Com quantas pessoas se faz uma gestora de sucesso? Se forem talentosas, há espaço para muitas. Muitas vezes, uma gestora é um trabalho de poucas pessoas, o que é até prejudicial em caso de mudança de direção, mas colocar mais gente para dentro pode resultar em novos produtos, sofisticação dos atuais e em resultados melhores.

A Kinitro Capital passa por esse momento. “Tive a felicidade de encontrar alguns sócios que eu já conhecia no passado. A gente iniciou essa sociedade em 2004 e quando chegou por volta do início do ano passado a gente começou a rediscutir a sociedade no sentido de trazer mais gente”, conta Carlos Carvalho, CIO da Kínitro Capital.

Carlos possui vasta experiência no mercado financeiro e acumula experiências relevantes, com passagens pelo Banco Garantia, Icatu e Itau, tendo realizado gestão de renda variável de carteiras proprietárias, até ser transferido para Nova York e retornado com a ideia de desenvolver sua própria gestora de recursos.

Carlos complementa a motivação em oxigenar a equipe, preenchendo lacunas que viam possibilidades de performar melhor, inclusive implementando novas estratégias dentro do portfólio.  Atualmente a Kínitro conta com 20 pessoas, sendo 12 delas ligadas diretamente ao processo de investimento, entre gestores, analistas e o corpo de estudo macroeconômico.

Falando especificamente dos fundos, a Kínitro possui dois principais: um multimercado e outro Long Only, com estratégias diferentes entre si. O primeiro possui como um “perfil agnóstico com relação à exposição” como salienta o gestor, isto porque operam passivos e ativos nas mais diversas geografias. O diferencial é atribuído ao enfoque dado em ativos de renda variável e ao perfil “comprador de assimetrias”. Conforme explica, buscam se beneficiar de qualquer cenário, seja a favor de ativos com margens de segurança adequadas, seja contra ativos que percebam estarem mal precificados.

Além disso, conta sobre a mudança na leitura da renda fixa, pois se antes operavam uma estratégia mais de carry, isto é, comprando um ativo a uma taxa determinada e carregando até o vencimento, hoje realizam uma gestão mais ativa buscando oportunidades diversas (altas e baixas) na curva de juros.

Já o fundo Long-Only conta com a gestão do Marcelo Ornelas, que trouxe uma equipe para desenvolver toda a área de pesquisa microeconômica e assim viabilizar estratégias bottom-up.  Com isso, a Kínitro hoje consegue entregar produtos bastante complementares, dada a grande sinergia entre as equipes. “Essa interseção da nossa gestão macro com a gestão micro que o time de Long-Only faz, não tenho menor dúvida em afirmar que é onde sabe que estão as melhores ideias e melhores oportunidades”, afirma o CIO.

Apesar de serem uma casa de visão tradicionalmente fundamentalista, Carlos afirma ainda que a entrada de um time especializado em análise microeconômica se tornou mais um vetor de geração de performance para os fundos. Falando em termos de perspectivas para 2022, Carlos afirma que será fatalmente um ano de maior volatilidade para o Brasil, não somente por todo contexto pandêmico que ainda impõe barreiras comerciais e gargalos na produção bem como para a alta dos preços, mas principalmente por conta das eleições brasileiras. Em suas estimativas, aguardam em torno de 20% a mais de volatilidade para os ativos locais em função da corrida eleitoral.

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O que a gestora espera para o ano?

Em termos macroeconômicos, afirmou que o Brasil talvez obtenha talvez alguma vantagem por ter sido uma das primeiras economias a elevar a taxa de juros, no entanto, acredita que o Banco Central ainda está lutando sozinho, visto que as perspectivas do lado fiscal ainda são tão positivas. No diz respeito ao real, afirmam que a moeda está ainda muito fora do preço e estimam uma subprecificação de pelo menos 20%. Com isso, para moeda e juros mantém, o gestor afirmou manterem posições mais táticas.

Já com relação à grande evasão de ativos da B3, Carlos atribui aos “resgates indiscriminados” que fundos de investimentos doméstico vêm sofrendo por parte de investidores atraídos pela alta na taxa de juros. Com isso, “gestores infelizmente têm de se desfazer da carteira”, o que provoca uma queda ainda maior nesses papéis. Apesar disso, vislumbram oportunidades de compra para empresa de qualidade que sofreram com liquidações expressivas.  “Vemos empresas negociando com preços de quase uma década atrás e que hoje tem 5,6 vezes a receita que tinham naquela época. Então essas oportunidades estão surgindo, tem que se penerar, procurar uma plataforma como o Modalmais que pode assessorar ele (o investidor) nessas oportunidades”, completa o CIO.

Por fim, quando perguntado sobre empresas convidativas neste momento de alta de juros, Carlos revelou sua maior aposta no momento: Petrobras, especialmente em função da transição energética que o Brasil está vivendo. Salientou, contudo, que em uma corrida eleitoral polarizada tal qual a que estamos observando, a correlação entre as ações tende a aumentar de acordo com as preferências relevadas por um ou outro candidato. Isto implica dizer que no limite, poderemos observar uma oscilação mais uniforme entre os papéis.

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Victor Oliveira

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