O Tesouro Nacional surpreendeu ao aceitar juros acima de 13% ao ano em seu mais recente leilão de títulos prefixados, o que elevou a atenção do mercado. As taxas atingiram os maiores níveis de 2024. Assim, refletindo a incerteza em torno do controle fiscal do governo e o impacto da alta dos juros longos nos Estados Unidos.

Foram vendidos R$ 4,5 bilhões em títulos, cerca de 81% do valor total oferecido. A Letra do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento para abril de 2025 registrou uma taxa média de 11,69%. Por outro lado, os títulos para outubro de 2026 foram negociados a 12,91%. A maior surpresa ficou com os papéis de julho de 2028, pois alcançaram uma taxa de 13,02% ao ano.

Dessa forma, na interpretação de diversos analistas, o movimento acabou mostrando uma escalada nas exigências dos investidores para comprarem títulos do governo diante do risco atual nas contas públicas. Portanto, com cenário incerto para o futuro o investidor passa a pedir mais prêmio para deixar o dinheiro parado no investimento.

No segmento de prazos mais longos, as Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F), que oferecem juros semestrais e são populares entre investidores estrangeiros, também tiveram alta. Os títulos para janeiro de 2031 foram vendidos com uma taxa de 12,95%, e os de janeiro de 2035 a 12,83%.

Juros acima de 13% levanta o alerta

Segundo Alexandre Cabral, professor da B3 e da Saint Paul Escola de Negócios, o leilão foi um dos piores do ano, com os juros superando as taxas de referência do mercado. Ele ressaltou que a volta dos juros próximos a 13% ao ano é preocupante, especialmente em um contexto em que o governo sinaliza maiores gastos sociais.

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Para os investidores, este cenário apresenta desafios, mas também oportunidades. Considerar títulos públicos indexados à Selic pode ser uma alternativa segura, pois acompanham a variação dos juros. Outra sugestão é explorar os papéis prefixados com vencimentos mais curtos, que podem oferecer bom retorno caso este cenário venha a melhorar.

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