Os grandes bancos privados já divulgaram seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2022. Neste Relatório Especial, iremos falar de Itaú, Bradesco, Santander e BTG Pactual. Descubra quem foi melhor.
Itaú Unibanco (ITUB4)
O maior banco da América Latina apresentou um lucro de R$7,7 bilhões, um crescimento de 17% em comparação ao mesmo período do ano anterior, com um retorno sobre patrimônio (ROE) de 20,8%, número bastante elevado.
Já o índice de cobertura (reserva para devedores duvidosos), fechou o trimestre 14% abaixo do primeiro trimestre de 2022. Caso ele mantivesse o mesmo nível de provisão, o lucro normalizado seria de R$4,4 bilhões. No entanto, o banco liderado pela família Setubal conta com um excesso de provisão superior ao que é exigido pelo Banco Central, em 34%, o que consideramos bastante conservador.
O patrimônio do banco cresceu R$6,7 bilhões, atingindo o total de R$160,7 bilhões, o maior aumento na comparação com os grandes bancos privados.
De forma geral, observamos o resultado como o melhor entre os bancos tradicionais.
Santander (SANB11)
O banco de controle espanhol reportou um lucro de R$4 bilhões em linha com o mesmo período do ano anterior, apresentando um retorno sobre patrimônio de (ROE) 20,8%.
No qualitativo, o Santander acabou surpreendendo com um índice de cobertura melhor na comparação com o trimestre anterior ao atingir 224%, um crescimento da reserva para perda em 9% na comparação com o trimestre anterior e que foi de 215%.
No entanto, a melhora do número veio pois o banco renegociou 31,7 bilhões de reais com clientes com risco de inadimplência, melhorando assim o nível de inadimplência dos seus clientes.
A provisão complementar ficou 10% acima do regulatório exigido pelo Banco Central no fechamento trimestral, 3,3% abaixo do último resultado apresentado. Dessa forma, se mantido o nível de provisão adicional, o lucro normalizado do Santander seria de R$3 bilhões.
O patrimônio do banco cresceu R$1,1 bilhão, chegando ao total de 80 bilhões de reais. Esse aumento não foi em linha com o lucro da instituição por conta da marcação mercado da carteira de títulos públicos que deve apresentar um desempenho melhor no terceiro trimestre com a queda do juros longo que estamos vendo no Brasil.
Bradesco (BBDC3)
O resultado do Bradesco reportou um lucro de R$7,1 bilhões, expansão de 11% na comparação com o mesmo período de 2021. O ROE foi de 18,1%.
Já o índice de cobertura para devedores duvidosos fechou o segundo trimestre de 2022 em 218%, uma queda de 27% na comparação com o trimestre anterior, que foi de 235%. Caso a instituição financeira tivesse mantido o mesmo índice de cobertura, o lucro do segundo trimestre de 2022 teria sido de R$3,2 bilhões. Já a provisão complementar do Bradesco está 18% acima do que o Banco Central exige.
O patrimônio do banco cresceu R$1,6 bilhão atingindo o total de R$154 bilhões e, assim como o Santander, o aumento não foi em linha com o lucro da instituição por conta da marcação mercado da carteira de títulos públicos. Seguindo o mesmo racional acima, essa carteira deve apresentar um desempenho melhor no terceiro trimestre com a queda dos juros longos que estamos vendo no Brasil.
BTG Pactual (BPAC11)
Nesta manhã (9), o maior banco de investimentos da América Latina divulgou o resultado do segundo trimestre de 2022 com um lucro de R$2,2 bilhões, elevação de 27% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o ROE foi de 21,6%.
Ele manteve um alto nível lucratividade, em linha com o primeiro trimestre de 2022, com um crescimento de 20% das receitas que atingiram R$4 bilhões. Isso foi puxado pelos segmentos ligados aos juros, que são as partes patrimoniais do banco alocados em dívida pública e que, logo, foram beneficiados pela elevação das taxas de juros. Outra área que teve um aumento importante foi o setor de crédito, que é majoritariamente dedicado às grandes empresas.
O patrimônio líquido totalizou R$41,4 bilhões no período, crescimento anual de 18%. Por fim, o índice de cobertura foi de 228%, muito acima dos 166% reportados no 1T21.
Observamos como positivo o resultado do BTG.
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João Abdouni, analista CNPI na Inv Publicações.