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IPCA+ é a recomendação do momento em Renda Fixa, por quê?

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Todo mundo tem Renda Fixa. Aqui não cabe o “você não é todo mundo” que se ouve das mães na infância, porque realmente não há uma viva alma investidora que não tenha um título de RF na sua carteira. Por isso que entra mês e sai mês e ela está sempre na berlinda: muda o tipo, mas não a modalidade. Bem, o que resta é trazer ao leitor do Acionista quais as recomendações dessa rainha dos portfólios.

Dando uma passadinha pelo cenário econômico, o mês de abril foi marcado pelo aumento do nível de risco global e doméstico, conforme o BB Investimentos. Conflitos geopolíticos no Oriente Médio exerceram pressão sobre o preço do petróleo. Ao mesmo tempo, dados mais fortes do que o esperado para a inflação ao consumidor nos EUA, o CPI, se refletiram na reprecificação da curva de juros norte-americana. Dessa forma, a possibilidade de queda de juros nos EUA está cada vez mais longe.

Aqui em terras brasilis, mudanças na política fiscal geraram incertezas em meio à desancoragem das expectativas de inflação. O Copom reduziu a taxa Selic em 0,25 p.p., para 10,50% a.a. Apesar de grande parte do mercado já esperar esta redução em menor magnitude do que os cortes anteriores, “a decisão não unânime dos membros do comitê exacerbou o ambiente de incertezas em relação aos próximos passos da condução de política monetária”, comentam os analistas.

Curvas de juros

O relatório do BB destaca que na primeira semana de maio, a curva de juros nominal brasileira ganhou inclinação nos vértices médios e longos, refletindo o tom mais cauteloso do Copom após a decisão de corte de juros. No comunicado, o órgão destacou o cenário global mais adverso em razão da incerteza elevada e persistente em relação ao início da flexibilização monetária nos EUA. Ressalta também que o mercado de trabalho resiliente e dados de atividade econômica mostram “maior dinamismo e demandam maior cautela na condução da política monetária diante de expectativas de inflação desancorada”. 

Assim sendo, neste contexto de aumento de incertezas, “a curva de inflação implícita também ganhou inclinação, com a inflação de três anos (dez/2027) saltando para 4,9%, de 4,6% há uma semana. A curva de juros real não acompanhou o movimento da curva nominal, com abertura somente na ponta mais curta, diante da indecisão dos agentes de mercado quanto ao ritmo de cortes da Selic nas próximas reuniões do Copom”, afirmam os analistas. 

Curva de juros real 

Já a curva de juros reais (NTN-B) não acompanhou o movimento dos juros nominais, segundo o BB, com ganho de inclinação nas pontas mais curtas em razão de indefinição em relação aos próximos cortes de juros. “A curva de inflação implícita teve alta expressiva, especialmente no vértice de três anos.” 

Spreads de crédito

Sobre spreads de crédito, na média, os das debêntures indexadas ao IPCA apresentaram leve alta em maio, até o momento, na comparação com as taxas dos títulos públicos de referência. As debêntures indexadas ao CDI, em movimento oposto, tiveram leve inclinação para baixo.

“Apesar da abertura da curva de juros aumentar a percepção de risco para o crédito privado como um todo, pois eleva o custo da dívida para as companhias, reafirmamos nossa visão de que a alocação e o carregamento de papéis incentivados indexados ao IPCA permanece atrativa, sempre levando em conta a seletividade de emissores com melhor avaliação de risco”, recomendam os analistas do BB.

Impactos da Selic na Renda Fixa

Na última reunião do Copom, a Taxa Selic passou de 10,75%  para 10,50% a.a. Segundo a Suno Research, isso indica que, apesar do ciclo de queda, o patamar atual da taxa Selic ainda proporciona uma boa relação risco-retorno para os títulos pós-fixados, “já que estes praticamente não sofrem com marcação a mercado e são positivamente impactados pelo alto nível da taxa básica de juros, que se mantém acima de dois dígitos”.

O queridinho da Renda Fixa: IPCA+

Em relação aos papéis indexados à inflação (IPCA+), a Suno pontua que os títulos com vencimentos no médio e longo prazo “ainda proporcionam um carrego interessante aos investidores, com um juro real próximo de 6,15% (média) ao ano sem risco de crédito, tratando-se de títulos públicos”.

Para os prefixados, a visão dos analistas é de que ainda existem boas opções, principalmente de emissão bancária, com duration um pouco mais curta, de  aproximadamente, três anos.

