O mercado financeiro oferece diversas opções de investimentos, mas dois tipos de ativos se destacam na carteira da maior parte dos investidores brasileiros: os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e as ações. Apesar das semelhanças, como serem negociados na bolsa de valores, cada um possui características únicas que os tornam adequados para diferentes perfis e objetivos.
Tanto FIIs quanto ações são investimentos que permitem ao pequeno investidor ter acesso a grandes negócios. No caso dos FIIs, é possível investir em imóveis comerciais, shoppings e galpões logísticos com pequenas quantias. Já com as ações, qualquer pessoa pode se tornar sócia das maiores empresas do país.
No entanto, antes de decidir entre FIIs ou ações para iniciantes, é preciso entender as particularidades de cada investimento. Assim, você poderá montar uma carteira de investimentos alinhada com seus objetivos financeiros, seja para obter renda passiva ou buscar valorização no longo prazo.
Definições e conceitos
Antes de entender as diferenças entre os ativos, é importante conhecer cada um deles, suas características, benefícios e riscos.
O que são FIIs
FIIs são investimentos que permitem acesso ao mercado imobiliário sem a necessidade de adquirir imóveis diretamente. Esses fundos aplicam seus recursos em ativos como imóveis comerciais, shoppings e galpões
Os FIIs oferecem vantagens como isenção de IR nos dividendos mensais, possibilidade de investir com pouco dinheiro e renda mensal. Porém, há riscos: os juros altos podem afetar o valor das cotas, os imóveis podem ficar vazios, alguns fundos têm pouca liquidez e o mercado imobiliário pode oscilar.
O que são ações
Ações são pequenas partes de uma empresa que você pode comprar, tornando-se sócio do negócio. Ao investir em ações, você tem direito a uma parcela dos lucros (dividendos) e pode ganhar dinheiro também com a valorização das ações quando o preço sobe. As principais vantagens são o potencial de altos retornos no longo prazo e a possibilidade de diversificar investimentos em diferentes setores da economia.
No entanto, investir em ações também traz riscos. O valor das ações pode cair devido a diversos fatores, como problemas na empresa, crises econômicas ou mudanças no mercado. Além disso, algumas ações têm pouca liquidez e os dividendos não são garantidos, pois dependem do desempenho da empresa. Por isso, é fundamental estudar bem antes de investir e estar preparado para as oscilações do mercado.
Principais diferenças entre FIIs e Ações
A primeira grande diferença está na forma de rendimentos. Os FIIs distribuem, por lei, 95% dos lucros aos cotistas, o que resulta em pagamentos mensais com boa previsibilidade. Por outro lado, as ações têm uma política de dividendos mais flexível, definida por cada empresa, com pagamentos que podem ser trimestrais ou anuais.
Em relação à tributação, os FIIs têm uma vantagem importante: os dividendos são isentos de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas. Os dividendos das ações pagam impostos conforme a legislação vigente. Em ambos os casos, o ganho de capital na venda é tributado, sendo 20% para FIIs e 15% para ações.
A volatilidade é outro ponto de diferenciação. As ações costumam ter maior oscilação de preços, pois são mais sensíveis a fatores como resultados da empresa, cenário econômico e até mesmo especulações do mercado. Os FIIs, em especial os de tijolo, tendem a ter menor volatilidade por estarem lastreados em ativos reais.
A liquidez também varia bastante. As melhores ações, principalmente as blue chips, ou seja, as líderes do setor, têm alta liquidez, com grande volume de negociação diária. Já a liquidez de FIIs pode ser mais restrita, especialmente em fundos menores, o que exige mais atenção na hora de comprar ou vender.
Considere o seu perfil de investidor
O perfil de investidor é fundamental na escolha entre FIIs e ações. Investidores conservadores ou que buscam renda passiva com FIIs costumam se identificar mais com estes fundos. Já pessoas com maior tolerância a risco e horizontes mais longos podem preferir ações.
Para montar uma carteira equilibrada com FIIs e ações, considere seu momento de vida e objetivos. Se você busca renda para complementar a aposentadoria, pode dar mais peso aos FIIs. Se o foco é acumular patrimônio, as ações podem ter maior participação.
No planejamento também deve ser considerar a liquidez de ações e FIIs. É importante manter uma reserva em ativos mais líquidos para emergências. Além disso, o cenário de juros influencia de forma diferente cada tipo de investimento.
Qual a melhor estratégia: FIIs ou ações?
A melhor estratégia é a combinação de ambos os ativos. Invista em FIIs pela geração de renda passiva consistente e pela proteção contra a inflação. E invista em ações visando a valorização no longo prazo.
A comparação FIIs e ações não deve ser vista como uma competição, mas como uma análise de ferramentas complementares. Em tempos de crise, por exemplo, os FIIs podem oferecer mais estabilidade, enquanto as ações podem se recuperar com mais força na retomada.
Por fim, lembre-se que não existe resposta única sobre qual é melhor, ação ou FII. O segredo está em entender as características de cada investimento e usá-las a seu favor, sempre considerando seus objetivos financeiros e tolerância a risco.