🌎 CENÁRIO EXTERNO

Duelo de gigantes

Atividade americana

Ativos de risco estão operando sem direções claras, com bolsas europeias beirando a estabilidade e índices futuros de NY iniciando o dia no vermelho após uma sessão mista no oriente. A manhã traz poucas novidades ao cenário econômico global, mas promete uma série de dados de atividade relevantes nos EUA. No pano de fundo, o dólar (DXY) opera próximo à estabilidade, ainda em patamares relativamente deprimidos, e os juros têm manhã de leve abertura. Commodities também têm manhã mista, sem grandes destaques.

Duelo de gigantes

Como destaque no noticiário, investidores acompanharam a cobertura de uma nova conversa entre o alto escalão de oficiais americanos e chineses, onde o intuito foi a resolução de algumas das suas inúmeras diferenças. Naturalmente, as tensões continuam entre as duas maiores economias do mundo, evidenciadas pela fala de Kurt Campbell, o principal correspondente de Biden na Ásia, que afirmou que a política de tratamento à China terá uma abordagem mais estratégica, e que a relação entre os dois países será definida pela competição intensa. Tal afirmação foi rechaçada pelo porta-voz do ministério de relações exteriores da China, que alegou que ambos os países têm a ganhar com cooperação e perder com o confronto e que, apesar da competição ser algo natural na relação entre os dois países, defini-la assim só serve para promover novos conflitos.

Na agenda

Assim como já foi antecipado, o dia reserva uma agenda recheada nos EUA, a começar pelas encomendas de bens duráveis à indústria em abril (est.: 0,8%), a 3ª estimativa para o PIB no 1º trimestre de 2021 (est.: (+6,4% t/t anualizado) e os novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada (est.: 425 mil), todos às 9h30. No restante da manhã, o investidor ainda recebe as vendas pendentes de moradias em abril (est.: +0,5%), às 11h, e a sondagem industrial do Fed de Kansas City, às 12h.

CENÁRIO BRASIL

CPI da Covid aprova convocação de 9 Governadores

CPI da Covid

Os membros da CPI da Covid aprovaram requerimentos de convocação para 9 governadores (AM, AP, DF, PA, PI, RO, RR, SC e TO); além do ex-governador do RJ, Wilson Witzel. Todos foram alvo de operações da PF para apurar irregularidades na utilização de verbas federais destinadas ao combate à pandemia. O depoimento dos mandantes estaduais pode aliviar o desgaste do governo, que ocorre em função da cobertura exaustiva dos trabalhos da CPI pela mídia. Uma pesquisa de aprovação realizada pelo PoderData – a primeira desde o funcionamento pleno da comissão – mostrou que a reprovação do governo igualou a sua alta histórica de 59%, um aumento de 5 p.p. ante a pesquisa realizada há 15 dias.

Desgaste continuará

Apesar da aprovação dos requerimentos referentes aos governadores, a CPI ainda receberá depoentes que podem dar continuidade às narrativas comprometedoras para o governo. Os senadores aprovaram a reconvocação do o ex-ministro Eduardo Pazuello (Saúde) e do seu sucessor, Marcelo Queiroga. Também foram convocadas figuras associadas ao que os opositores do governo chamam de “Ministério da Saúde Paralelo”, que inclue o empresário Carlos Wizard; o assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, e o ex-assessor especial da Presidência, Arthur Weintraub.

Adiamento da flexibilização

O governo do estado de São Paulo decidiu adiar a flexibilização das medidas de isolamento social até o dia 14/06. O recuo representa mais uma sinalização da incerteza em torno da evolução da pandemia no curto prazo. Inicialmente, o governo estadual pretendia abrandar as restrições no final de maio. Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência contra o coronavírus, justificou a decisão citando a evolução negativa na incidência de casos, que cresceu 8,3% na última semana, e o aumento nas internações, que subiu 7,8% durante o mesmo período.

BIP

O ministro Paulo Guedes (Economia) revelou maiores detalhes sobre o Bônus de Inclusão Produtiva (BIP), um programa em fase de desenvolvimento que tem como intuito fomentar a inclusão de jovens no mercado de trabalho. Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego entre jovens de 18-24 anos atingiu 31,4% durante o S1 de 2021 – máxima histórica 2x maior que a taxa que contempla todas as idades (14,2%). Guedes revelou que a intenção do governo é criar um novo regime trabalhista com duração de até 1 ano para capacitar jovens e oferecer uma porta de entrada ao mercado de trabalho. A intenção é pagar salário entre R$ 500 e R$600 – com carga horária reduzida – dividido em partes iguais entre o governo e a empresa. Já existem recursos para lançar o programa em 2021, mas a equipe econômica ainda busca o financiamento necessário para dar continuidade ao programa em 2022.

Na agenda

Em novo dia de agenda local movimentada, o destaque da manhã deve ficar com a divulgação da Pnad-Contínua de março pelo IBGE, às 9h. Assim como foi em fevereiro, esperamos uma nova alta da taxa de desemprego, de 14,4% para 14,7% no trimestre encerrado em março. Depois da Pnad, o Tesouro rouba a cena com um leilão de LTNs, LFTs e NTN-Fs, às 11h30; e a divulgação do resultado primário do governo central (est.: R$ +15,4 bi), às 14h30.

E os mercados hoje?

Mercados globais têm manhã mista, com investidores na expectativa por mais uma série de dados econômicos nos EUA. No noticiário, destaque para declarações de ambos os lados após novas conversas diplomáticas entre Estados Unidos e China. No Brasil, a CPI da covid se prepara para receber governadores em mais uma série de depoimentos que devem gerar novos desgaste à imagem do planalto. Enquanto isso, seguimos acompanhando a consolidação da 3ª onda de infecções por covid-19 no Brasil; o que já leva São Paulo a adiar flexibilização e medidas restritivas. Desta forma, acreditamos em uma abertura de viés negativo para ativos locais; que deverão repercutir o fluxo de notícias mais desfavorável em âmbito local e uma abertura fraca no exterior.

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