Segundo o Acionista, investidores que acompanham o mercado financeiro têm se deparado com uma oportunidade intrigante nos títulos do Tesouro Direto. A alta dos rendimentos do título do Tesouro IPCA+  abre espaço para um alto potencial de valorização. O com vencimento em 2045 recentemente alcançou uma taxa prefixada de mais de 6,13%.

A demanda por esses títulos está tão intensa que o Tesouro Nacional já teve que suspender temporariamente suas negociações. Assim, indicando uma alta volatilidade nas taxas de juros e o aumento nos pedidos de prêmio (taxas).

Tesouro IPCA+: investimento pode se multiplicar

Mesmo que essa suspensão possa afetar momentaneamente a liquidez dos investidores, conforme o Acionista, segurar o Tesouro IPCA+ a uma taxa tão atrativa até o vencimento pode ser lucrativo. Conforme Vitor Miziara, sócio da Performa Ideias, “quem optar por manter o papel até o final do prazo pode ver seu investimento se multiplicar em mais de 5 vezes. Esse aumento na taxa do título reflete a demanda do mercado por juros mais elevados por parte do governo.”

Enquanto o Brasil reduz a taxa de juros, os Estados Unidos estão longe disso. Dessa forma, a disparidade entre as políticas monetárias dos dois países pode levar o BC brasileiro a interromper as reduções dos juros mais cedo do que o esperado, visando evitar uma fuga de capital estrangeiro.

“Diante desse cenário, os investidores têm a indicação de que as taxas de juros futuras permanecerão elevadas no longo prazo. Essa perspectiva eleva os títulos do Tesouro IPCA+, oferecendo uma oportunidade única para aqueles que buscam maximizar seus retornos”, diz o Acionista.

Assim, ao aproveitar essa tendência, os investidores podem posicionar suas carteiras de investimentos de forma estratégica visando o médio/longo prazo. “Portanto, capitalizando sobre as potenciais valorizações dos títulos públicos, como o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045, e potencialmente alcançando ganhos significativos no futuro.”

Fala de Campos Neto mexeu com os mercados, diz XP

Conforme relatório de Renda Fixa da XP Investimentos, em abril por mais uma vez, a correlação dos ativos locais com as Treasuries predominou, e o movimento altista acompanhou a maior volatilidade dos títulos americanos ao longo do mês. Também a curva de juros foi impactada pelo cenário de maior aversão ao risco no mercado doméstico. 

“De maneira geral, os agentes passaram a precificar juros elevados nos EUA por um período maior, sendo o primeiro corte a partir de novembro, em decorrência de dados de inflação e atividade econômica acima do esperado por lá”, comentam os analistas.

No Brasil, falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto,  em evento promovido pela XP em Washington, mexeram com os mercados. Ele afirmou uma maior “probabilidade de redução do ritmo de cortes na Selic já na próxima reunião do Copom de maio, enquanto os agentes tinham como cenário base que isso poderia ocorrer apenas em junho”. 

A XP ainda destaca:  a valorização do dólar, que segue acima de BRL 5,1 / USD; a alta do petróleo, com o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio aliado à perspectiva de maior demanda global, podendo pressionar os índices de preços ao redor do mundo. 

Recomendações 

XP Investimentos

Títulos Públicos

  • % Selic | Tesouro Selic – 2027

Bancário

  • %CDI | LCA Banco CNH – Abr/2027
  • Prefixado | LTN – Jan/2026 

Bancário

  • %CDI | CDB DM Financeira – Abr/2026
  • IPCA+ | NTN-B – Ago/2028

Bancário

  • Prefixado | CDB DM Financeira – Abr/2026

Crédito Privado

  • IPCA+ | CRA Atacadão (Carrefour) – Jan/2031 (CRA02300W3Q)
  • IPCA+ | CRA Marfrig – Abr/2034 (CRA024002ML)

Inter: 

Top Inter seleção Crédito Privado

  • CRI ÂNIMA E76 S2 22L1469805 IPCA 
  • CRI MRV E32 S1 22E1095384 IPCA 
  • CRA BTG E106 S1 CRA02300HWH DI 
  • CELG (EQUATORIAL) CGOS34 IPCA 
  • CDB PAN CDB421G2B2Z IPCA 
  • CDB WILL BANK CDBB236RAFV DI 
  • CRI MOVIDA E193 S4 23J1428588 PRE 

Quer saber quais as recomendações para investir na renda fixa? Veja as análises e sugestões conforme diversos analistas no Clube Acionista, por aqui.

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Este post está disponível na íntegra no Clube.Acionista

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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.
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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.

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