A inflação do Brasil em maio ficou em 0,46%, acima das expectativas de 0,42% e do resultado do mês anterior, que foi de 0,38%. Com esse resultado, o acumulado em doze meses acelerou pela primeira vez em sete meses, com uma alta de 3,93%, contra +3,69% em abril.

“Parte dessa reaceleração se deve à base de comparação mais fraca nesse mesmo período em 2023. Entretanto, também se observa aceleração nos núcleos, que saiu de 0,26% em abril para 0,39% em maio. Em 12 meses, a média dos núcleos acelerou na margem”, comentou André Valério, economista sênior do Inter.

Valério, contudo, observa ainda que a inflação de serviços também acelerou, saindo de 0,05% em abril para 0,40% em maio. “Parte dessa aceleração se deve à alta de quase 6% nos preços das passagens aéreas, ainda assim, a inflação de serviços subjacentes acelerou de 0,33% em abril para 0,41% em maio”, explicou.

Com esse resultado, as principais medidas de inflação de serviços aceleraram no acumulado em doze meses.

Dos nove grupos pesquisados, oito registraram alta, com destaque para Saúde e Cuidados Pessoais, Habitação e Alimentação e Bebidas, com alta de 0,69%, 0,67% e 0,62%, respectivamente, que foram, juntos com Transportes, os principais fatores de alta em termos de impacto.

Juntos, esses quatro grupos responderam por 89,0% da variação do índice cheio no mês.

Na outra ponta, o item Artigos de Residência variou -0,53%.

Em Alimentação e Bebidas, a alimentação em domicílio desacelerou frente a abril, enquanto a alimentação fora do domicílio acelerou.

Em Habitação, a alta foi reflexo principalmente de reajustes de energia elétrica e tarifas de esgoto, assinala Valério. Já no grupo de Transportes, além das passagens aéreas, houve também alta de 0,45% nos preços dos combustíveis. Finalmente, em Saúde e Cuidados Pessoais, a alta refletiu o reajuste de 0,77% nos planos de saúde e o avanço de 1,04% nos itens de higiene pessoal.

“De modo geral, foi um resultado quantitativamente e qualitativamente ruim, que reforça a postura de cautela do Banco Central. De positivo, o resultado trouxe apenas a estabilidade na variação dos núcleos em 12 meses e do indicador de difusão”, completou o economista.

O Inter espera que o Comitê de Política Monetária (COPOM) mantenha a taxa de juros nos atuais 10,5% pelas próximas reuniões e uma inflação oscilante ao redor de 4% em 2024.

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