🌎 MERCADOS GLOBAIS
Ativos de risco internacionais estão ensaiando uma nova sessão positiva, com investidores ainda reagindo à sinalização mais “flexível” do Fed com relação à retirada dos estímulos monetários após mais uma reunião do de política monetária. Na ocasião, apesar do BC reforçar que o início do tapering estaria próximo, o FOMC manteve a medida condicionada à trajetória da economia americana nos próximos meses – com ênfase no mercado de trabalho –, deixando a porta aberta para sustentar os estímulos nos níveis atuais por mais tempo caso seja necessário.
Paralelamente, a situação financeira da Evergrande continua promovendo um maior grau de cautela, impedindo ganhos maiores até o momento. Nesta fronte, investidores seguem acompanhando a movimentação do governo chinês: de um lado, o PBoC (BC chinês) voltou a realizar uma injeção generosa de liquidez no mercado de dívida de curto prazo (US$ 17 bi) enquanto Pequim instruiu a companhia a evitar um default nos próximos pagamentos de coupons, buscando acalmar investidores. Do outro, o governo chinês também já notificou governo locais para se prepararem para a eventual quebra da companhia; acendendo um alerta vermelho no que diz respeito à possibilidade de um maior contágio do setor imobiliário e da economia chinesa como um todo.
📰 HEADLINES
VALOR
Relator rejeita retirar precatórios do teto de gastos. Escolhido ontem como relator da proposta de emenda constitucional (PEC) dos precatórios, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou que trabalhará para que o teto de gastos seja respeitado, indicou que não concorda com a sugestão do vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), de excluir essas dívidas do teto e criticou estudo que a sugestão do governo para adiar esses pagamentos poderá gerar um passivo de R$ 1,4 trilhão em 15 anos. A comissão especial que discutirá a PEC foi instalada ontem, com a eleição do deputado Diego Andrade (PSD-MG) como presidente e Motta – que é líder do Republicanos na Câmara – como relator. O projeto é prioridade para o governo porque dele depende a elaboração do Orçamento do próximo ano; a reformulação do Bolsa Família e crescimento de outras despesas.
VALOR
FMI sugere regras complementares para teto de gastos. O teto de gastos funcionou bem para conter o aumento das despesas e sustentar a confiança dos mercados, mas as autoridades brasileiras recorreram a ações legislativas específicas para aumentar dispêndios emergenciais, em vez de cláusulas de escape formais, diz o Fundo Monetário Internacional (FMI). Na visão do Fundo, essa abordagem pode minar a previsibilidade do arranjo fiscal, com implicações sobre a confiança dos investidores. No relatório anual sobre a economia brasileira divulgado ontem, técnicos do Fundo afirmam ser necessário um arcabouço fiscal de médio prazo para complementar a regra do teto de gastos, com uma âncora de dívida explícita e cláusulas de escape específicas que definam de forma restrita as condições nas quais regras fiscais podem ser suspensas.
FOLHA
Copom eleva Selic novamente em 1 ponto percentual, a 6,25% ao ano. Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros —a Selic— em 1 ponto percentual, a 6,25% ao ano, nesta quarta-feira (22). No comunicado, o BC indicou que fará nova elevação na mesma magnitude na próxima reunião, no fim de outubro, o que elevaria a taxa para 7,25%. “O Copom considera que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques. Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista”, afirmou o comunicado.
FOLHA
Guedes resiste a desoneração de 17 setores e articula com relator medida ampla. Contrário ao projeto que renova a desoneração da folha salarial de 17 setores; o ministro Paulo Guedes (Economia) tenta articular uma proposta alternativa para que haja uma redução ampla de encargos a todas as empresas. Relator do texto que prorroga o benefício aos setores, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) se reuniu com Guedes nesta quarta-feira (22) e debateu o tema. Sem dar detalhes, ele afirmou que a nova medida em estudo promoveria uma substituição de impostos sem aumentar a carga tributária. Embora a forma de compensação da proposta não tenha sido apresentada, Guedes avalia e defende desde o início do governo; a criação de um imposto aos moldes da extinta CPMF para compensar um corte amplo em encargos trabalhistas.
