Confira o relatório sobre a atualização de estimativas do Itaú BBA para o BDR do Nubank (NUBR33). Sendo assim, a equipe de analistas tem uma visão pessimista sobre o banco digital.

Preço alvo para o Nubank diminui

De acordo com o Itaú BBA, a desaceleração dos empréstimos pessoais e as recentes mudanças na contabilidade são provas de que esse produto relevante não está performando como deveria. A expansão de cartão de crédito fora de transactors (clientes que pagam todos as cobranças mensais de cartão), aumentam o risco atrelado ao crescimento.

Nos arrependemos de ter aplaudido a estabilidade de custos operacionais nos resultados do segundo trimestre, já que uma parcela foi movida ao capex (investimento em bens de capital), diminuindo seu impacto na DRE (Demonstração de Resultado).

Desta forma, baixamos nossas estimativas de médio prazo materialmente, para um lucro líquido de R$ 2,6 bilhões contra os R$ 3,1 bilhões anteriores, e cortamos o nosso preço-alvo de 2022 para 2023, passando de US$ 4,50 para US$ 3,50.

“Continuamos cautelosos em relação ao Nubank diante do atual preço da ação e reiteramos nossa recomendação de venda“. Disseram os analistas do Itaú BBA.

Sinais de maior risco

Os analistas do Itaú BBA avaliam que a mudança na contabilidade pode ser um sinal de maior risco e/ ou erros de cálculo por parte da empresa, com o Nubank diminuindo o prazo de amortização de crédito para o empréstimo pessoal de 360 dias para 120 dias. Eles apontam que essa mudança foi justificada pelo IFRS e que considera o potencial de recuperação nos empréstimos que passaram do prazo.

Mudando essa dinâmica, o Nubank está sugerindo que o empréstimo pessoal tem um potencial de recuperação menor, comparado ao seu produto de cartão de crédito (que continuou com o mesmo prazo de amortização). Esse ajuste não conversa com as alegações recentes de que o empréstimo pessoal é oferecido aos clientes de melhor qualidade.

No entanto, os analistas sinalizam que parece que o risco atrelado ao produto foi subestimado pelo banco. Adicionalmente, a amortização de 360 dias em empréstimo pessoal é padrão entre os bancos. Desta forma, os dados de inadimplência do Nubank serão incomparáveis no sistema.

Crescimento de longo prazo está sendo desafiado

Logo após a abertura de capital do Nubank, o principal objetivo da empresa era atacar um mercado de
empréstimos pessoais que tem um tamanho de R$ 200 bilhões. A estratégia era aproveitar os dados dos
clientes/do crédito para implementar financiamentos apenas para os melhores clientes, e o progresso foi
rápido, passando de uma participação de 1% para 5%.

Porém, provavelmente a inadimplência está crescendo mais rápido do que o esperado e ajustes na originação estão sendo feitos, influenciando o crescimento de volume no curto prazo.

Os pressupostos para o crescimento de longo prazo também estão sendo desafiados (o que justificaria preços de ação mais altos). O cenário macroeconômico está impactando a qualidade de crédito negativamente e certamente existe uma curva de aprendizado para escalar tão rapidamente nesse produto”. Ressaltaram os analistas do Itaú BBA.

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