As eleições presidenciais estão chegando na reta final e um dos assuntos mais relevantes para o mercado atualmente é o nome do próximo ministro da Fazenda. Vejo duas possibilidades, uma para cada candidato, descubra quem são neste Relatório Especial.

Vamos iniciar pelo atual mandatário que sempre que cai em alguma saia justa quando o tema é economia, desde as eleições de 2018, recorre ao seu Posto Ipiranga. Nesta campanha, não foi diferente e sempre que questionado sobre o tema afirma que seu ministro da Economia será Paulo Guedes, o que convenhamos cai como música aos ouvidos dos investidores. Isso embora todos os problemas vividos nos últimos quatro anos, Guedes é um nome que mantém credibilidade no mercado financeiro e, mesmo nos demais setores da sociedade, as políticas econômicas foram razoavelmente bem-vistas.

Até aqui sem surpresas, no entanto, do outro lado da corrida presidencial, essa vaga aparentemente está em aberto, ou pelo menos é isso que o líder das pesquisas insiste em colocar nas suas falas. Lula tem afirmado que só indicará seu ministro após as eleições.   

Na noite de ontem, na universidade PUC, Lula e o PT reuniram uma série de ministeriáveis, para um evento de campanha e estavam presentes nomes como Geraldo Alckmin, Pérsio Árida, Henrique Meirelles, dentre outras personalidades que apoiam a candidatura de Lula. O mercado esperava por um possível anúncio de Henrique Meirelles como ministro da Economia, o que não ocorreu.

Aliás, pelo contrário, ao lado de seu correligionário favorito, Fernando Haddad, o ex-presidente afirmou que a responsabilidade fiscal não pode ser o centro do governo, o que com toda certeza não agrada muito aos investidores. Lula já afirmou por diversas vezes que seu ministro da Fazenda será um político.

E aí trago uma opinião pessoal, essa que não é consenso nem mesmo dentro da Inv. Minha visão é a de que Lula não anunciou até aqui seu ministro da Economia por uma razão simples: o nome mais provável não pode ser anunciado, pois está concorrendo ao cargo de governador de São Paulo.

Lula já está com 76 anos, no final de sua carreira política, e até aqui não conseguiu criar nomes de peso para sua sucessão, mas para mim é visível que Fernando Haddad é seu favorito. Lula tem feito de tudo para dar visibilidade ao Haddad, dando-lhe, quando presidente, o importante ministério da Educação. Depois, impulsionado por essa vitrine, conseguiu emplacá-lo como prefeito de São Paulo em 2012, quando o partido era muito mais forte. Já em 2018, quando não pode concorrer às eleições presidenciais, foi Haddad quem o representou nas urnas.

Nesta eleição, contra toda a cúpula do partido, escolheu Geraldo Alckmin como vice-presidente e uma de suas maiores motivações foi retirar o ex-governador de São Paulo da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, dessa forma, tornando o caminho mais fácil para Haddad se tornar o governador do estado mais rico do país. Isso me parece improvável agora, uma vez que a vantagem de Tarcísio de Freitas parece irreversível.

Na minha visão, Lula irá entregar a Fernando Haddad um ministério relevante o qual ele possa ter destaque, e esse ministério pode ser o da Fazenda. Neste cenário, Haddad seria uma espécie de Palocci no primeiro mandato do governo Lula ou mesmo de FHC no governo Itamar. Um político de centro muito bem assessorado por secretários técnicos, como a equipe do plano Real.

Claro, isso não é uma certeza, apenas uma hipótese que me parece bastante provável, assim, Lula começa sua conciliação entre o mercado e a ala mais radical do partido, pois ambos toleram Haddad por ser uma das lideranças mais ponderadas do partido atualmente.

João Abdouni, analista CNPI na Inv Publicações.

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