A Petrobras implementou o PPI (preço de paridade internacional) em 2016, durante a presidência de Pedro Parente. Tal medida permitiu que a companhia não só diminuísse as dívidas, que eram gigantescas, como pudesse chegar aos dias de hoje e entregar lucro para o governo e seus acionistas minoritários. Entretanto, essa mesma mudança, que permitiu que a Petro se tornasse um negócio sustentável, é também o motivo da grande tensão que fez com que o presidente José Mauro Coelho renunciasse hoje, dia 20, ao seu cargo.

Essa troca na presidência da companhia, assim como a última, de Joaquim Luna, mostra que os constantes aumentos nos preços dos combustíveis estão incomodando. Dessa vez, o presidente durou cerca de dois meses no cargo e saiu logo após anunciar um reajuste de 5% na gasolina e de 14% no diesel.

A questão é que sim, é importante para a companhia manter a paridade para dar continuidade ao trabalho de sua melhoria, mas também é importante saber que, dado o contexto político e econômico mundial e, fazer isso, da forma que foi feito, gera em minha análise mais riscos para a companhia do que benefícios.

Temo por dois fins para essa história: a total ruptura do PPI por meio de uma intervenção direta e/ou o aumento dos impostos sobre ela em uma intervenção indireta. Nesse segundo caso, pode inclusive acontecer como foi com os bancos, um aumento abre precedente para outro e, quem sabe, para outras empresas que também estão gerando lucros recorde no período, como as exportadoras.

Nícolas Merola, analista CNPI na Inv Publicações.

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