ESTADÃO
Pagamento de precatórios pode incluir imóveis da União, ações de estatais e até barris de petróleo , O acordo para a nova proposta de pagamento dos precatórios devidos pela União vai exigir a montagem de uma grande mesa de negociação de ativos que o governo quer dar em troca da quitação de R$ 50 bilhões de dívidas judiciais. Esses precatórios ficarão fora do teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação, e não serão pagos à vista, mas poderão ter a quitação acelerada mediante acerto entre as partes. Como o pagamento pode demorar sem essa negociação, a União ganha poder de barganha para obter acordos que hoje são considerados não atrativos; já que o credor receberá os recursos em dia sob qualquer hipótese. Diferentemente de Estados e municípios, o governo federal até hoje pagou em dia seus precatórios.
ESTADÃO
Governadores avançam na criação do consórcio Brasil Verde; veja 10 metas. Resposta dos Estados à política ambiental de Jair Bolsonaro, o consórcio Brasil Verde ganha corpo. Governadores debatem a minuta de criação do grupo e estabelecem objetivos, boa parte deles ligada à “economia verde”. Estimular o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) e implementar uma política de incentivo à inovação com menos impacto ambiental são prioridades citadas em documento ao qual a Coluna teve acesso. Também estão nas metas um inventário das principais fontes de emissões de gases do efeito estufa no País.
GLOBO
Desaprovação a Bolsonaro sobe dez pontos em sete meses e alcança 68%, diz Ipec. A desaprovação dos eleitores brasileiros ao governo Jair Bolsonaro (sem partido); subiu dez pontos percentuais em sete meses e alcançou a marca de 68%, segundo pesquisa divulgada pelo Ipec nesta quarta-feira. No último levantamento, em junho deste ano, o mandatário era desaprovado por 66% dos eleitores entrevistados e, em fevereiro, a marca era de 58%. A alta nos números negativos vem na esteira das investigações de supostos casos de corrupção envolvendo a compra de vacinas contra a Covid-19 e o avanço da CPI da Covid sobre figuras centrais do governo Bolsonaro.
GLOBO
Reforma administrativa: relator apresenta novo parecer, abrindo espaço para inclusão da elite do Judiciário nas novas regras. A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a proposta de reforma administrativa, começou a avaliar, nesta quarta-feira, o texto-base da proposta. Para facilitar a votação da matéria, o relator, deputado Arthur Maia (DEM-BA), apresentou um novo parecer; abrindo espaço para inclusão da elite do Judiciário nas novas regras. Isso foi feito porque em outra versão, Maia havia blindado essas categorias. O texto original do governo deixou essas categorias, consideradas carreiras de Estado, que compõem a elite do Judiciário e do Ministério Público, fora da reforma.
📊 E OS MERCADOS HOJE?
Mercados globais estão voltando a amanhecer em tom positivo, com investidores ainda reagindo a um Fed mais flexível com relação ao início do tapering. No pano de fundo, a situação da gigante Evergrande na China se mantém como ponto de atenção para investidores. No Brasil, o mercado deve reagir ao Copom; que confirmou a alta de 1.p.p. da Selic sinalizada por RCN e levou a taxa básica de juros ao patamar de 6,25% a.a. Adicionalmente, o comunicado já previu a continuidade do processo de aperto monetário no atual ritmo nas últimas reuniões do ano – o que implicaria uma Selic a 8,25% a.a. no fim de 2021 –, sem descartar a possibilidade de a Selic continuar adentrando território contracionista nas primeiras reuniões de 2022. Tendo tudo isso em vista, e levando em consideração que as ações do BC já estavam sendo, em grande parte; antecipadas pelo mercado, esperamos uma nova sessão de recuperação dos ativos brasileiros; que deverão seguir se beneficiando do bom humor externo na falta de novos contratempos em âmbito local.