A participação do Brasil nas carteiras estrangeiras registrou uma quantidade mínima histórica. Isso em razão, principalmente, da grande aversão dos investidores estrangeiros aos riscos do país, junto com a expectativa de alavanca de juros nos Estados Unidos.
Desse modo, levando em consideração os fundos dedicados aos mercados emergentes, o Brasil detém uma parcela preocupante de 5,1% atualmente. Dado que, em 2011, no ápice da participação do país nas carteiras de investidores estrangeiros, era de 16,4%.
Além disso, segundo o relatório do BTG Pactual, em fundos globais que adquirem ações do mundo inteiro, o Brasil representa uma parcela de apenas 0,23%. Uma vez que, em 2009, atingiu 1,94% de participação.
Já em fundos da América Latina, o Brasil chegou a atingir uma participação menor que a atual. Então, mesmo tendo a menor porcentagem desde 2019, cerca de 60,36%, ele se encontra melhor nessas proporções.
Compilado de fatores
De acordo com a chefe de economia da corretora Rico, Rachel de Sá, a retirada de investimentos nacionais na carteira dos estrangeiros é fundamentada em uma série de fatores domésticos. Bem como, aumento expressivo de taxas de juros e furo do teto de gastos.
Logo, Rachel destaca que agora inicia um processo de redirecionamento. Visto que era muito comum aumentarem os investimentos com maiores riscos em um cenário em que o juros estavam baixos, agora a situação é outra.
Portanto, o cenário interno do país tem colaborado diretamente para o afastamento dos investidores estrangeiros. Para Paloma Brum, analista da Toro Investimentos, um destaque foi a quebra da regra do teto dos gastos, que não foi bem vista no mercado.
“A quebra da regra do teto dos gastos não foi bem avaliada. Uma das leituras é de que se o governo quebra uma regra, isso pode ocorrer com outras”, destaca Paloma Brum.
Forte crise aos investidores
A situação preocupante da expansão da atividade econômica no Brasil integra a inflação elevadíssima e o aumento da dívida pública. Isso não é totalmente exclusivo do país, e existem outros emergentes que enfrentam fortes cenários de crise.
Entretanto, no Brasil, essas adversidades detém poder abundante de realizar um estrago maior frente aos demais.
Em razão disso, o economista-chefe para emergentes da consultoria inglesa Capital Economics, William Jackson, explica que o cenário negativo engloba uma série de aspectos. Por exemplo, a inflação elevada que ocasionou no aumento histórico da taxa de juros e diminuiu a confiança dos investidores.
Além do impacto direto no PIB, a estimativa é que esses juros tenham de subir ainda mais se a mexida no teto de gastos sair do papel.
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