Caro Investidor,

Antes de você ser um investidor, com certeza é um consumidor e sabe muito bem onde pesam suas compras no supermercado todo mês. Se é daqueles que mede a “carestia” de um determinado produto semana a semana e usa o brócolis, por exemplo, como termômetro, deve ter notado que a oscilação entre o mínimo e o absurdo no preço do legume é mais de 100% muitas vezes. Bem, nesta quarta-feira (9) o IBGE divulgou o IPCA de setembro, o índice da inflação: alta de 0,44% e a culpa, conforme a instituição, nem foi do brócolis ou qualquer alimento, foi da energia elétrica. 

Ora, ora, você deve estar se perguntando o que essa carta tem a ver com os seus investimentos já que não investe em brócolis. Bem, o fato que, segundo o especialista em investimentos do Acionista, Gustavo Guerses, o IPCA para cima é positivo no médio e longo prazo para FIIs e Renda fixa atrelado ao IPCA (no caso, agora), porém “isso eleva o risco e pode provocar uma desvalorização da cota no curto prazo”. 

A inflação em alta é considerada um fenômeno econômico que afeta a vida das pessoas em geral. Quando os preços dos bens e serviços aumentam de forma acelerada, o poder de compra da moeda diminui, e isso tem consequências diretas sobre os investimentos, e é neste quesito que essa carta pega você.

Dados do IPCA referente ao mês de setembro 2024 (fonte: IBGE)

Impactos

  • Diminuição do poder de compra: A inflação corrói o valor real do dinheiro ao longo do tempo. Isso significa que, com o passar dos meses ou anos, aquele valor que você investiu hoje comprará menos coisas no futuro.
  • Aumento das taxas de juros: Para controlar a inflação, os bancos centrais geralmente elevam as taxas de juros (aguarde a próxima reunião do Copom). Isso, por sua vez, impacta diretamente a rentabilidade de diversos investimentos, como os títulos de Renda Fixa.
  • Volatilidade do mercado: Inflação alta gera incertezas na economia, o que pode levar a uma maior volatilidade nos mercados financeiros. Logo, o valor dos seus investimentos pode oscilar mais intensamente, tanto para cima quanto para baixo.
  • Dificuldade em planejar o futuro: Fica mais difícil planejar o futuro financeiramente, pois os preços dos bens e serviços podem variar muito.

Quais investimentos são mais impactados pela inflação?

  • Renda fixa: Títulos de renda fixa com taxas de juros prefixadas podem ter seu rendimento real corroído pela inflação, especialmente em cenários de alta inflação.
  • Poupança: A poupança é um investimento de baixo risco, mas sua rentabilidade é indexada à Taxa Selic, que por sua vez é influenciada pela política monetária adotada para controlar a inflação.
  • Moeda: Manter dinheiro em espécie também é afetado, pois seu poder de compra diminui ao longo do tempo.

Então, investir onde?

  • Renda Variável: empresas de capital aberto que conseguem repassar os custos para os consumidores e manter suas margens podem se beneficiar da inflação.
  • Imóveis/FIIs: em alguns casos, os imóveis podem ser uma proteção contra a inflação, pois seus preços tendem a acompanhar a variação geral dos preços ou os Fundos Imobiliários.
  • Commodities: bens como petróleo, metais e alimentos podem se valorizar em períodos de inflação, especialmente se houver escassez desses produtos.
  • Fundos de investimento: existem diversos fundos de investimento que buscam proteger o patrimônio dos investidores contra a inflação, como os fundos de inflação e os fundos multimercado.
  • Tesouro IPCA+: título público brasileiro emitido pelo Tesouro Nacional, que oferece um retorno real acima do índice. 
  • CDB IPCA+: garante uma rentabilidade composta pela inflação (IPCA) mais uma taxa fixa. 
  • CRIs e CRAs: podem ser atrelados ao IPCA. 
  • Debêntures incentivadas: são títulos de dívida emitidos por empresas para financiar projetos de infraestrutura, que contam com incentivos do governo. São um investimento de médio e longo prazo, classificado como renda fixa, e são consideradas seguras e estáveis.
  • Fundos de debêntures incentivadas: investimentos que aplicam em títulos de renda fixa emitidos por empresas do setor de infraestrutura. Estes títulos são incentivados pelo governo para captar recursos para financiar projetos de interesse público, e por isso são isentos de IR para pessoas físicas.

Diversificação 

Quando dá algum desajuste na economia, a inflação ganha os holofotes, mas é importante o investidor observar o cenário econômico geral e em diferentes janelas de tempo. Os investimentos atrelados à inflação devem fazer parte de sua carteira, mas dentro de uma estratégia de alocação planejada. Diversificar é sempre a melhor opção. 

Lembre-se

  • Todos os investimentos envolvem algum grau de risco.
  • É fundamental analisar seus objetivos, seu perfil,  horizonte de investimento e tolerância ao risco antes de tomar qualquer decisão.
  • Um assessor de investimentos pode ajudar a montar uma carteira diversificada e adequada ao seu perfil, considerando o cenário de alta inflação.
  • Assinar o Clube Acionista facilita todas as anteriores!

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Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte