A M Dias Branco registrou no 3T20 um lucro líquido de R$ 265,4 milhões, com crescimento de 97,3% em relação a igual trimestre do ano anterior, reflexo do crescimento de volumes, incremento da margem operacional, melhora do resultado financeiro, aliado ao efeito não recorrente de créditos tributários extemporâneos. Mesmo excluído esse efeito não recorrente o lucro cresceu 28,0% entre os trimestres comparáveis.

No 3T20, em base anual, o volume de vendas cresceu 27,0% que, aliado a alta de 3,1% nos preços médios; resultou no crescimento de 30,9% da receita líquida. Os custos evoluíram 35,9% entre os trimestres comparáveis por maior pressão das matérias primas referenciadas em dólar e consequente acréscimo de 2,5pp na representatividade sobre a receita líquida. Destaque para o aumento de 19,1pp no índice de utilização da capacidade instalada, proporcionando maior diluição dos custos e das despesas fixas.

Esses aspectos, aliado ao aumento de outras receitas operacionais em função principalmente de créditos extemporâneos decorrente da exclusão de ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, resultaram na alta de 74,4% do EBITDA e forte crescimento da margem EBITDA, que passou de 12,1% no 3T19 para 16,2% no 3T20.

Mais um resultado trimestral consistente, acima do esperado, que refletiu a estratégia de crescimento nos mercados de atuação; a criação de novas categorias e o fortalecimento das exportações. Seguimos com recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 45,00/ação.

Destaques

No 9M20 em relação ao 9M19 a Receita Líquida cresceu 25,9% para R$ 5,6 bilhões; o EBITDA registrou alta de 62,0% alcançando R$ 782,1 milhões (margem de 14,1%) e o lucro líquido somou R$ 554,8 milhões (+90,0%).

A Receita Líquida do 3T20 somou R$ 2,0 bilhões, com crescimento de 30,9% ante o 3T19 reflexo do aumento de 3,1% no preço médio dos produtos e de 27,0% dos volumes, com destaque para +21,2% em biscoitos, +38,6% em massas e +27,6% em farinha e farelo de trigo. A empresa fortaleceu sua rede de distribuidores e o número de pontos de venda, com foco no crescimento nas regiões Sul Sudeste e Centro-Oeste do país (chamada de região de ataque pela companhia) e nas exportações, não se descuidando da sua região de defesa (Nordeste e Norte) onde possui participação relevante. As exportações, foco estratégico da empresa, somaram R$ 56,3 milhões no 3T20 (+276%em 12 meses) acumulando R$ 174,7 milhões no 9M20 (309%) – com destaque para as vendas na América do Sul, América Central e EUA.

O Market share em biscoitos caiu de 34,5% no 2T20 para 33,9% no 3T20; assim como o segmento de massas que se reduziu de 34,9% para 33,8% nesta base de comparação.

Importante destacar que a companhia segue líder absoluta nestes dois segmentos; e que tendo como base o final do ano passado a participação de mercado foi ampliada e refletiu o desempenho nas regiões Sudeste e Nordeste.

Produção

No 3T20 a companhia produziu 875,1 mil toneladas de produtos, nova marca histórica. A verticalização foi mantida em patamar próximo a 100% em farinha de trigo e gordura vegetal. Na comparação anual, destaque para o aumento dos volumes produzidos de Farinha e Farelo; fruto do aumento da produção no moinho de trigo em Bento Gonçalves (RS), inaugurado no segundo semestre de 2019. Ressalte-se que a ampliação da capacidade de produção de margarinas e gorduras na unidade produtiva em Fortaleza (CE) e a inclusão de novos turnos de produção e as unidades fabris da Piraquê, deram sustentação à estratégia de crescimento da companhia. O nível de utilização de capacidade elevou-se de 77,6% no 2T20 para 81,9% no 3T20.

Os custos dos produtos vendidos cresceram 35,9% entre o 3T19 e o 3T20 para R$ 1,4 bilhão; sendo que na representatividade sobre a receita líquida aumentaram de 65,5% para 68,0%. Nesse contexto o lucro bruto do 3T20 cresceu 21,4% em relação ao 3T19 com consequente redução de margem bruta de 34,5% para 32,0%, reflexo do aumento do custo médio das principais matérias primas utilizadas no processo industrial, influenciadas pela desvalorização do real frente o dólar, efeito parcialmente compensado pelo repasse de preços realizado no final do 1T20. Já as despesas operacionais caíram 5,3% somando R$ 386,2 milhões, com redução de 7,3pp na representatividade sobre a receita líquida; impactado por efeito não recorrente de créditos tributários decorrente da exclusão de ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS.

Sua geração de caixa medida pelo EBITDA cresceu 74,4% para R$ 328,0 milhões no 3T20; com ganho de 4,1pp na margem EBITDA que passou de 12,1% no 3T19 para 16,2%. Esta forte expansão de margem pode ser explicada por um mix mais favorável, controle de despesas, maior diluição dos custos fixos, e efeito não recorrente (anteriormente comentado) e que no conjunto, compensaram a alta dos custos dos insumos cotados em dólar (notadamente trigo e óleo vegetal) e do açúcar, por menor oferta no mercado.

No 3T20 os investimentos somaram R$ 54,4 milhões, com queda de 29,4% em relação ao 3T19 acumulando R$ 155,5 milhões nos 9M20. Ao final de setembro a dívida líquida da companhia era de R$ 255,5 milhões; abaixo dos R$ 470,2 milhões em igual trimestre do ano anterior, representando 0,2x o EBITDA, abaixo de 0,4x do trimestre anterior; sendo R$ 1,3 bilhão em caixa.

Em função da incorporação da Piraquê em dez/19 a companhia vem realizando a amortização fiscal do ágio apurado na operação de aquisição, no montante de R$ 361,6 milhões. Estima-se que todo ágio será dedutível para fins fiscais, entretanto, de acordo com a empresa; “o benefício atual leva em consideração a parcela efetivamente paga do ágio, cuja amortização se dará em um prazo mínimo de cinco anos”. No 3T20, foi reconhecido benefício fiscal decorrente da amortização no montante de R$ 2,8 milhões acumulando R$ 8,0 milhões no 9M20.

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