A Lojas Renner divulgou na noite de ontem seus números referentes ao 4T20. Seus números continuam sofrendo os impactos da pandemia de Covid-19, no entanto, estes já vêm ensaiando um movimento de recuperação, observado com maior clareza durante os meses de outubro e novembro, enquanto dezembro apresentou performance menos aquecida. Sendo assim, suas margens ainda se mostraram pressionadas, mas melhorando após o pico da pandemia em 2020. Entre os principais pontos, destacamos:
Entre os principais pontos, destacamos:
• As vendas através dos Canais Digitais seguiram com performance bastante diferenciada, não obstante a normalização da operação off-line. No 4T20, estas vendas cresceram 123,2% e representaram 9,4% do total;
• Com relação ao fluxo, a empresa apresentou crescimento de 153% no 4T20, sendo aproximadamente metade pelo app;
• Foi reportado aumento de +110% em novos clientes no 4T20, representando cerca de 80% da base total e 60% das vendas;
• Os downloads do app foram 180% maiores no trimestre, com novo recorde de instalações em novembro, e responsável por 55% das vendas digitais;
• Com relação aos serviços omni, a Lojas Renner apresentou: (I) Ship from Store: habilitado em todas as lojas; (II) Prateleira Infinita: itens exclusivos de loja em 40% dos pedidos online; (III) Fashion Delivery: pilotos na Renner e Ashua, através do uso de analytics para definição do público alvo e envio de itens selecionados para a casa do cliente, com elevada conversão; entre muitos outros;
• Receita Líquida de Mercadorias apresentou crescimento de 1,6%, com leve redução de 0,8% nas Vendas em Mesmas Lojas; desempenho superior ao Índice PMC Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgado até novembro;
• Em relação as vendas digitais, seguiram com crescimento elevado, de 123,2%, não obstante a normalização da operação off-line. Este crescimento reflete aumentos significativos em fluxo, novos clientes e relevância do app. A operação online da Camicado continuou diferenciada, refletindo as melhorias no relacionamento com clientes e oferta omni;
• As Despesas Operacionais (VG&A) apresentaram crescimento de 12,5%, em relação ao 4T19. As Despesas com Vendas aumentaram 3,1 p.p. em relação à Receita Líquida de Varejo e refletiram a menor diluição de despesas, em função do fechamento temporário de lojas em dezembro, e as iniciativas digitais em andamento. Já as Despesas Gerais e Administrativas cresceram menos que as vendas, em função das medidas adotadas para economia de despesas;
• O Resultado de Produtos Financeiros, no 4T20, totalizou R$ 59,6 milhões, uma importante melhora sequencial em relação ao 3T20, como resultado, principalmente, da recomposição das carteiras. No entanto, em relação ao 4T19, houve redução, devido às menores Receitas geradas no período. A redução nas Receitas foi consequência, principalmente, dos menores níveis de carteira; gerada pelo período de maiores restrições de operação e pelo menor uso dos cartões de crédito em geral. Também impactou esta receita os maiores níveis de concessão de desconto no período;
• A carteira total de Produtos Financeiros (Cartão Renner e Meu Cartão) apresentou leve crescimento de 2,1%, no 4T20, versus o 4T19, em razão, principalmente, da diminuição da carteira do Private Label, reflexo dos menores volumes vendidos nos meses anteriores. O portfolio do Meu Cartão, por sua vez, cresceu frente ao 4T19, ainda que em proporção menor que o habitual, e compensou a queda no Private Label;
• Em dezembro de 2020, o Contas a Receber somava R$ 3.811,7 milhões, com leve redução de 0,4% ante dezembro de 2019;
• O EBITDA do 4T20 totalizou R$ 616,7 milhões, 28,1% menor do que o 4T19, com Margem de 21,1%. Este desempenho é consequência do menor resultado operacional de varejo, assim como do menor Resultado de Produtos Financeiros;
• Em 31 de dezembro de 2020, o Endividamento Líquido da Companhia foi de R$ 712,6 milhões, apresentando aumento de 161,3% em relação à posição do mesmo período do ano anterior, devido, especialmente, à menor geração operacional de caixa no período;
• O Lucro Líquido foi positivo em R$ 354,0 milhões, no 4T20, ante R$ 512,8 milhões no 4T19. Esta redução foi reflexo do menor EBITDA Total gerado no trimestre, assim como do crescimento das despesas com depreciações; consequência dos ativos fixos e investimentos realizados em períodos anteriores.
Impacto: Marginalmente Positivo. A varejista ainda demonstra fortes impactos provindos da pandemia, mas também o início de um movimento de recuperação, com sua receita líquida já apresentando desempenho acima do reportado durante o 4T19 em +1,6%, sustentado pelo aumento do seu número de lojas. O portfólio de crédito se mostrou fraco ao longo do ano de 2020, em consequência dos holofotes mais fracos no setor de varejo. Ainda assim, destacamos o segmento eletrônico bastante desenvolvido e a transição digital já bastante avançada. Possuímos boas expectativas para a recuperação da carteira de crédito ao longo dos próximos meses, e conjunto com o gradual aumento do fluxo em lojas e consequente aumento das vendas (tanto pelo avanço das campanhas de vacinação como pelo aumento do número de lojas físicas e da integração destas com o e-commerce).