Caro Investidor!

Seguindo no mantra da Renda Fixa, e o exercício da paciência que, conforme a Serpente de Madeira, que vai dominar o ano chinês em 2025, trará sucesso. A terceira publicação da série Perspectivas, continuará no foco dessa modalidade de investimentos, até porque se tem um casamento que dá certo é juros altos (12,25% a.a) e RF. 

A expectativa é que o movimento de atratividade continue, segundo Viviane Las Casas,  especialista em Renda Fixa da Valor Investimentos. “A manutenção dos juros altos continua sendo um dos principais fatores que sustentam o atual cenário econômico. Analistas, como os da XP, projetam que o Banco Central seguirá aumentando a taxa Selic para controlar a inflação. Na última reunião, o Copom decidiu elevar a Selic em 1 ponto percentual, atingindo 12,25% ao ano”, comenta.

De acordo com o comunicado do Banco Central, o cenário doméstico apresenta um dinamismo acima do esperado na atividade econômica e no mercado de trabalho, ampliando o hiato do produto e intensificando as pressões inflacionárias. 

As projeções de inflação para 2024 e 2025 subiram para 4,8% e 4,6%, respectivamente, superando o centro da meta. Para o segundo trimestre de 2026, a inflação é estimada em 4,0%. Com o objetivo de conter a inflação e alinhar as expectativas ao redor da meta, o Copom prevê novos ajustes de igual magnitude nas próximas reuniões, caso a evolução econômica e inflacionária justifique. Esse cenário reforça a perspectiva de que os juros permanecerão em patamares elevados por um período prolongado.

“Esse cenário sugere que os juros permanecerão em patamares elevados por um período prolongado, o que torna a renda fixa uma alternativa atrativa tanto para proteção quanto para rentabilidade.”

Logo, a inflação acima da meta do Banco Central reforça a necessidade de manutenção de juros altos. O Relatório Focus prevê que o IPCA fechará 2025 em 4,59%, acima do teto da meta de 4,5%. Essa trajetória inflacionária só deve se alinhar à meta em 2026.

“O cenário favorece investimentos em títulos atrelados ao IPCA, que protegem o poder de compra do investidor enquanto oferecem retornos reais positivos”, comenta a especialista.

Outro fator importante é o cenário de incertezas fiscais, segundo Viviane. Apesar de medidas recentes, como o pacote de cortes de gastos aprovado pelo governo, analistas avaliam que as propostas são insuficientes para solucionar a questão estrutural das contas públicas. “A falta de um plano robusto e crível aumenta a percepção de risco econômico, incentivando a busca por ativos seguros como os da renda fixa.”

Onde investir em 2025

1. Ativos Pós-Fixados: Segurança com Rentabilidade

Os ativos pós-fixados, indexados ao CDI, são ideais para capturar os benefícios dos juros elevados. Eles acompanham as taxas de mercado, oferecendo proteção contra oscilações econômicas e mantendo rentabilidades competitivas. São importantes para reduzir a volatilidade da carteira e garantir maior exposição ao CDI em um incerto ciclo de aperto monetário Boas opções incluem:

  • CDBs pós-fixados: Emitidos por bancos, oferecem taxas de até 117% do CDI ou mais, dependendo do emissor e do prazo.

2. IPCA+: Proteção Contra a Inflação

Os títulos atrelados ao IPCA+ são indicados para investidores que buscam retornos reais acima da inflação. O Brasil é historicamente inflacionário devido a fatores econômicos estruturais, desequilíbrios fiscais, choques de commodities e variações no câmbio têm impacto direto nos preços internos, dado o peso das importações e exportações na economia brasileira. Esses ativos oferecem a segurança de preservar o poder de compra ao longo do tempo. Destaques incluem:

  • Tesouro IPCA+: Olhando em um histórico longo de mais de 10 anos, poucos foram os momentos em que as taxas de algumas nas NTN-Bs de vencimentos curtos e intermediários (2028, 2030 e 2035) estiveram acima de IPCA+6,5%.
  • Na última terça feira (10/12) houve Leilão de NTN-B, Papel indexado ao IPCA. Os 3 vencimentos (2029, 2035 e 2060) tiveram com a maior taxa do ano. Os Títulos 2029 e 2035 trabalhando com taxas maiores do que 7,00%aa – isso é caro demais. Essa rentabilidade, combinada com a segurança de um título soberano, os torna uma excelente opção.

3. Títulos Isentos de Impostos: Eficiência Tributária

Para investidores pessoa física, títulos isentos de imposto de renda são uma forma eficiente de maximizar os ganhos líquidos. As melhores opções incluem:

  • LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio): Oferecem rentabilidade atrelada ao CDI ou IPCA, com a vantagem da isenção tributária e alta segurança.
  • Debêntures Incentivadas: Voltadas a projetos de infraestrutura, são uma alternativa vantajosa para diversificação em renda fixa, especialmente em um cenário de juros elevados

Dicas 

  1. Diversifique sua carteira: Combine ativos pós-fixados e IPCA+ para equilibrar segurança, liquidez e retorno real.
  2. Escolha prazos adequados: Alinhe os prazos dos investimentos aos seus objetivos financeiros, considerando curto, médio e longo prazo.
  3. Avalie a qualidade do emissor: Priorize emissores com bom histórico e ratings elevados para reduzir riscos.
  4. Aproveite as vantagens fiscais: Títulos isentos de impostos são especialmente vantajosos para investidores de longo prazo.