Quando, em 1998, após ter sido presidente da República, Itamar Franco se elegeu governador de Minas Gerais, uma de suas primeiras providências ao assumir foi declarar moratória da dívida externa do estado.
Para o mercado internacional, o ato não deveria ter impacto, uma vez que o governo federal era avalista dessa dívida.
Mas teve.
Nova York se assustou com a palavra “moratória” e a NYSE sofreu forte queda. Era época em que os emergentes exerciam influência.
“Qualquer coisa que eu digo”, ironizou Itamar, “o mercado fica nervosinho.”
Ontem, após a B3 levar um tombo colossal (isso com as bolsas externas disparando) e o dólar subir fortemente contra o real, tudo por causa de declarações de Lula criticando “a tal da estabilidade fiscal” o ex e futuro presidente disse que “o mercado fica nervoso à toa”.
Agora sou eu que respondo:
“Não fica nervoso, fica short.”
Para os traders experimentados, não faz a menor diferença se a Bolsa está subindo ou caindo. O importante é acertarem o movimento e agirem de acordo.
Se é de queda, ficam shorts no Ibovespa, compram puts (opções de venda) e vendem calls (opções de compra).
No caso de alta do dólar, basta comprar a moeda americana no mercado futuro da B3.
Portanto, presidente, quem vai ficar nervosinho é o povo brasileiro, caso a irresponsabilidade fiscal se materialize, tendo como consequência inflação, aumento das taxas de juros e, ao final, recessão e desemprego.
Um forte abraço,
Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv Publicações.
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