🌎 CENÁRIO EXTERNO

O reflation trade e as techs

Mercados

Bolsas asiáticas encerraram a sessão em tom fortemente negativo, com fortes quedas registradas em Tóquio, Hong Kong e Seul. Na zona do euro, o mercado também abriu com viés baixista: o Stoxx 600, índice que abrange ativos de toda a região; registra queda de 2,1% até o momento. Nos EUA, não está sendo diferente, com índices futuros de NY em território negativo (S&P 500 fut: -0,8%), enquanto o dólar (DXY) opera em queda contra seus principais pares (-0,1%) e os juros futuros têm manhã de estabilidade (rendimento das treasuries de 10 anos: 1,60% a/a). Por fim, na fronte das commodities, ativos têm desempenhos mistos, com destaque para novas altas das metálicas. Na ponta negativa, o preço do petróleo (Brent Crude – ICE) registra baixa de 0,8%, negociado próximo dos US$ 67,80/barril.

Reflation trade e as techs

Ativos de risco globais estão iniciando a sessão em tom negativo, com movimento de realização liderado por papéis de tecnologia, dentre outros setores de “growth” que se beneficiaram da dinâmica trazida pela pandemia. O receio com as pressões inflacionárias na medida em que se consolida um movimento de forte recuperação nas principais economias globais e o alto patamar em que se encontram os preços destes ativos estão entre os principais catalizadores para esta realização. Apesar do Federal Reserve sustentar um discurso dovish; já existem indícios de que o BCE já pode começar a reduzir os estímulos monetários a partir do mês que vem. Como destaque na agenda, a inflação voltou a avançar na China em abril, principalmente a inflação ao produtor (PPI). O dado reflete a contínua alta das commodities e uma base de comparação anual fraca – ainda não existem indícios claros de uma contaminação relevante dos preços aos consumidores (CPI).

Na agenda

Mais cedo, o índice Zew de expectativas – importante indicador de confiança na Alemanha – voltou a apontar para o bom momento vivido pela maior economia europeia; avançando de 70,7 em abril para 84,4 em maio. Ainda pela manhã, o mercado recebe o relatório Jolts de criação de emprego nos EUA, previsto para às 11h.

CENÁRIO BRASIL

CPI em foco e Reformas sob ameaça

Pacheco: Tributária vai ganhando corpo

Após reunião com o ministro Paulo Guedes (Economia), Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, comunicou que a reforma tributária está finalmente começando a “ganhar corpo”. Ainda não está completamente claro se Pacheco, assim como sua contraparte na Câmara e o ministro da economia; defende ferrenhamente o fatiamento da reforma tributária em quatro etapas. Não obstante, o fato é que Pacheco demonstrou seu desconforto com a decisão de Lira de extinguir a comissão mista que tratava do assunto: “é razoável e inteligente darmos a oportunidade de concluírem o trabalho, o que se efetiva com a apresentação do parecer pelo deputado Aguinaldo Ribeiro”.

CPI ainda em foco

Após dar ouvidos aos ex-ministros da Saúde, a CPI da Covid irá continuar ouvindo e questionando ex-integrantes do governo. A bola da vez é o ex-ministro da Secom, Fabio Wajngarten, que deve abordar questões relacionadas ao fechamento (ou não) de contratos de vacinas amanhã. A oposição espera que o depoimento do ex-ministro implique, de alguma forma, a negligência de Pazuello e Bolsonaro frente à obtenção de vacinas. Como noticiado pela CNN, Wajngarten também deve apresentar uma carta de agradecimento enviada para ele pela Pfizer pelo fechamento do contrato de 100 milhões de vacinas. Hoje, a CPI dá ouvidos ao presidente da Anvisa, Antonio Barras Torres.

CPI e reformas

Por mais que a CPI tenha levado a frente a constatação de depoimentos que constrangem o governo; é importante notar que nada de muito novo foi exposto. De modo geral, tudo que já foi dito na CPI pelos ex-ministros da saúde já era mais ou menos sabido. Entendemos, entretanto, que se ficar absolutamente claro que Bolsonaro e Pazuello de fato negligenciaram a formalização dos contratos de vacinas; o governo pode sofrer uma nova – e forte –onda de constrangimento. Afinal, a vacina é a chave para sair da crise, e negar sua utilidade configura enorme erro na condução da política pública. No limite, a depender do quão claro isto ficar, pode começar a criar entraves às pautas reformistas do governo, que ainda carecem de um consenso claro, principalmente no que diz respeito à reforma tributária.

Reforma administrativa já começa a caducar?

Como noticiado pelo jornal Folha de São Paulo, segmentos da base de apoio de Bolsonaro no Congresso já se alinham para evitar o andamento da reforma administrativa. Um grupo formado principalmente por deputados ligados à segurança pública, como policiais civis, federais e militares, temem, devido ao desgaste político clássico em ano de eleição, dar sequência a uma reforma considerada polêmica e que atinge os benefícios e interesses de diversas classes do funcionalismo público. Como tal, esta pressão tem potencial de empurrar a reforma administrativa para 2023; contribuindo para a manutenção de um elevado nível de incerteza que mantém juros e dólar pressionados.

Na agenda

A agenda carregada desta 3ªfeira poderá movimentar os mercados de juros futuros e câmbio na sessão, com as divulgações da ata do Copom (8h) e do IPCA (9h) antes da abertura. Com relação à ata, investidores buscarão mais pistas sobre o plano de voo do BC até o final deste, após o comunicado ter trazido informações divergentes nesta fronte. Já o IPCA deve desacelerar na margem em abril, refletindo principalmente o arrefecimento da alta dos preços de combustíveis (transportes) e da energia elétrica (habitação) no período. Esperamos uma alta de 0,3% no mês, o que levaria a inflação acumulada em 12 meses para próximo dos 6,75%.

E os mercados hoje?

Mercados globais amanheceram em tom baixista, com movimento de queda liderado por papéis de tecnologia e de outros setores de “growth” que registraram ganhos expressivos durante o período de pandemia. No Brasil, a agenda carregada pela manhã tem o potencial para movimentar o câmbio e os juros, com a divulgação do IPCA e da ata do Copom antes da abertura. Em Brasília, segue a incerteza com o avanço das reformas estruturais enquanto a CPI da Pandemia segue a todo vapor. Desta forma, esperamos uma nova abertura de viés negativo para ativos de risco que, apesar de se beneficiar do forte movimento das commodities; deve acompanhar a piora verificada no exterior na abertura.

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