Mesmo com queda da Selic, descubra se os investimentos em CDB ainda podem ser atrativos
A taxa Selic é uma ferramenta de controle da inflação, mas também serve como base para as demais taxas de juros do mercado brasileiro. Por essa razão, sua elevação traz piores condições de empréstimos e financiamentos, mas favorece os investimentos em CDB, títulos públicos e demais ativos de renda fixa.
Os investimentos em CDB, por exemplo, nada mais são do que a compra de títulos de dívida de uma empresa, banco ou instituição privada. Em outras palavras, ao investir nesse papel, o investidor estará, na prática, emprestando dinheiro para aquela empresa ou instituição, a fim de receber juros em troca.
No entanto, com a queda recente da Selic, que passou de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano, muitos investidores se questionam: “Será que os investimentos em CDB perdem atratividade com a queda na Selic?”
Investimentos em CDB perdem atratividade com queda na Selic?
De forma geral, a queda da Selic pode reduzir o prêmio nominal das aplicações em renda fixa, como no caso dos investimentos em CDB de bancos. Por outro lado, isso não necessariamente significa que eles perderão sua atratividade tão cedo.
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Isso porque, apesar de um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, ela ainda continua em patamar bastante elevado no Brasil, mostrando que os ativos de renda fixa podem permanecer atrativos para muitos investidores, principalmente os mais conservadores.
Além disso, é importante olhar para uma questão importante: o juro real, que é o valor da Selic descontada a inflação acumulada nos últimos 12 meses. Como já dito, a Selic serve como um mecanismo de controle da inflação. Assim, dentre as diversas razões para o seu recente corte também está o arrefecimento dos índices inflacionários no país.
Com a inflação (medida principalmente pelo IPCA) registrando desaceleração ou até queda nos últimos meses, um corte na Selic pode fazer com que o juro real do investimento tenha recuado.
Imagine um cenário em que os investidores aplicam seu dinheiro em um CDB com uma rentabilidade de 14% ao ano, tendo uma taxa de inflação de 6% ao ano (juro real de 8%). Se o retorno desse CDB cai para 13,5% após a baixa da Selic, mas a inflação acumulada de 12 meses cai para 5,5%, o juro real do investimento continua nos mesmos 8%. Sendo assim, em termos práticos, o investidor não estaria perdendo com a queda da taxa básica de juros nesse caso.
Por essa razão, ao avaliar o rendimento dos investimentos em CDB, por exemplo, é muito importante não considerar apenas o retorno nominal, mas também o real, ou seja, descontada a inflação. O IPCA acumulado hoje é de 3,99% em 12 meses, gerando um juro real em relação à Selic de 9,26%, ainda bastante elevado.
Risco x Oportunidade: a importância da diversificação
Em um cenário de juros altos, muitos investidores migram seu capital a ativos de renda fixa, deixando os ativos mais arriscados de lado, como ações e fundos imobiliários. Mas um ponto muito importante a se considerar é que a economia é cíclica e está em constante transformação.
Com a Selic em tendência de alta, o “efeito manada” gera uma pressão vendedora nos ativos de renda variável, tornando-os menos atrativos do ponto de vista de risco-retorno quando comparado aos títulos de renda fixa, sejam eles públicos (como Tesouro Selic) ou privados (como os CDBs).
Nesse contexto, as cotações de ações e fundos imobiliários podem ficar mais baixas, com os investidores vendendo seus ativos para investir na renda fixa. Se por um lado a Selic alta torna os investimentos em CDB, por exemplo, mais atrativos, por outro gera oportunidades de “compras baratas” aos investidores de renda variável no longo prazo.
Isso porque, quando o ciclo se inverter, ou seja, a tendência da Selic for de baixa e recuar cada vez mais, encontrar ativos de renda variável baratos pode não ser mais tão fácil quanto antes, já que o mercado antecipa os movimentos dos juros e, por essa razão, quando se tem a perspectiva de que a Selic vai cair, o fluxo de capital comprador de ações e FIIs aumenta de forma antecipada.
Sendo assim, apesar dos investimentos em CDB não perderem a atratividade no curto/médio prazo, é importante observar de forma antecipada os bons ativos de renda variável que estão com preços atrativos, buscando um equilíbrio da carteira entre os dois tipos de investimento.
Nesse sentido, para obter maior sucesso no longo prazo no mercado financeiro, é relevante que o investidor tenha uma carteira diversificada, com investimentos em CDB e outras aplicações da renda fixa, mas também em ações brasileiras e internacionais e FIIs, de modo a “surfar” nos bons momentos dos diferentes tipos ativos, em situações macroeconômicas distintas.
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