Desde a Proclamação da República, a igreja católica sempre exerceu grande influência nas eleições brasileiras, em todos os níveis.

Nos sermões das missas, os padres vetavam candidatos ateus, protestantes, espíritas, umbandistas etc.

Além disso, diversos sacerdotes católicos se candidatavam a cargos políticos.

Mais tarde, o Código de Direito Canônico, em seu artigo (cano) 287, dispôs que “Os clérigos não podem ter parte ativa nos partidos políticos…

Como todo mundo sabe, nas últimas décadas houve um enorme crescimento das igrejas evangélicas no Brasil.

Em seus cultos, os pastores não só apoiavam candidatos como eles mesmos disputavam vagas nos poderes legislativo e executivo, passando a ter grande peso na composição do cenário político do país.

Esta semana foi dada a largada da campanha presidencial (oficial, pois oficiosa já vinha rolando havia algum tempo) brasileira.

No primeiro round, Jair Bolsonaro levou vantagem sobre Lula ao se “linkar” no quesito evangélico e mesmo religioso em geral.

Se dizendo católico, tendo uma esposa verdadeiramente evangélica e sendo simpático aos judeus (o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu foi o único chefe de governo não latino-americano a vir para sua posse), explora magnificamente o tema religião.

Já Lula, ao dizer num comício que “se tem alguém que é possuído pelo demônio é ele (Bolsonaro)”, entrou numa seara que definitivamente não é a sua.

Se há uma coisa que não cola na imagem do candidato petista é religião.

Vamos aguardar quando os dois começarem a discutir economia e outros assuntos de verdadeiro interesse do país.

Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv Publicações.

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