O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho foi de 0,53%, ficando 0,30 ponto percentual abaixo da taxa de maio (0,83%). No ano, o índice acumula alta de 3,77% e, nos últimos 12 meses, de 8,35%, acima dos 8,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2020, a variação mensal havia sido de 0,26%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta de preços em junho. O maior impacto (0,17 p.p.) veio do grupo Habitação, cujos preços subiram 1,10%. Na sequência, vieram Alimentação e bebidas (0,43%) e Transportes (0,41%), cujos impactos foram de 0,09 p.p. A maior variação no mês (1,21%) foi do grupo Vestuário, que acelerou em relação ao mês de maio (0,92%) e contribuiu com 0,05 p.p. Os demais grupos ficaram entre a queda (-0,12%) de Comunicação e a alta de Artigos de residência (1,09%).

O grupo Habitação (1,10%) subiu menos do que em maio (1,78%), principalmente devido à desaceleração da energia elétrica (1,95%) em relação ao mês anterior (5,37%). Ainda assim, este item exerceu o maior impacto individual no índice do mês (0,09 p.p.). Em Curitiba (4,11%), houve reajuste médio de 8,97% nas tarifas a partir de 24 de junho. Além disso, em junho, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 2, acrescentando R$ 6,243 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Vale lembrar que em maio foi aplicada a bandeira vermelha patamar 1, cujo acréscimo é menor (R$ 4,169).

Ainda em Habitação, destaca-se a alta da taxa de água e esgoto (1,04%), consequência dos reajustes de 7,10% em São Paulo (2,42%), vigente desde 10 de maio, e de 5,78% em Curitiba (3,43%), a partir de 17 de maio. Em Brasília (-2,40%), houve redução média de 2,74% nas tarifas a partir de 1º de junho. Os preços do gás de botijão (1,58%) e do gás encanado (5,01%) também subiram. No subitem gás encanado, a alta decorre do reajuste de 9,63% em São Paulo (8,73%) a partir de 31 de maio. Além disso, houve a contribuição residual dos reajustes de 13% no Rio de Janeiro (0,42%) e de 7,04% em Curitiba (0,23%), ambos em vigor desde 1º de maio.

No grupo Alimentação e bebidas, a alta de 0,43% ficou próxima à do mês anterior (0,44%). A alimentação no domicílio passou de 0,23% em maio para 0,33% em junho, principalmente por conta das carnes (1,32%), que subiram pelo quinto mês consecutivo e acumulam alta de 38,17% em 12 meses. No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-15,38%), a cebola (-13,70%), o tomate (-9,35%) e as frutas (-2,69%).

A alimentação fora do domicílio (0,66%) desacelerou em relação a maio (0,98%), principalmente por conta do lanche (0,24%), cujos preços haviam subido 2,10% no mês anterior. Já a refeição subiu 0,85%, enquanto havia apresentado alta de 0,63% em maio.

No grupo dos Transportes (0,41%), os combustíveis subiram 0,87% e acumulam alta de 43,92% nos últimos 12 meses. Mais uma vez, o maior impacto (0,04 p.p.) veio da gasolina (0,69%), cujos preços haviam subido 2,87% em maio. Os preços do etanol (2,14%) e do óleo diesel (1,10%) e do gás veicular (0,16%) também registraram alta em junho.

Ainda em Transportes, as motocicletas (0,90%), os automóveis novos (0,51%) e os automóveis usados (0,58%) permanecem em alta. Alguns produtos e serviços relacionados a estes subitens, casos do pneu (2,10%) e do conserto de automóvel (0,43%), tiveram comportamento semelhante. Nos transportes públicos (-0,61%), houve reajustes nas passagens de metrô (1,76%) no Rio de Janeiro (5,65%) – aumento de 16%, válido desde 11 de maio – e dos ônibus intermunicipais (0,34%) em Salvador (4,88%), onde o aumento de 6,80% foi aplicado a partir de 1º de junho. No lado das quedas, registrou-se recuo de 5,57% nos preços das passagens aéreas, com impacto de -0,02 p.p. no resultado do mês.

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,51% e 0,07 p.p.) foi influenciado, principalmente, pelo plano de saúde (0,67%) e pelos itens de higiene pessoal (0,68%), ambos com 0,03 p.p. de impacto.

Vestuário (1,21%) foi o grupo com a maior variação e contribuiu com 0,05 p.p. no IPCA de junho. Destacam-se as acelerações dos calçados e acessórios (1,53%), das roupas masculinas (1,52%) e das roupas femininas (1,10%), que em maio haviam subido 0,79%, 1,21% e 1,02%, respectivamente.

Todas as áreas pesquisadas apresentaram variação positiva em junho. O maior índice foi o da região metropolitana de Recife (0,92%), influenciado pelas altas nos preços da gasolina (4,92%) e da energia elétrica (2,78%). O menor resultado ocorreu em Brasília (0,17%), por conta da queda nos preços das frutas (-7,53%) e da taxa de água e esgoto (-2,40%).

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte