Até o último final de semana, a grande dúvida do mercado era quem seria o futuro presidente do Brasil. Passado esse questionamento, surge outro: quem será o ministro da Economia? E, principalmente, quais serão suas políticas?

Infelizmente não tenho nenhuma grande revelação para fazer aqui em relação às perguntas, até porque elas ainda não foram claramente respondidas por Lula ou pelo PT. No entanto, tenho algumas constatações a fazer sobre uma discrepância latente entre o fato e o boato que cerca o tema.

Ao citar o boato, me refiro às expectativas do mercado financeiro tanto antes quanto depois do segundo turno sobre quem será o futuro ministro da Economia. Tanto pré-primeiro quanto segundo turno, tudo que circulava no mercado indicava Meirelles. “Hoje, o Meirelles será anunciado”, ouvi essa frase pelo menos umas cinco vezes dias antes da euforia na bolsa, e nada, talvez tenha sido uma coincidência.

Agora, o fato é que vem sendo oficialmente comunicado e verbalizado: “será um ministro político!”, disse Lula. Nesse caso, em minha opinião, Haddad e Mercadante parecem ser nomes que se encaixam melhor na descrição.

No fim, toda essa angústia existe, principalmente, porque o mercado quer saber se o futuro governo será ou não fiscalmente responsável. Na “Carta Para o Brasil do Amanhã”, o PT se defende, apesar de que quase como uma nota de rodapé, nos últimos parágrafos do documento: “já governamos este país. Com responsabilidade fiscal, reduzimos a dívida pública, controlamos e acumulamos um expressivo volume de reservas cambiais…”.

Mas, isso só não foi suficiente como não será. Por isso, a definição do ministro continuará sendo o próximo gatilho de atenção do mercado. Até que haja um fato, cuidado com o boato.

Nícolas Merola.

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