o regime político de lá, senão continuará sob o julgo da desigualdade e injustiça social, que muitos brasileiros formados querem defender e concretizar no Brasil, sob os rótulos do contrário que nunca existiu/existe na verdade prática desses regimes.

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