Inflação e deflação: conheça todas as diferenças
Entenda todas as diferenças entre inflação e deflação

No Brasil, muito se fala em inflação, no entanto, esse conceito pode não estar tão claro. Além disso, é importante entender também o que é a deflação. Os dois conceitos têm grande influência na vida cotidiana de todos os brasileiros, entenda por quê.

Seus efeitos podem ser sentidos em diferentes níveis, desde os preços dos produtos no supermercado até as políticas governamentais. Entender esses conceitos de maneira prática é essencial para saber como eles afetam não só as empresas, mas também o seu bolso.

Neste artigo, vamos explorar quais as diferenças entre inflação e deflação, os impactos que causam na economia e como eles influenciam o custo de vida e o poder de compra da população.

O que é inflação?

De maneira simples, inflação é o aumento generalizado dos preços de bens e serviços em uma economia durante um determinado período. Quando a inflação acontece, o poder de compra do dinheiro diminui. Ou seja, com a mesma quantidade de dinheiro, você consegue comprar menos do que antes. Ela é medida por indicadores como o IPCA, que acompanha a variação nos preços de uma cesta de produtos e serviços essenciais.

A inflação pode ocorrer por diversos motivos, como:

  • Aumento da demanda: quando a procura por determinados produtos ou serviços aumenta mais do que a capacidade de produção ou oferta, os preços tendem a subir.
  • Custos de produção elevados: se os custos para produzir bens ou fornecer serviços aumentam (como energia, matérias-primas ou salários), as empresas podem repassar esses custos aos consumidores.
  • Política monetária expansionista: quando há um excesso de dinheiro em circulação na economia, isso pode levar à inflação, já que mais pessoas competem pelos mesmos produtos, impulsionando os preços.

Impactos da inflação no dia a dia

A inflação afeta diretamente o poder de compra da população. Quando os preços aumentam, você precisa gastar mais dinheiro para adquirir os mesmos produtos ou serviços. Isso pode ter um impacto significativo sobre as finanças pessoais, principalmente quando os salários não acompanham o ritmo de alta dos preços.

Por exemplo, imagine que você gaste R$ 100 por semana em alimentos. Se a inflação para esse tipo de produto for de 10%, o valor da sua compra subirá para R$ 110, mas seu salário permanecerá o mesmo. Isso resulta em uma diminuição real da sua renda, pois agora você terá que gastar mais para manter o mesmo nível de consumo.

Outro efeito da inflação é a desvalorização das economias. Quando o dinheiro perde valor, poupar pode se tornar um desafio, pois o valor que você guardou hoje pode comprar menos no futuro. Isso incentiva as pessoas a gastarem ou investirem, ao invés de simplesmente guardarem dinheiro.

O que é deflação?

Enquanto a inflação se refere ao aumento dos preços, a deflação é o oposto: trata-se da queda generalizada dos preços de bens e serviços ao longo do tempo. À primeira vista, pode parecer uma coisa boa, afinal, quem não gostaria de pagar menos por produtos? No entanto, a deflação pode ser um sintoma de problemas econômicos graves e ter efeitos negativos.

A deflação geralmente ocorre em situações em que há uma queda acentuada na demanda por produtos e serviços. Isso pode acontecer em momentos de recessão econômica, onde as pessoas e empresas estão gastando menos, seja por medo de crise, incertezas ou falta de renda. Para tentar incentivar o consumo, as empresas reduzem os preços, mas se a deflação se intensificar, pode desencadear um ciclo vicioso que prejudica a economia.

Impactos da deflação na economia

A deflação pode desencadear um ciclo prejudicial para a economia. Quando os preços começam a cair, consumidores e empresas podem adiar compras, acreditando que os preços continuarão a diminuir. Com isso, a demanda por produtos e serviços diminui ainda mais, forçando as empresas a reduzirem os preços novamente.

Esse processo pode resultar em redução de lucros, levando as empresas a cortarem gastos, o que muitas vezes significa demissões e fechamento de fábricas ou lojas. Com o aumento do desemprego, as pessoas consomem ainda menos, o que piora a situação econômica.

A deflação também pode aumentar o valor real das dívidas. Como os preços estão caindo e o valor do dinheiro está subindo, as dívidas contraídas em um período anterior ficam relativamente maiores. Por exemplo, se você tomou um empréstimo para comprar um imóvel e ocorre uma deflação, o valor da sua dívida não diminui, mas o seu salário ou a receita da empresa podem ser reduzidos, tornando o pagamento das dívidas mais oneroso.

Inflação controlada: a meta dos bancos centrais

Os bancos centrais, como o Banco Central do Brasil, têm como uma de suas principais metas controlar a inflação. Através de políticas monetárias, como ajustes na taxa de juros (a famosa Selic no Brasil), eles buscam manter a inflação em níveis que garantam o poder de compra da população, mas que também incentivem o crescimento econômico.

Se a inflação estiver muito alta, o banco central pode aumentar as taxas de juros, tornando mais caro para empresas e consumidores tomarem crédito, o que reduz o consumo e a demanda, levando a uma estabilização dos preços. Se houver deflação ou a inflação estiver muito baixa, o banco central pode reduzir as taxas de juros, tornando o crédito mais barato e incentivando o consumo.

Inflação, deflação e investimentos

Tanto a inflação quanto a deflação afetam os investimentos. Quando a inflação está alta, a rentabilidade de alguns investimentos pode ser corroída, especialmente aqueles de renda fixa, que têm retornos mais previsíveis. Nesse cenário, muitos investidores buscam alternativas como ações ou ativos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA, que garante uma rentabilidade real acima da inflação.

Por outro lado, em cenários de deflação, o poder de compra dos investimentos em dinheiro ou ativos de baixo risco, como a poupança, pode aumentar, mas as oportunidades de crescimento econômico tendem a ser menores, o que impacta negativamente os investimentos em empresas e ações.

Diferenças entre inflação e deflação

Embora a inflação e a deflação sejam fenômenos opostos, ambos podem ter efeitos negativos na economia se não forem controlados. A inflação descontrolada corrói o poder de compra e pode desestabilizar a economia, enquanto a deflação pode criar um ambiente de recessão, onde as pessoas evitam consumir e as empresas são obrigadas a reduzir suas atividades.

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