A primavera no hemisfério sul e o outono no norte chegou quatro dias antes do previsto para quem gosta das estações amenas e torcia para o corte nos juros dos EUA. Bem, setembro trouxe a boa-nova. 

Considerando que economia norte-americana não indica sinais de desaceleração forte, tampouco a inflação convergindo rapidamente para a meta de 2%, na opinião dos analistas da Ágora, o FED poderia muito bem ter iniciado o ciclo com 0,25 pp, “possibilidade que foi amplamente discutida no mercado nos meses anteriores, uma vez que os fundamentos da economia ainda são positivos”. 

Conforme a análise dos especialistas, o corte realizado em maior magnitude os leva a uma leitura de “preocupação do FED sobre uma recessão em breve”. Para eles, quase sempre um corte de juros é celebrado pelo mercado e visto como algo positivo, porém, os analistas da Ágora têm um ponto de vista diferente em relação à economia dos EUA neste momento: “a questão aqui não é esperar que o valuation das empresas seja descontado por uma taxa menor e que o mercado revise seus preços-alvo para cima, e sim que a magnitude foi maior do que o esperado pelo mercado e também houve uma sinalização de continuidade dos cortes nos próximos meses – e, para nós, o FED mandou uma mensagem de que a economia pode não estar tão bem assim”.

Na hora de investir em BDRs com juros dos EUA

Em vista desse cenário, de possibilidade de recessão, a Ágora mantém uma postura mais cautelosa em suas alocações, reduzindo exposição a setores mais cíclicos, como tecnologia e turismo, dando espaço para setores mais consolidados – como o bancário, petróleo e mineração. 

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