Os Juros sobre o Capital Próprio (JCP) são uma forma de remuneração aos acionistas de uma empresa que optam por reinvestir seus lucros na própria companhia. Trata-se uma prática comum em empresas de capital aberto, ou seja, companhias que estão na Bolsa de Valores.
Em geral, investidores buscam identificar quando a distribuição ocorre para receber o pagamento fazendo disso uma estratégia de investimento. Vamos entender como funciona, suas vantagens, desvantagens e como aplicar na prática. Veja abaixo:
Como Funcionam os Juros sobre Capital Próprio
Quando uma empresa gera lucros, tem a opção de distribuí-los aos acionistas como dividendos ou como Juros sobre o Capital Próprio. Os JCP são pagamentos com algumas características específicas, como:
Aprovação em Assembleia: A decisão de distribuir JCP deve ser aprovada em uma assembleia de acionistas.
Tributação: A empresa pode deduzir os JCP dos seus lucros, reduzindo a base de cálculo de impostos, como o IRPJ e a CSLL.
Imposto de Renda na Fonte: Os JCP são tributados na fonte, ou seja, a empresa retém uma parte para pagar o Imposto de Renda devido pelo acionista.
Recebimento ou Reinvestimento: O acionista pode escolher receber os JCP em dinheiro ou reinvesti-los na compra de mais ações da empresa.
Vantagens e desvantagens
Entre as vantagens para a empresa está o benefício tributário, pois reduz sua carga tributária ao deduzir os JCP dos lucros, o que pode liberar recursos para investimentos. Por outro lado, aos acionistas envolve o desconto na compra de ações. Investidores que optam por reinvestir os JCPs podem comprar mais ações da empresa com um desconto, aumentando sua participação.
Em contraparte, as desvantagens envolvem os tributos. Diferente dos dividendos, os JCP são tributados na fonte e na declaração de Imposto de Renda do acionista, o que pode afetar sua rentabilidade. Além disso, a distribuição não possui regularidade demandando ao investidor acompanhar a agenda de proventos. Como a distribuição de JCP não é obrigatória e depende da decisão da empresa essa forma de remuneração se torna menos previsível do que os dividendos.
Como incluir os Juros sobre Capital Próprio na estratégia de investimento
Por exemplo, imagine que você é acionista de uma empresa que oferece JCP e deseja aumentar sua participação nessa companhia. No momento do pagamento do JCP o dinheiro entrar direto na sua conta e você pode tomar duas decisões: comprar mais ações da mesma empresa ou fazer qualquer outra coisa com o dinheiro. Ao adquirir mais ações da empresa com um desconto na próxima distribuição o valor em dinheiro será maior, pois o cálculo de distribuição é com base na quantidade de ações que você possui. Dessa forma, aproveitando os juros compostos para receber cada vez mais dinheiro em cada distribuição futura.
Outro exemplo sobre os juros sobre capital próprio envolve a interpretação sobre a modalidade. Pois quando uma empresa de grande porte gera lucros substanciais ela pode decidir entre distribuir todos os lucros como dividendos ou utilizar os JCP. Dessa forma, optando por reduzir a base de cálculo do Imposto de Renda da empresa, liberando recursos para investimentos em expansão, pesquisa e desenvolvimento.
Em resumo, os Juros sobre o Capital Próprio são uma opção interessante para acionistas que desejam reinvestir em empresas que oferecem essa forma de remuneração. No entanto, é importante considerar a tributação envolvida e a falta de regularidade na distribuição ao decidir como aproveitar essa estratégia em sua carteira de investimentos.
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