Nos últimos doze meses, as taxas de juros no Brasil subiram muito. Como consequência, o Ibovespa caiu cerca de 23% e muitas ações até mais do que isso. Algumas chegam até a negociar a um valor inferior ao seu próprio patrimônio. No entanto, observar apenas esta métrica pode ser uma oportunidade ou uma armadilha.

Descubra, neste Relatório Especial, quais são algumas das empresas que listamos com essas características e os riscos ou oportunidades atreladas a cada uma delas. Para isso, listamos cinco empresas que atualmente estão negociando a um valor menor do que o seu próprio patrimônio.

Contabilmente, o patrimônio de uma empresa se refere ao total de seus ativos menos seus passivos, portanto, aquela que negocia abaixo de seu valor patrimonial, em tese, pode dar um indicativo de que essa companhia possa estar barata, sendo assim, uma boa oportunidade de compra.

Porém, sabemos que os participantes do mercado não são bobos e que existe uma narrativa para todas essas histórias, com isso, algumas empresas podem estar sendo negociadas abaixo de seu patrimônio, pois o mercado está precificando que essas companhias irão destruir valor ao longo do tempo.

Como podemos observar abaixo, existem instituições que estão negociando por menos da metade de seu patrimônio registrado em livros:       

Um dos casos mais curiosos talvez seja o da GetNinjas, uma empresa de serviços que tem uma posição de caixa, menos as dívidas, de R$ 290 milhões e está avaliada em bolsa por R$ 126 milhões de reais. Isso mesmo: a empresa vale menos do que o dinheiro que tem guardado no banco. Isso ocorre porque o mercado espera que a GetNinjas destrua valor, ou seja, que a operação da empresa irá consumir boa parte desse montante em pouco tempo.

Usiminas e Gerdau, do setor siderúrgico, sofrem com a desconfiança de que uma possível recessão global ocorra e que seus produtos sejam menos demandados, fazendo com que o preço de seus produtos caia, impactando seus resultados.

O Banco do Brasil, por sua vez, tem como controlador o governo federal e convive com a desconfiança com relação aos riscos de intervenção política dentro da companhia. Por último, brMalls, do segmento de shopping centers, um dos mais impactados pela pandemia.

Com base nestes exemplos, que não são recomendações de investimentos, pudemos perceber que é inegável que existem muitas ações baratas atualmente, no entanto, não podemos negligenciar o trabalho de análise antes de adquirir ações de uma empresa. Afinal, observando métricas simples, a partir de um indicador específico, podemos ser levados a acreditar que determinada companhia seria um bom investimento apenas por estar aparentemente barata.

Isso pode levar o investidor a cair na chamada value trap ou, na tradução, armadilha de valor. Isso ocorre quando uma empresa é mal gerida ou atua em segmento ruim e consome o capital investido pelo acionista.

João Abdouni, analista CNPI na Inv Publicações.

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