Em fevereiro deste ano, Jair Bolsonaro viajou para Moscou para se reunir com o presidente russo Vladimir Putin.

O encontro havia sido acertado em dezembro. Da agenda, constava um acordo comercial de venda de fertilizantes russos para o Brasil, principalmente nitrato de amônia.

A Rússia é o maior produtor e exportador mundial de fertilizantes (US$ 7,6 bilhões anuais); o Brasil, maior importador (US$ 7,82 bilhões).

Não é preciso fazer muitas contas para concluir que somos extremamente dependentes deles.

Não foram divulgados muitos detalhes das conversações entre os dois chefes de Estado, mas o certo é que em abril chegaram aos portos brasileiros 24 navios contendo 678 mil toneladas de fertilizantes.

Deixamos de correr risco de desabastecimento desses insumos básicos da agricultura em futuro próximo.

Mas não é só aqui que a crise está diminuindo. Agora, o mercado mundial de fertilizantes está se normalizando, como estão se normalizando os mercados de diversas commodities.

Produtores precisam vender, consumidores têm de comprar.

É sempre assim. Quando as guerras começam a se arrastar (como é o caso agora do conflito russo-ucraniano), as pessoas, empresas e países vão se adaptando ao novo cenário.

Não raro, importações e exportações tornam-se triangulares. Estando A com relações rompidas com C, os negócios fluem através de B, o que não foi o caso agora de Brasil e Rússia, provavelmente graças à viagem de Bolsonaro a Moscou, literalmente a salvação da lavoura.

Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv Publicações

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