Gestão de pessoas e delegação dá trabalho, mas é prazeroso ver os resultados de evolução dos liderados, você concorda?

Dos meus aproximadamente 30 anos de carreira executiva, estou em posições de liderança há aproximadamente 25 anos.

Com relação a gestão e liderança de times, felizmente acertei muito, mas também cometi alguns erros nesta jornada! Atuar em liderança demanda aprendizagem constante nos diversos estilos de liderança e na identificação daquele que melhor se adéqua para o momento da organização, do time e do perfil de cada indivíduo deste time. Sempre objetivando tirar os melhores resultados e engajamento do time, além do desenvolvimento dos liderados.

O que aprendi até o momento?

  1. Saber identificar, o que é o motivador de cada profissional? E como sabemos, o motivador pode variar muito conforme o momento de vida e o momento de carreira de cada pessoa.
  2. Definir papeis, responsabilidades, metas e objetivos claros é mandatório para que cada profissional seja “dono” e líder dos seus projetos. E serve tanto para os projetos e atividades corporativos, como o desenvolvimento da sua própria carreira.
  3. Estabelecer agendas de times e agendas de “1:1” ou por projetos para follow up da evolução e realizações de eventuais ajustes e alinhamento das demandas, sempre que necessário. A periodicidade destes encontros irá depender do nível de maturidade dos liderados ou do nível de criticidade do projeto.
  4. Realizar feedbacks estruturados periodicamente e dar feedbacks pontuais sempre que necessário. Lembrar de elogiar em público, mas criticar só no privado. Resultando em PDIs (Plano de Desenvolvimento Individual), desenvolvido pelo próprio profissional e validado por seu gestor.
  5. É muito importante, comemorar com time as pequenas e não só as grandes conquistas!

E aí, na sua forma de gestão, quais são os seus aprendizados?

A microgestão é tentadora, não é? Especialmente para gestores com perfil mais centralizadores e especialistas em determinados temas. A minha recomendação é realizar o exercício da DELEGAÇÃO: dá trabalho, exige paciência consigo mesmo e com time e tolerância a eventuais erros. Mas vale muito a pena, nós gestores nos surpreendemos positivamente com maioria dos resultados entregues e damos a oportunidade para nossos times se desenvolverem nas suas áreas e como líderes.

Existem várias metodologias para exercitar a delegação e a que eu mais gosto de utilizar é o modelo de gestão situacional: aquele em que você “entrega” a responsabilidade por níveis de senioridade do profissional no assunto em questão. E realiza a agenda de follow up também considerando o nível do profissional e/ou a urgência da entrega.

Aqui vão algumas dicas importantes:

  1. Muita clareza no que se espera, qual é a demanda e produto almejado;
  2. Combinar alguns marcos, prazos para validações e follow ups, que darão mais segurança para os dois lados e ajudarão evitar surpresas ao final; e
  3. Ser disciplinado nas agendas de follow up – lembrar que este é um momento de coach e desenvolvimento do seu liderado também. E costumo brincar que está é uma forma de manter “ambiente controlado”.

Um exemplo/case:

Meta: reduzir prazos de fechamento de balanço – processo que eu já realizei por diversas vezes durante a minha carreira, então poderia ser tentada a realizar o mapeamento diretamente, realizando micro gestão…

Detalhe adicional, estamos em home office forçado e temos uma Gerente Contábil nova na empresa.

Que bela oportunidade para ela utilizar o Modelo de Gestão por Processos (de – para) e aprender todas as rotinas e interfaces para contabilizações das áreas de operações, logística, comercial, RH, fiscal, etc.

Desta forma, além de integração com demais áreas, ganhar a empatia, identificar as oportunidades de melhorias neste fluxo de contabilizações e propor o novo cronograma!! – Done – check!

Outras ferramentas que recomendo na gestão das demandas dos times:

Mapeamento de Macro Processos:

Durante a evolução na carreira, leituras (gosto muito do Jack Welch – autor de Paixão por Vencer, Execução) e cursos PDCA do Falcone, por exemplo. Evoluí e já testei em diversas ocasiões, uma ferramenta (MGP ou ModeRoS), um Modelo de Gestão por Processos ou o Modelo da Rosangela, como meus colegas e gestores costumam chamar. E essa tem sido muito útil nessa fase de distanciamento social, pois me dá uma ótima visibilidade dos macros processos e atividades de cada profissional do time. Respectivas origens e destinos, periodicidade, tempo dedicado, nível de prioridade (alto, médio ou baixo), entre outras informações.

O ModeRoS é uma ferramenta que pode ser utilizada como modelo de gestão e tomada de decisão em relação a restruturações (perfil de times, áreas, incorporações), melhorias de processos, identificar oportunidades automações, entre outras.

Mapeamento e gestão dos Projetos tocados por seus liderados:

Realizar o mapeamento de todos os projetos, nível de prioridade, líderes responsáveis e prazos de entrega.

Para uma boa liderança de todas as demandas do dia a dia mais dos projetos, torna-se ainda mais fundamental os acordos internos formalizados. Podemos utilizar os SLAs, Cronogramas, Check Lists, Modelo de Gestão por Processos, o ModeRoS (fluxos, de-para), e a Gestão Motivacional via follow ups destas agendas.

Outros aspectos de liderança e gestão de pessoas são a ênfase na empatia, especialmente com liderados diretos e indiretos – “Como você e sua família, seu time, estão?”

Mantenha as agendas de desenvolvimento e motivacionais, sempre que possível, realizar reuniões de treinamentos curtos via webinar com agentes internos e externos. Ajudam a manter o espírito de time.

Por fim, gostaria de compartilhar que muitas vezes escuto que sou uma pessoa de sorte, e na minha definição de sorte, é uma equação matemática, SORTE = Conhecimentos + Oportunidades + Atitudes!

Então vamos nos cuidar, organizar nossas vidas e influenciar positivamente nossos liderados para o momento atual e futuro.

Minhas vivências e experiências te ajudam a buscar novas formas de fazer as coisas acontecerem na sua vida também?

Rosangela Sutil

Vice-Presidente Administrativo Financeiro UNICOBA, Sócia fundadora da SW Consultoria e Associados, Co-fundadora do W-CFO Brazil (membro do Conselho Fiscal deste), CFO Certificada IBEFSP. Tem uma história de atuação na liderança e implementação de projetos de reestruturações, captações financeiras, IPO, M&As, Sistemas ERP e orçamentário, gestão/PB Receitas e Margens, Governança e Compliance entre outros focados em geração de valor ao negócio. Empresas de diversos segmentos de negócios como Kraft, GVT, FESTO, MANDIC, Eletromidia GRANOL e atualmente UNICOBA. Tem formação em Bacharel Ciências Contábeis, MBAs e Educação executiva: FGV, UniFAE, Ohio University, IBGC, Saint Paul, Columbia University e Haas Berkeley University.

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