Na terça-feira (25), o Brasil se preparará para a divulgação da prévia da inflação de fevereiro, um evento que pode impactar significativamente o mercado de ações. Embora janeiro tenha trazido surpresas positivas, com um IPCA bem abaixo das expectativas, a previsão para o próximo mês é um salto considerável nas taxas. De acordo com o Boletim Focus, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deve registrar uma inflação de 1,37%, conforme relatado por diversas análises de mercado.
Expectativas para o IPCA
Se a projeção se confirmar, isso refletirá uma cautela crescente entre os investidores, mesmo após o IPCA de janeiro ter registrado sua menor taxa para o mês dentro da série histórica do Plano Real. Essa queda, em parte, foi impulsionada por um desconto significativo de 14,21% nas tarifas de energia elétrica, devido a um bônus da Itaipu. “Sem esse ajuste, o IPCA teria alcançado 0,77% e não 0,16%”, afirma Julio Ortiz Neto, CEO da CX3 Investimentos. Além disso, outros componentes do IPCA que não tiveram aumento em janeiro devem ser ajustados em fevereiro, reforçando a expectativa de aceleração.
Aumento das Projeções Inflacionárias
O Boletim Focus desta segunda-feira (24) trouxe a 19ª alta consecutiva na previsão de inflação para 2025, que agora está projetada em 5,65%, muito acima da meta de 3% do Banco Central. Para Pedro Ros, CEO da Referência Capital, o aumento nas projeções é um indicativo de que a dinâmica inflacionária continua robusta, com setores como serviços e alimentação apresentando resistências, ainda que a taxa Selic esteja em níveis elevados.
Impacto da Inflação nos Investimentos
Um cenário de inflação elevada naturalmente se traduz em juros mais altos. O Banco Central sinalizou que a Selic pode ser elevada mais uma vez, podendo chegar a 14,25% ao ano em sua próxima reunião. Alguns especialistas, porém, acreditam que a taxa pode ultrapassar 15% ao ano. Essa realidade, embora impactante, oferece oportunidades de ganhos na renda fixa. “A atual onda de alta nas taxas de juros deve persistir devido ao descontrole fiscal, beneficiando investimentos atrelados ao CDI,” ressalta Julio Ortiz.
Para investidores com um horizonte mais longo, ativos atrelados à IPCA+ têm apresentado rentabilidades atrativas, especialmente os da esfera pública, que atuam como uma proteção ao poder de compra. “Esses títulos são indicados historicamente, pois asseguram a valorização do capital em cenários inflacionários,” comenta Lucas Ghilardi, da The Hill Capital.
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Considerações para o Futuro
Entretanto, a marcação a mercado pode apresentar riscos. Se os juros continuarem a subir, títulos novos poderão ser emitidos com prêmios maiores, afetando negativamente a valoração de títulos já existentes. Na renda variável, o impacto do aumento da Selic tende a ser ainda mais severo. Aumentos nos juros elevam a despesa das empresas com dívida e reduzem a atratividade de ações, especialmente para aquelas que dependem da expansão acelerada.
“Na Bolsa, empresas que exportam e oferecem produtos com preços flexíveis devem ter um desempenho superior, enquanto setores focados no consumo estarão mais vulneráveis,” reforça Volnei Eyng, CEO da Multiplike. Em um contexto de inflação alta, a diversificação se torna uma estratégia crucial para mitigar riscos financeiros.
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